É bom que a Bíblia traduzida por Frederico Lourenço dê umas
boas polémicas. Talvez leve mais gente a ler a Bíblia.
Posto isto, o título do artigo do Público de hoje despertou a minha
atenção.
Uma Bíblia que “não esconde as realidades inconvenientes”
Fui ler, claro. E ele, Lourenço, diz:
Não disfarcei as frases incómodas, não limei as arestas, não escondi realidades inconvenientes.Na minha tradução lê-se ‘escravos’ e não ‘servos’ ou ‘criados’; também não disfarcei as passagens misóginas e homofóbicas de Paulo. Mas, por outro lado, as traduções existentes são desnecessariamente androcêntricas, sobretudo em passagens em que a palavra ‘homens’ significa, na realidade, ‘pessoas’. Acho que a mais-valia da minha tradução é justamente o facto de estar fora do catolicismo, mas não contra o catolicismo”. Demos um exemplo eloquente: São Jerónimo, autor da tradução latina da Bíblia que se tornaria a Vulgata aprovada pela Igreja, traduziu com a palavra peccatum uma das palavras mais comuns e importantes da liturgia, uma palavra grega que significa “erro”. E é assim que Frederico Lourenço a traduz muitas vezes (não de maneira sistemática, por razões que ele explica na Introdução). “Erro”, em vez de “pecado”, não é certamente assimilável à liturgia da Igreja Católica.
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