sexta-feira, 26 de julho de 2013
E o mesmo se diga do amor
Aelredo de Rievaulx
domingo, 14 de outubro de 2012
Trabalho
Bernardo de Clavaral
sábado, 28 de julho de 2012
Anselmo Borges: "A monja e o capitalismo não ético"
Nasceu em Barcelona em 1966. É doutorada em Medicina e em Teologia. Muito conhecida pelas suas posições feministas e pelas críticas às multinacionais farmacêuticas, Teresa Forcades é uma monja beneditina do Mosteiro de Sant Benet de Monserrat.
domingo, 13 de maio de 2012
13 de maio de 1024. Nasce Hugo de Cluny
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Trabalhar no campo ao menos é uma coisa bíblica
Hoje fomos atar feixes de trigo... Fazia bastante calor, e o lugar do trabalho encontra-se a um par de quilómetros do mosteiro...
Uma coisa é comer pão e outra é andar entre os trigais, no mês de Agosto. São tão grossos os nossos hábitos...
Com umas calças brancas e uma camisa, talvez estivesse bem..., claro que à sombra e a tomar refrescos...
Isto do Sol..., das "messes doiradas"..., do humilde segador..., é muito bonito para que haja versos de Gabriel y Galán..., e lê-los logo, à fresca sombra de um choupo...
Caramba..., caramba com as "messes doiradas". Enfim, menos mal que tudo isto do trigo e dos feixes é uma coisa muito bíblica..., e sempre é uma consolação.
Desabafos do monge cisterciense Rafael Arnáiz (1911-1938), espanhol de Burgos, canonizado por Bento XVI em 2009.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Há mil anos a fazer (e beber) boa cerveja
Li há dias numa revista de fim-de-semana que a cervejaria mais antiga do mundo é a de Weihenstephan, criada em 1040. A cervejaria fica em Freising, uma terra ligada ao actual Papa, Bento XVI, e é dos beneditinos.
Mas o Papa nunca apontou esse motivo para escolher o nome de Bento (coincidência: li hoje que não há certezas de que S. Bento tenha alguma vez sido ordenado padre. Monge, sim; padre, não se sabe).
Weihenstephan tem página aqui. E um hino. É só imaginar os bávaros a cantar com altas canecas na mão. Incluindo monges.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Senta-te e fecha levemente os olhos
domingo, 19 de junho de 2011
Sabedoria beneditina
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Os rivais amigos
segunda-feira, 25 de abril de 2011
25 de Abril de 1342. Morrre Bento XII, o Papa que disse ser um asno
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Quem levou mais parisienses ao cinema em Setembro? Angelina Jolie ou Leonardo di Caprio?
“Des hommes et des Dieux” baseia-se na história real do sequestro de sete dos nove (dois conseguiram esconder-se) monges cistercienses trapistas, de um mosteiro argelino, entre 26 e 27 de Março de 1996. No dia 30 de Maio seguinte, as suas cabeças são encontradas, mas não os seus corpos.
“O filme relata os últimos meses de vida dessa comunidade religiosa e, justamente porque o realizador se define como irreligioso, consegue comunicar também, ou principalmente, a quem não crê o mistério insondável da fé. A Argélia está em plena guerra civil, porém os monges vivem em tranquilidade e auto-suficiência o dia de oração, de cantos, de leituras, de trabalhos agrícolas e domésticos: a sua ordem não prevê o proselitismo, portanto há harmonia, respeito e fraternidade com os habitantes do pequeno vilarejo muçulmano.
O velho padre Luc (Michael Lonsdale) é médico e recebe gratuitamente até 150 pacientes por dia. O prior, padre Christian (Lambert Wilson), que conhece de cor o Alcorão e lê os floreios de São Francisco, leva o mel do convento ao mercado. Todos juntos participam da festa pela circuncisão de um pequeno e ouvem as palavras do imã, que parecem muito semelhantes às do Evangelho. A paisagem que circunda o mosteiro é paradisíaca, imensa, intacta e leva a sentir aquele sentimento inquieto de encanto que obscuramente aproxima a um mistério, talvez justamente o da fé”.
O filme ganhou o Grande Prémio em Cannes, com um júri internacional presidido “pelo muito bizarro Tim Burton”.
As informações e citações deste texto foram retiradas daqui.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Monges, whisky e maçonaria
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Ruínas da Abadia de Lindores, na Escócia, onde se destilava whisky
No “Exchequer Rolls” [suponho que seja uma espécie de inventário do Tesouro ou das Finanças na Escócia] de 1494–95, vol X, p. 487, diz-se: “Ao monge John Cor, por ordem do Rei, para fazer oito «bolls» de aqua vitae de malte”. Não sei como se traduz «bolls», mas leio que corresponde a 140 libras. Sendo a libra equivalente a 453 gramas, temos que o rei James IV (ou Jaime) pediu ao monge João qualquer coisa como 507 litros de “água da vida”, isto é whisky (se um "boll" leva cerca de 63 litros, talvez possa traduzir-se por “barril”).
John Cor era monge (será mais correcto do que frade) da abadia de Lindores, na Escócia. Trata-se de uma casa da Ordem de Tiro, que surgiu em França, em 1109, perto de Chartres. Os monges desta ordem eram os “cinzentos”, por causa do hábito que trajavam (os beneditinos ainda são os “negros”; os cistercienses, os “brancos”).
Surgida em França, a ordem rapidamente se propagou para o norte: Inglaterra, Irlanda, Gales e Escócia, desaparecendo com a reforma anglicana (na Inglaterra) e protestante (na Escócia). Em França, foram reintegrados noutra derivação da ordem beneditina.
Curioso é que uma das abadias escocesas desta ordem, a de Kilwinning, está na origem da maçonaria escocesa.
Terão os monges criado a maçonaria sob a influência do whisky?
quarta-feira, 17 de março de 2010
17 de Março de 1628. Nasce Daniel van Papenbroeck, destruidor de lendas
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Daniel van Papenbroeck (ou Papebrochius, em latim, ou Papebroch, em inglês) nasceu no dia 17 de Março de 1628, em Antuérpia, e morreu no dia 28 de Junho de 1714. Colaborou com Jean Bolland na publicação da “Acta Sanctorum” (“Actos dos Santos”), série de volumes sobre a vida dos santos que procurou destrinçar a história do mito, da lenda e da fábula no que diz respeito vida dos santos.
A ideia da obra partiu do jesuíta Heribert Rosweyde, mas após a morte deste, em 1629, foi Jean Bolland (1596–1665) que organizou o grupo de investigadores que desenvolveu e concluiu a obra. "Acta Sanctorum" começou a ser publicada em 1643. Papenbroeck era um destes que ficaram na história como “bolandistas”.
Os bolandistas deram um contributo importante para a ciência (crítica documental e paleografia) ao examinarem criticamente documentos antigos, discernindo fontes e distinguindo dados históricos dos lendários.
Papenbroeck, enquanto investigava a vida dos santos, chegou a entrar em conflito com os beneditinos por ter considerado falsa a doação de Dagoberto I (629-639, dos merovíngios) tido como pai de santa Irmina (ou Irmine), quando, na realidade, o pai da santa era Dagoberto II (676-679). A falsidade de tal documento implicava a falsidade de outros que se seguiram. Na sequência, o beneditino Jean Mabillon escreve em 1681 uma obra intitulada “De re diplomatica”, que pretendia estabelecer as regras da autenticidade dos actos escritos, estudando aspectos como o suporte, a tinta, a língua, a pontuações e os selos, entre outros. “Diplomática”, vem nos dicionários, quer dizer, precisamente, “ciência auxiliar da história, que se ocupa dos documentos antigos, em especial dos diplomas”.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
"Os mestres" de Paulo Varela Gomes
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No “Público” de sábado passado (13 de Fevereiro), um artigo de Paulo Varela Gomes (que não conheço, mas cujos textos aprecio imenso) sobre uma obra que deve ser excepcional. Quando eu for a uma das quatro bibliotecas portuguesas que a têm, tentarei pôr-lhe os olhos em cima.
Escrito por beneditinos (paciência de beneditino!), o "Dicionário de Arqueologia Cristã e de Liturgia" consta de 30 volumes e foi publicado em Paris entre 1903 e 1940. E não havia Google, nem computadores.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
26 de Janeiro de 1108. Morre Alberico de Cister
Biblioteca da Abadia de Cister (Cîteaux)
Alberico foi um dos fundadores da Ordem de Cister, com Roberto de Molesmes (primeiro abade da nova ordem) e Estêvão Harding (terceiro abade), no dia 28 de Março de 1098.
A nova ordem, fundada em Cister, perto de Dijon, viria a ter muita influência no Portugal medieval (a região do Oeste, à volta de Alcobaça, é também referida por região de Cister). Alberico foi o seu segundo abade (Roberto regressa ao convento beneditino de Molesmes), morrendo no dia 26 de Janeiro de 1108. Durante o seu abadado, Alberico mandou que se revisse a Bíblia latina (em ordem à reforma litúrgica), mesmo consultando rabinos. O trabalho foi continuado por Estêvão e ficou conhecido por “Bíblia de Santo Estêvão Harding”, a melhor edição da época.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
13 de Dezembro de 1294. Celestino V deixa de ser Papa
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Coroação de Celestino V. Obra do séc. XV (autor desconhecido)
No dia 13 de Dezembro de 1294, após cinco meses de papado, Celestino V resigna para voltar a sua vida de eremita.
Pietro Angeleri (1215-1296) era um humilde beneditino. Foi eleito Papa após um período de dois anos em que os doze cardeais eleitores não se decidiam.
Eleito finalmente no dia 5 de Julho de 1294, deixou a sua caverna do monte Mailla e entrou triunfalmente em Roma, montado num burro. Abdicou no dia 13 de Dezembro, forçado pelo cardeal Benedicto Caetani, que no dia 24 de Dezembro de 1294 seria eleito Papa (adoptou o nome de Bonifácio VIII).
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
A eloquência de cortar feno
Quem, até ao séc. XIV, deu à Igreja 24 papas, 200 cardeais, 7000 arcebispos, 15 000 bispos e 1500 santos?
Resposta: Os beneditinos.
É quase impossível não ficar a admirar esta ordem da Igreja após a leitura dos primeiros capítulos de “O que a Civilização Ocidental Deve à Igreja Católica”, de Thomas E. Woods Jr., na Aletheia. (Declaração: não tenho qualquer comissão na venda do livro.)
E porque falamos de beneditinos, que tinham e têm como lema “ora et labora”, “reza e trabalha”, aponto esta pequena história (pág. 38):
“O papa São Gregório Magno (590-604) conta-nos uma história significativa acerca do abade Equício, um missionário do século VI de notável eloquência. Chegou ao mosteiro de Equício uma enviado papal, que se dirigiu imediatamente ao scriptorium para falar com ele, pois esperava encontrá-lo entre os copistas. Mas o abade não estava ali; como lhe explicaram os caligrafistas, com toda a simplicidade: «Está lá em baixo, no vale, a cortar feno»”.
Os beneditinos foram essenciais para que a Europa assumisse a dignidade do trabalho braçal.
domingo, 20 de setembro de 2009
Leitura de domingo - 4
Há dias perguntei ao P.e João Caniço, jesuíta com origens em Aveiro, por que é que a Companhia de Jesus nunca teve grande presença na cidade, ao contrário dos dominicanos e dos franciscanos. E ele respondeu que os jesuítas sempre se dedicaram a cidades maiores. Ao longo dos séculos, Aveiro, com apenas 250 anos de cidade, foi sempre uma pequena povoação.
Agora leio no livro “Torna-te aquilo que és”, do jesuíta James Martin (pág.s 100-101), o seguinte:
“Quando eu estava a estudar teologia, a nossa comunidade jesuíta tinha um pequeno poster na parede da nossa sala de estar com a seguinte frase, acerca de quatro grandes fundadores de ordens religiosas:
Bernardus valles,
Colles Benedictus amavit,
Oppida Franciscus
Magnas Ingatius urbes.
Ou seja:
Bernardo amava os vales,
Bento os montes,
Francisco os pequenos povoados
E Inácio as grandes cidades”.
Não imaginava que tinham territórios tão demarcados. E note-se a ausência de Domingos no poster da casa jesuíta.
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...