sábado, 7 de dezembro de 2013
Anselmo Borges: "Francisco: a alegria do Evangelho (1)"
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Bento Francisco: Fé como ilusão de luz
Diz Bento Francisco (e ficamos a saber que o pastor luterano deu nome bíblico à filha mais nova) no número 2 de "Lumen Fidei":
Nos tempos modernos, pensou-se que tal luz poderia ter sido suficiente para as sociedades antigas, mas não servia para os novos tempos, para o homem tornado adulto, orgulhoso da sua razão, desejoso de explorar de forma nova o futuro. Nesta perspectiva, a fé aparecia como uma luz ilusória, que impedia o homem de cultivar a ousadia do saber. O jovem Nietzsche convidava a irmã Elisabeth a arriscar, «percorrendo vias novas (…), na incerteza de proceder de forma autónoma». E acrescentava: «Neste ponto, separam-se os caminhos da humanidade: se queres alcançar a paz da alma e a felicidade, contenta-te com a fé; mas, se queres ser uma discípula da verdade, então investiga». O crer opor-se-ia ao indagar. Partindo daqui, Nietzsche desenvolverá a sua crítica ao cristianismo por ter diminuído o alcance da existência humana, espoliando a vida de novidade e aventura. Neste caso, a fé seria uma espécie de ilusão de luz, que impede o nosso caminho de homens livres rumo ao amanhã.
sábado, 13 de julho de 2013
Anselmo Borges: "A última encíclica de Bento XVI"
sábado, 17 de novembro de 2012
Anselmo Borges: "Um padre polémico"
sábado, 16 de junho de 2012
Anselmo Borges: Um homem livre pode acreditar em Deus?
Texto de Anselmo Borges no DN de hoje (aqui):
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Grande Interregno dos valores
A humanidade do ano 2000 "vive no Grande Interregno dos valores, condenada a uma travessia do deserto axiológico de que ninguém pode prever o fim".Georges Gusdorf, um francês de ascendência alemã e judaica, nasceu em 1912, em Bordéus, e morreu no dia 12 de outubro de... 2ooo. Mais uma ideia dele aqui.
domingo, 18 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Inicialmente tudo parece continuar como dantes
Como há-de o ser humano encarar o ser humano quando não encontra mais nada do mistério divino no outro, mas apenas a sua própria capacidade para fazer?
Joseph Ratzinger, prefácio de 2000 de "Introdução ao cristianismo", pág. 11
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Que desejamos para além dos desejos vulgares?
José Augusto Mourão in Quem vigia o cento não semeia, pág. 274
sábado, 23 de abril de 2011
Cultura depois da Segunda Queda
O genocídio que teve lugar na Europa e na União Soviética durante o período de 1936-1945 (o anti-semitismo soviético talvez seja a expressão mais paradoxal do ódio e da realidade pela utopia fracassada) foi muito mais do que uma táctica política, uma erupção do mal-estar da classe média inferior, ou um produto do capitalismo decadente. Não foi um mero fenómeno económico – social e secular. Actualizou um impulso tendendo para o suicídio da civilização ocidental. Foi uma tentativa de nivelar o futuro – ou, mais precisamente, de tornar a história comensurável com a crueldade natural, o torpor intelectual e os apetites materiais de uma humanidade que não se transcende a si própria. Se nos servirmos de uma metáfora teológica, e não temos por que nos desculpar por isso num ensaio sobre a cultura, poderemos dizer que o holocausto assinala uma Segunda Queda. Podemos interpretá-lo como um abandono voluntário do jardim e uma tentativa pragmática de queimar o jardim atrás de nós. Sem o que a sua memória continuaria a infectar a saúde da barbárie com os seus sonhos debilitantes ou os seus remorsos.
Com a tentativa falhada de matar Deus e a tentativa quase conseguida de matar aqueles que O tinham “inventado”, a civilização entrou, justamente conforme a previsão de Nietzsche, “na noite cada vez mais noite”.
quinta-feira, 31 de março de 2011
A obra da morte de Deus em manga espanhola
terça-feira, 15 de março de 2011
O bigode de Nietzsche, a careca de Gandhi e as barbas de Jesus
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Volta!
sábado, 8 de janeiro de 2011
Anselmo Borges: O que diria Jesus hoje?
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Heiner Geissler
Artigo de Anselmo Borges no DN de hoje, após a ausência de Natal e Ano Novo.
Os dias de Natal são especiais. Há uma atmosfera diferente, o melhor de nós pode revelar-se: mais proximidade, mais intimidade, mais amor, mais solidariedade. Directa ou indirectamente, há uma presença inegável: o nascimento de um Menino, com "a mensagem mais bela e revolucionária da história mundial", no dizer de Heiner Geissler, que foi ministro do Governo Federal da Alemanha e que escreveu um livro admirável precisamente com o título: "O que diria Jesus hoje?"
Mesmo se muitas vezes os que se reclamam de Jesus fizeram da sua mensagem um Disangelho, como disse Nietzsche, ela é real e verdadeiro Evangelho, notícia boa e felicitante.
Essa mensagem tem na sua base a afirmação de que é o ser humano, com a sua dignidade inviolável e fundamentada em Deus, que ocupa o centro de toda a actividade política e económica. Essa dignidade e os direitos que dela derivam constituem o critério de todas as leis, mesmo das leis "divinas", e o fundamento para a convivência em igualdade de todos os seres humanos, independentemente do sexo, cultura, etnia, religião, classe, nação, estatuto social ou jurídico.
O amor a Deus sem amor ao próximo é uma ilusão, e este amor ao próximo não é platónico, pois tem de ter tradução prática concreta - dar de comer, de beber, de vestir, visitar o doente e o preso -, e supera as barreiras culturais, nacionais, religiosas. Próximo é o próprio inimigo em dificuldade.
Os seres humanos e os seus interesses estão antes dos interesses do capital. O capitalismo neoliberal não está de acordo com o Evangelho e "constitui um crime contra milhares de milhões de pessoas que têm de viver na pobreza, na doença e na ignorância". "Quem transforma o valor na bolsa e a cotação das acções de uma empresa em algo absoluto e quem atribui importância, em termos económicos, apenas aos interesses do capital faz parte das pessoas que, como diz Jesus, possuem muito dinheiro e para as quais será difícil entrar no Reino de Deus." Os mais de dois mil milhões de cristãos têm, pois, de formar uma força impulsionadora de uma nova ordem económica mundial com base na justiça.
A mulher tem de ser tratada na plenitude da sua dignidade humana em igualdade com o homem. Qualquer discriminação, na sociedade ou na Igreja, está em contradição com o Evangelho. "A proibição da ordenação das mulheres e o celibato obrigatório não têm fundamentam evangélico."
Jesus não excluiu os estrangeiros - curou o servo do centurião romano e a filha da mulher sírio-fenícia. Portanto, a xenofobia não é compatível com o Evangelho. Os romanos enquanto potência ocupante podiam obrigar um judeu a transportar a bagagem na distância de uma milha, sendo neste contexto que se percebe o que Jesus diz: "Faz uma segunda milha de livre vontade." Talvez o romano comece a conversar, e quem sabe se não acabarão por beber um copo juntos? Aí está: "A reconciliação, o desanuviamento e a solução pacífica dos conflitos são preferíveis à violência e à guerra."
Quando se olha para o comportamento de Jesus, por palavras e obras, com as mulheres, os estranhos, os samaritanos (hereges), os pobres, os doentes, os leprosos, os inimigos (romanos e cobradores de impostos), entende-se como a nova imagem do ser humano constituía um acto revolucionário, com significado político-religioso explosivo.
O conflito foi mortal por causa de duas imagens de Deus. De um lado, o deus do sistema do Templo e do Império de Roma, em cujo nome as autoridades sacerdotais e o prefeito romano oprimiam e exploravam o povo. Do outro, o Deus dos últimos. Jesus acaba por ser crucificado, porque a sua mensagem e a sua acção abalavam na sua raiz um sistema organizado ao serviço dos poderosos da religião do Templo e do Império.
E hoje? Jesus é o modelo da credibilidade, na harmonia entre ideias e actos. "Hoje, seria o deputado e o porta-voz ideal do povo, uma vez que, no seu tempo, defendeu as pessoas - de forma independente, aberta e corajosa - contra os detentores do poder."
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Suportar
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Então dancemos um pouco
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Agonia
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Gramática
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quinta-feira, 29 de julho de 2010
Lutero ria a bandeiras despregadas
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Um aluno de Teologia escreveu num exame que, "para Lutero, o ser humano está sempre na fossa". O professor contou na aula e a turma riu. Mas era, simplificado, o que Lutero pensava da condição humana: sem redenção possível a não ser pela imerecida graça de Deus. (E os católicos, no fundo, também acham que assim é. A declaração teológica sobre a justificação foi assinada no final de 1999).
Mas há dias apareceu esta frase no "Público", naquele cantinho das citações, que eu nunca imaginaria na boca de Lutero:
Se não se pode rir no céu, não quero ir para lá.
Martinho prefere ficar onde está, mesmo na fossa, se não puder rir no céu - e dançar, acrescenta Nietzsche, que em vida deve ter dançado pouco. Terá Lutero rido a bandeiras despregadas quando andava por cá?
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Como o fim de escravidão nos EUA influenciou Nietzsche
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Na "Folha de S. Paulo" saiu há dias uma pequena entrevista muito útil para compreender Nietzsche. Pelo menos, chama a atenção para um aspecto que passa despercebido quando se estuda este filósofo (falo da minha experiência, obviamente) - a influência da Guerra de Secessão no pensamento do alemão.
Diz Domenico Losurdo, professor em Urbino (itália), autor da biografia "Nietzsche - O Rebelde Aristocrata”:
O início da atividade literária de Nietzsche ocorre em meio à Guerra de Secessão (1861-65), que marca a derrota do Sul dos EUA em eternizar a escravidão negra.
Ele manifestou todo seu desprezo por Beecher-Stowe, a autora do célebre romance abolicionista "A Cabana do Pai Tomás".
Mas, onipresente em Nietzsche e no debate cultural e político da segunda metade do século 19, o tema da escravidão se dissipa ou se transforma numa inocente metáfora no âmbito da hermenêutica da inocência (Bataille, Deleuze, Vattimo, Colli, Montinari etc.).
Sobre a relação entre Nietzsche e nazismo, o ensaísta italiano afirma:
A categoria de "irracionalismo" não me parece particularmente produtiva para explicar Nietzsche e Hitler.
São claros os elementos de continuidade e descontinuidade que subsistem entre um e outro. Quando lemos em Nietzsche terríveis palavras de ordem ("aniquilamento das raças decadentes", "aniquilamento de milhões de malsucedidos"), não podemos deixar de pensar na tradição colonial e no sociodarwinismo, herdados e radicalizados por Hitler.
Também a celebração nietzschiana da escravidão nos reconduz ao nazismo. O Terceiro Reich pretendia encontrar na Europa Oriental, entre os eslavos, os escravos para trabalhar para a "raça dos senhores".
No entanto esse motivo é antípoda ao pensamento de Nietzsche, que, vivendo numa época histórica diferente (anterior à Primeira Guerra), se bate pela unidade da aristocracia de todos os países europeus, inclusive os da Europa Oriental.
Ler tudo aqui.
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...