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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pai

Todos aqueles que rezam o Pai-Nosso diariamente concordam que esta oração é inesgotável. Estamos recorrentemente a encontrar nela novos tesouros da sabedoria e do amor de Deus.

Anselm Grun

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pai e filho

Quando o Miguel chega aos doze anos, o seu pai diz-lhe com tom grave:
- Migas, está na altura de falarmos de umas coisas sobre a vida...
- Depressa, pai. Diz-me lá o que queres saber.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

"Cardeal nega-me função essencial", diz Ferreira Fernandes

Escreve Ferreira Fernandes, um dos cardeais da crónica em Portugal (no DN de hoje):


Cardeal nega-me função essencial


Não vou dizer que expulsando o que é natural nos cardeais ele volta a galope: acredito que o que disse o novo cardeal português, Manuel de Castro, foi só dele. E não vou retirar ao cardeal a legitimidade de se pronunciar sobre educação dos filhos lá porque não os faz: admito que um olhar de fora possa ser mais atento. Portanto, com o tal cardeal não generalizo, nem o excluo do direito de opinião. Dito isto, engalinhei por ele ter dito que "a mulher deve poder ficar em casa ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos". Na verdade, não engalinhei, senti a crista encrespar-se! Senti a minha função essencial de pai educador diminuída. Que é isso de que cabe mais e melhor a elas educar?! Parir, de acordo; mas a educar peço meças. Acordei noites para sussurrar acalmias a choros. Admoestei muito cedo a falta de dizer bom-dia a vizinhos. Mergulhei junto para acabar com medos. Forcei-me a decorar poemas só para a acompanhar. Soube fazê-la sentir que ela estava comigo, mesmo quando estávamos longe um do outro... É certo que não fiquei em casa nem trabalhei menos para a educar, não pude, é a vida. Mas apliquei-me na minha função essencial de pai educador. E a prova é que dei à minha filha ensinamento útil: "És cidadã a parte inteira, mas, nunca esqueças, nada está garantido para sempre." Preveni-a contra si, cardeal.


Não me parece que o novo cardeal lhe negue qualquer função essencial. Apenas realça que deveria haver outra possibilidade para as mulheres. "A mulher deve poder ficar em casa ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos", diz o cardeal.


O cronista revela, quanto a mim, e já não é a primeira vez, o seu anticlericalismo. Quando fala alguém da igreja desperta logo um anticomunismo mental em certas pessoas, desta vez Ferreira Fernandes incluído. Esse anticomunismo mental faz pensar que o que uma pessoa diz em relação a uma parte da realidade exclui que se pense isso mesmo da outra parte. Ele falou das mulheres na educação dos filhos? Logo é machista. Se aumenta de um lado, diminui do outro, daí o anticomunismo. 


Acrescento que o cardeal poderia dizer algo do género para os homens. Mas de facto não é a mesma coisa. As mães são muito mais importantes para os recém-nascidos do que os pais. E não tem nada a ver com a dedicação dos pais-homens. Claro que os pais também poderiam ter a vida facilitada para apoiar os filhos. Mas crucial mesmo é o apoio das mães - o que já está contemplado na legislação de diversos países do norte da Europa. 


Lembro que em Portugal, um homem tem de tirar 10 dias úteis de licença (e pode tirar mais 30 dias em que a mulher tem de trabalhar), enquanto a mulher tem direito a 120 dias recebendo 100 % ou 150 dias ganhando 80%. A estes 150 dias pode acrescentar três meses, ganhando 25% (é sempre a Segurança Social que paga). Ou seja, numa família que decida apoiar com o máximo de tempo os filhos recém-nascidos, a mãe dispõe apenas de oito meses (nos últimos três vendo o ordenado diminuído em 75%). Numa outra possibilidade, também o pai pode estar três meses a receber 25 %, fazendo com que o tempo máximo de apoio suba para os 11 meses. Continua a ser pouco. Em exclusivo para as mulheres (porque é mais importante) ou partilhada com os homens (enquanto possibilidade, é melhor), a licença de maternidade/paternidade devia chegar aos dois anos, pelo menos. As mães suecas têm 480 dias para usar até aos 8 anos dos filhos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ela disse isto?

Juliana de Norwich 


Muito antes de João Paulo I, Leonardo Boff e diversas teólogas:
Deus é tão verdadeiramente mãe como pai.
Juliana de Norwich (1342-1413)

sábado, 23 de julho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

E o primeiro que usou a palavra Trindade foi...

Hoje é dia da Santíssima Trindade.


E dia de recordar Tertutiliano (165-212), um teólogo africano, de Cartago, provavelmente leigo, que no final aderiu à seita/heresia do montanismo.


Tertuliano, convertido que dizia que "não se nasce cristão, torna-se", foi o primeiro a usar a palavra "trinitas" aplicada a Deus, como complemento a "unitas". Unidade e trindade.


Dois esquemas clássicos para explicar o que está para além da razão:




domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quando rezamos

Pensamentos para juntar ao do início deste dia (aqui):
Quando rezamos em conjunto, devemos também ter confiança de que a oração penetra no mundo, atravessando os muros da igreja.
(...)
Quando rezamos em conjunto, isso tem implicações em todo o lado; o mundo à nossa volta torna-se mais transparente e acolhedor. Criamos uma atmosfera nova. O campo dos pensamentos e dos sentimentos humanos altera-se.
(...)
A oração produz um verdadeiro «terramoto» no mundo, que deixa de ser o que era.
Copiado da página 117 de "O Pai-Nosso", de Anselm Grun.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Como mudar-se a si próprio e, já agora, o mundo


O Pai-Nosso. Uma ajuda para uma vida autêntica
Anselm Grün
Paulinas
128 páginas

“Nós, cristãos, rezamos diariamente o Pai-Nosso. Mas, muitas vezes, isso é apenas uma rotina. Já não sabemos aquilo que estamos a rezar. A uns, incomoda-os os pedidos individuais que não compreendem. Para outros, as palavras tornaram-se vazias e estranhas”, escreve Anselm Grün nas primeiras páginas desta obra. No entanto, o Pai-Nosso é o resumo de todo o evangelho (dizia Tertuliano, cristão do séc. II-III). É um guia para uma vida abençoada por Deus (dizia Gregório de Nisa, Padre da Igreja do séc. IV). É a nossa possibilidade de participar na oração de Jesus, a única que ensinou expressamente aos discípulos.

Este livro explica passo a passo a oração transmitida por S. Mateus (a que mais se assemelha com o Pai-Nosso e que todos sabem de cor) e apresenta, numa segunda parte, um guia para a oração no Evangelho de S. Lucas, que por vezes é conhecido como “o Evangelho da oração”.

Anselm Grün sabe que hoje “corremos de facto o risco de distorcer o sentido da espiritualidade, transformando-a num círculo de narcisismo à nossa volta”. Isso acontece quando se reduz a oração a uma espiritualidade do bem-estar, que não produz frutos para a sociedade, não é actuante, não é interventiva. O Pai-Nosso, bem rezado, centra-nos no núcleo do Evangelho, leva-nos a assumir o espírito de Jesus, o espírito de filhos, a rezar com palavras encarnadas na vida, a pedir a vinda do Reino.

Pessoas que rezem conscientemente o Pai-Nosso – e é para aumentar essa consciência que o livro foi escrito -, individual ou comunitariamente, tornam o mundo à sua volta mais luminoso, mais humano e mais cristão.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Trabalho

E quando Deus quis que o homem trabalhasse, Ele escondeu um tesouro no trabalho, porque Ele é o pai e o amor de um pai não morre nunca.

F.R. Lamennais (1782-1854)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Criatura


O cristianismo sustenta-se inteiramente nesta incrível novidade de que a criatura é amada pelo seu criador e, o que é mais espantoso ainda, é que ela também, por mais miserável que seja, se acha capaz de amar o seu Criador. Que estranho, quando pensamos nisso, amar o Ser infinito, chamar ao ser infinito: «Pai Nosso».

François Mauriac (1885-1970)

sábado, 2 de outubro de 2010

Dá alimento à nossa indigência

Pai nosso invisível, que estás nos céus,
seja santificado em nós o Teu Nome,
porque, no Teu Espírito Santo,
Tu próprio nos santificaste.

Venha a nós o Teu reino,
reino prometido a quantos amam Teu amor.
Tua força e benevolência repousem sobre teus servos,
aqui em mistério e lá na tua misericórdia.

Da mesa que não se esgota,
dá alimento à nossa indigência;
e concede-nos a remissão das culpas,
tu que conheces a nossa debilidade.

Nós te pedimos:
salva aquilo que criaste
e livra-o do maligno, que busca o que devorar.
A ti pertencem o reino, o poder e a glória, ó Senhor.

Não prives da tua bondade os teus santos.

Oração do Breviário Caldeu

Tradução: José Tolentino Mendonça in "Rosa do Mundo. 2001 Poemas para o Futuro". Ed. Assírio & Alvim

sábado, 14 de agosto de 2010

Leituras nocturnas: Sobre o Pai-Nosso – 2

O “Pai-Nosso” e os nossos pais

Projectamos as vivências que tivemos com os nossos pais na imagem que fazemos de Deus. Um padre contou-me que, nos seus sermões, costumava falar sempre do Deus misericordioso. Estava convencido disso a nível teológico. No entanto, como tinha a percepção de que o seu pai alcoólico era uma pessoa despótica, esta experiência invadia sempre secretamente a imagem que ele tinha de Deus. Apesar daquilo que pregava, tinha por vezes a sensação de que não se podia confiar em Deus, que Ele era despótico e que estragava os planos das pessoas.

Outros há que estão fascinados pelo Deus carinhoso que Jesus nos anuncia. Mas a experiência da ausência da própria mãe faz com que seja difícil para eles acreditarem nisso.

A questão está em saber se a imagem que temos de Deus é determinada pela vivência que temos ou tivemos com o nosso pai e a nossa mãe. Nesse caso, todos aqueles que não têm boas experiências com o pai e com a mãe também sairiam prejudicados no seu percurso espiritual.


Anselm Grün, O Pai-Nosso. Uma ajuda para uma vida autêntica, ed. Paulinas, pág. 21-22.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Leituras nocturnas: Sobre o Pai-Nosso – 1

“Pai nosso”

Não nos dirigimos a uma divindade geral ou a uma entidade superior, incompreensível, mas, como cristãos, atrevemo-nos a dialogar com Deus como Pai e, através desta palavra, exprimimos a ânsia que temos de uma relação pessoal com Deus.

Há muitas mulheres que sentem a falta de um lado feminino no Pai-Nosso. No entanto, na palavra «abba» está sempre implícito, e de maneira igual, o Deus paternal e maternal. Não é um Deus severo, mas sim um Deus amável. Deus é ao mesmo tempo pai e mãe. Como pai, é aquele que nos apoia, que nos dá coragem para viver, que está do nosso lado e a quem podemos recorrer. É alguém em que se pode confiar, forte e, simultaneamente, amável. Como mãe, Deus oferece-nos protecção e amor. Sentimos que Ele nos leva ao colo. Junto dele, estamos em casa. Ele envolve-nos com a sua amável presença.


Retirado de:

Anselm Grün, O Pai-Nosso. Uma ajuda para uma vida autêntica, Ed. Paulinas, pág. 20

quarta-feira, 31 de março de 2010

Incrível novidade da criatura amada

O cristianismo sustenta-se inteiramente nesta incrível novidade de que a criatura é amada pelo seu Criador, e, o que é mais espantoso, ainda, é que ela também, por mais miserável que ela seja, se acha capaz de amar o seu Criador. Que estranho, quando pensamos nisso, amar o ser infinito, chamar ao ser infinito: “Pai Nosso”.

François Mauriac (1885-1970)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Como etiquetar

Para o Pedro, que chegou ao Brasil no dia 11 de Setembro de 2001. De avião.

1. Metablogue
- Abusas das etiquetas. Menos em número e mais generalistas chega.
- Mas eu gosto de etiquetas, tal como de índices onomásticos [e aqui falo-lhe de um amigo que no Brasil lê este blogue e que quando analisa um livro escrutina bem os índices onomásticos; e se não tem, elabora-os ao longo da leitura].
- No meu, não sou tão pretensiosa. Cada entrada recebe só uma etiqueta. Quando muito, duas.
- Há os criadores e os coleccionadores, os autores e os explicadores, os agricultores e os colectores, os simplificadores e os complicadores. Eu devo pertencer ao segundo grupo [e aqui, ora por analogia, ora por oposição, lembro-me do diálogo entre Oscar Schell, que percorre Nova Iorque à procura de sinais do seu pai, que morreu nos atentados do 11 de Setembro, e o sr. A. R. Black].

2. O diálogo
O diálogo vem nas páginas 204-208 de “Extremamente alto e incrivelmente perto”, de Jonathan Safran Foer (Quetzal). É Oscar Schell, um miúdo de nove anos, que narra, mas quem começa a falar é o sr. A. R. Black.

- Este é o meu índice biográfico! – explicou ele.
- O seu quê?
- Iniciei-o quando estava a começar a escrever! Tencionada criar um cartão para toda a gente que pensava poder vir a ter de referir um dia! Há um cartão para todas as pessoas acerca das quais escrevi! Cartões para as pessoas com quem falei enquanto escrevia os meus artigos! Cartões para as pessoas sobre as quais lia os livros! E para as pessoas referidas nas notas de rodapé desses livros! De manhã, quando lia os jornais, fazia cartões para todos os que me pareciam ter importância do ponto de vista biográfico! Ainda faço isso!
- Porque não usa a Internet?
- Não tenho computador!
Comecei a sentir-me estonteado por causa disso.
- Quantos cartões tem?
- Nunca os contei! Nesta altura deve haver dezenas de milhares! Ou talvez centenas de milhares!
- O que escreve neles?
- Escrevo o nome da pessoa e a biografia dela numa palavra!
- Só numa palavra?
- Toda a gente pode ser resumida numa só palavra!
- E isso é-lhe útil?
- É imensamente útil! Esta manhã li um artigo sobre as moedas da América Latina! Referia o trabalho de alguém que se chama Manuel Escobar! Por isso vim aqui procurar Escobar! Claro que ele estava cá! Manuel Escobar: unionista!
- Mas, provavelmente, ele também é marido, pai, fã dos Beatles, praticante de jogging, sabe-se lá que mais.
- Claro! Era possível escrever um livro sobre o Manuel Escobar! E mesmo isso iria deixar coisas de fora! Era possível escrever dez livros! Ou mesmo nunca parar de escrever!
Fez deslizar gavetas do armário e puxou cartões das gavetas, um após outro.
«Henrry Kissinger: guerra!
«Ornett Coleman: música!
«Che Guevara: guerra!
«Jeff Bezos: Dinheiro!
«Philipe Guston: arte!
«Mahatma Ghandi: guerra!
- Mas ele era pacifista.
- Exacto! Guerra!
«Arthur Ashe: ténis!
«Tom Cruise: dinheiro!
«Elie Wiesel: guerra!
«Arnold Schwarzenegger: guerra!
«Martha Stewart: dinheiro!
«Rem Koolhaas: arquitectura!
«Ariel Sharon: guerra!
«Mick Jagger: dinheiro!
«Yasser Arafat: guerra!
«Susan Sontag: pensamento!
«Wolfgang Puck: dinheiro!
«Papa João Paulo II: guerra!
- Tem uma ficha para o Stephen Hawking?
- Claro que sim!
Abriu uma gaveta e tirou uma ficha.
STEPHEN HAWKING: ASTROFÍSICA
- Tem uma ficha para si próprio?
Abriu outra gaveta.
A. R. BLACK: GUERRA
MARIDO
- E tem uma ficha para o meu pai?
- Thomas Schell, não é?
- Exacto.
Foi à gaveta do S e abriu-a até ao meio. Percorreu as fichas com os dedos como se estes pertencessem a alguém com muito menos do que cento e três anos.
- Lamento mas não tenho nada.
- Importa-se de tornar a verificar?
Os dedos dele tornaram a percorrer as fichas. Abanou a cabeça:
- Lamento!
- E se uma ficha estivesse arquivada no sítio errado?
- Nesse caso, estávamos perante um problema!
- Isso é possível?
- Acontece uma vez por outra! A Marilyn Monroe esteve perdida no arquivo durante mais de uma década! Eu procurava em Norma Jean Baker, convencido de que era muito esperto, mas esquecendo por completo que quando era nasceu se chamava Norma Jean Mortenson!
- Norma Jean Mortenson?
- É a Marilyn Monroe!
- Quem é a Marilyn Monroe?
- É sexo!
- Tem uma ficha para o Mohammed Atta?
- Atta! Esse nome diz-me qualquer coisa! Deixa ver!
Abriu a gaveta do A.
- Mohammed é o nome mais vulgar do mundo – disse-lhe eu.
Tirou uma ficha e exclamou:
- Bingo!
MOHAMMED ATTA: GUERRA
Sentei-me no chão. Ele perguntou-se o que se passava.
- Só gostava de saber porque tem uma ficha para ele e não tem uma para o meu pai.
- Que queres dizer?!
- Não é justo!
- O que é que não é justo?
- O meu pai era bom. O Mohammed Atta era mau.
- E então?
- Então o meu pai merecia estar aí.
- Que te leva a pensar que é bom estar aqui?
- Porque isso significa que uma pessoa é biograficamente importante.
- E porque é isso bom?
- Eu quero ser importante.

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...