quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Bispos católicos poluem mais do que protestantes - na Alemanha
segunda-feira, 19 de março de 2012
Decrescimento contra a religião do crescimento
Diz o professor da Universidade de Paris XI a certa altura:
O decrescimento é um slogan que fomos forçados a utilizar para romper com o "ramerrão" do discurso desenvolvimentista, que fala em crescimento, crescimento, crescimento e que nos conduzirá a uma catástrofe. Claro que é uma palavra provocadora, polémica... e até blasfema, porque temos uma relação quase religiosa com o crescimento. Podemos mesmo falar de uma religião, um culto do crescimento. Falar de decrescimento cria um efeito de estupefação. Decrescer por decrescer seria absurdo. Mas crescer por crescer é absurdo e ninguém se dá conta disso, porque estamos envolvidos nessa religião.Aqui encontra-se uma entrevista on line ao professor francês. E aqui um caderno em PDF em que o próprio expõe as suas ideias. Mais estimulante do que simplesmente dizer mais do capitalismo.
Leonardo Boff, no seu blogue, por estes dias, propões algo em consonância:
Há uma ética subjacente à cultura produtivista e consumista (…), a da maximização de tudo o que fazemos: maximizar a construção de fábricas, de estradas, de carros, de combustíveis, de computadores, de celulares; maximizar programas de entretenimento, novelas, cursos, reciclagens, produção intelectual e científica. A roda da produção não pode parar, caso contrário ocorre um colapso no consumo e nos empregos. No fundo, é sempre mais do mesmo e sem o sentido dos limites suportáveis pela natureza.
(…) Devemos caminhar na direção de uma ética diferente, a da otimização. Ela se funda numa concepção sistêmica da natureza e da vida. Todos os sistemas vivos procuram otimizar as relações que sustentam a vida. O sistema busca um equilíbrio dinâmico, aproveitando todos os ingredientes da natureza, sem produzir lixo, otimizando a qualidade e inserindo a todos. Na esfera humana, esta otimização pressupõe o sentido de auto-limitação e a busca da justa medida. A base material sóbria e decente possibilita o desenvolvimento de algo não material que são os bens do espírito, como a solidariedade para com os mais vulneráveis, a compaixão, o amor que desfaz os mecanismos de agressividade, supera os preceitos e não permite que as diferenças sejam tratadas como desigualdades.
Talvez a crise atual do capital material, sempre limitado, nos enseje viver a partir do capital humano e espiritual, sempre ilimitado e aberto a novas expressões. Ele nos possibilita ter experiências espirituais de celebração do mistério da existência e de gratidão pelo nosso lugar no conjunto dos seres. Com isso maximizamos nossas potencialidades latentes, aquelas que guardam o segredo da plenitude, tão ansiada.Ler tudo aqui.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Anselmo Borges: Ética ecológica
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É significativo que, até pela via etimológica, ética e ecologia estão relacionadas. De facto, ética vem do grego êthos, que significa costumes e morada; ecologia provém de duas palavras gregas (oikos, casa, e lógos, razão, discurso) e significa tratado da casa, também em conexão com economia (oikos e nómos, lei), a lei da casa.
Logo pela etimologia se vê a importância decisiva do tema, pois é da nossa casa e do cuidado por ela que se trata. O debate tem-se tornado premente por causa da crise ecológica: alterações climáticas, contaminação do ar, do solo e da água, desertificação, extinção de espécies.
A responsabilidade ética é evidente, mas não é fácil responder a perguntas que se colocam neste domínio. Por exemplo: como se fundamentam os nossos deveres para com a natureza? Somos obrigados a cuidar dela por causa de nós ou porque ela tem valores objectivos?
Ler tudo aqui.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
A união faz a força pela criação
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A Criação. Um apelo para salvar a vida na terra
E.O. Wilson
Gradiva
230 páginas
Este livro lê-se como uma grande carta de um cientista, notável biólogo da universidade de Harvard (EUA), a um qualquer pastor baptista. E resume-se a um apelo: vamos juntos trabalhar pela salvação da natureza/Criação.
O tom da obra de E.O. Wilson é ligeiramente desadequado ao panorama português, mas o livro é útil para ficar a conhecer mais de biologia por um grande divulgador. Se ninguém pode amar aquilo que não conhece – dizia Aristóteles – talvez após a leitura deste livro o leitor se torne adepto da conservação da natureza. Mas a desadequação ao panorama português vem do seguinte facto: E.O. Wilson fala para baptistas, que nos Estados Unidos são um grupo significativo e têm grande influência, principalmente no sul do país. Ora, os baptistas são criacionistas, tanto teológica como cientificamente. E tendem a ler as primeiras páginas da Bíblia o mais literalmente possível. A teoria da evolução através da selecção natural está excluída à partida.
É para esses que o cientista com grandes certezas quanto à teoria da evolução escreve. No fundo, diz: mesmo que discordemos sobre a origem da natureza, tenha sido Deus o criador ou tenha sido ela gerada por si mesma através de mutações aleatórias e da selecção natural das moléculas codificantes, podemos estar unidos na mesma causa.
Ora os católicos, ainda que haja excepções, já não sentem que o evolucionismo traga grandes complicações. É uma teoria científica. E a Bíblia não é um livro de ciência. É um livro sobre o sentido das coisas. Coisa que a ciência não pode dar. Daí que os católicos (mas também os anglicanos, os metodistas, os luteranos, de um modo geral) coabitem bem com o evolucionismo científico e o criacionismo teológico. São campos diferentes que explicam níveis diferentes da realidade. Não se espere da ciência que ela venha falar de Deus. Nem o contrário. Mas no essencial, a mensagem do livro vale: “Se a religião e a ciência se pudessem reunir sob o tecto comum da conservação biológica, o problema seria rapidamente resolvido” (pág. 14).
domingo, 27 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
O poder deles e o nosso
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Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...