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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Desvio

Antes de ser Cristo, é a verdade.
Se nos desviamos d'Ele para ir para a verdade,
não andaremos um grande troço sem cair nos seus braços.

Simone Weil

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"No princípio era a relação"

Na "2" de ontem (revista do "Público" ao domingo) vem uma entrevista de Anabela Mota Ribeiro ao padre Tolentino Mendonça. Talvez a copie para aqui. Seis páginas, três de texto. Depende de como corre a tarde. Mas deixo uma frase lida à sorte (tomara que a maior parte das entrevista tivesse uma frase para reter, um conhecimento para fixar): «A Simone Weil propunha que se traduzisse "No princípio era o Verbo" por "No princípio era a relação". Acho que se devia traduzir assim».

domingo, 29 de julho de 2012

Breu

O grande enigma da vida humana não é o sofrimento, é a infelicidade. (...) A infelicidade torna Deus ausente durante algum tempo, mais ausente do que um morto, mais ausente do que a luz num cárcere totalmente mergulhado no breu.


Simone Weil (1909-1943)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Orientação


O amor é uma orientação e não um estado de alma. Se o ignoramos caímos no desespero ao primeiro golpe da infelicidade.


Simone Weil, "Espera de Deus" (Assírio & Alvim), pág. 123

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dez mulheres num espaço sagrado em que as figuras são quase todas masculinas

A propósito da imagem reconstitutiva de Simone Weil, no post anterior, aqui fica  o vídeo sobre a exposição de dez figuras femininas na catedral anglicana de Rochester, da qual se diz que quase todas as figuras são masculinas. Na realidade, a catedral é dedicada a Cristo e à Virgem Maria.

O que dizem de Jesus: Encarnação


Nunca me interroguei se Jesus foi ou não a Encarnação de Deus. De facto, seria incapaz de pensar nele sem pensá-lo como Deus.

Simone Weil (1909-1943)

Imagem: Simone Weil. Fotografia do artista britânico Vaughan Grylls, que fez uma série de 10 fotografias (com modelos) sobre mulheres que a sua mãe, uma activista dos direitos humanos, considerava exemplares. Fotos e projecto aqui.

terça-feira, 22 de março de 2011

Embriaguez



Muitos outros corpos místicos, que não têm por cabeça Cristo, oferecem aos seus membros formas de embriaguez.


Simone Weil (1909-1943)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Simone Weil, a “virgem vermelha”


Um bocadinho do comentário de Eva Cantarella no jornal “Corriere della Sera” de 02-02-2011 sobre Simone Weil, a “virgem vermelha” (teria feito 102 anos no dia 3 de Fevereiro):
(…) É desnecessário dizer que as interpretações da personagem foram muitas e diversificadas. Em vida foi vítima de todos os lugares comuns de que se lançava mão (e se lança) para ridicularizar as mulheres transgressivas: o aspecto físico, a vestimenta, por fim, os grandes óculos de grau que lhe cobriam o rosto. Para alguns era anoréxica, uma fanática, uma louca... Foi necessário tempo para que lhe fosse feita justiça (na Itália, e se podem ser bem compreendidas as razões, as suas obras foram traduzidas e publicadas graças a Adriano Olivetti). Obviamente a opinião sobre o conteúdo e o valor de seu pensamento filosófico cabe aos especialistas. Mas não é necessário ser um  para compreender a excepcionalidade do seu caráter imbatível e de seu espírito crítico e livre, capaz de nunca delegar aos outros, por nenhuma razão, as próprias escolhas: nem no campo político nem no campo religioso.
Ler tudo aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma pequena diferença

Tudo se passa como se, com o tempo, se tivesse visto já não Jesus, mas a Igreja como sendo Deus incarnado cá em baixo. A metáfora do “Corpo místico” serve de ponte entre as duas concepções. Mas existe uma pequena diferença: é que o Cristo era perfeito, enquanto a Igreja está minada por uma quantidade de crimes.

Simone Weil (1909-1943)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mesmo nos momentos difíceis

Cada acontecimento, qualquer que seja, é como uma apalpadela de Deus. Cada facto, cada coisa que se produz, quer ela seja feliz, infeliz ou indiferente do nosso ponto de vista particular, é uma carícia de Deus.

Simone Weil (1909-1943)

domingo, 22 de agosto de 2010

Via Sacra

Deus esgota-se,
através da espessura infinita
do tempo e do espaço,
para chegar à alma
e seduzi-la.
Se ela deixar que lhe arranquem,
pelo espaço de um relâmpago que seja,
um consentimento puro e inteiro,
Deus conquistou-a.

E quando ela se tornou
uma coisa que lhe pertence inteiramente,
abandona-a.
Deixa-a completamente sozinha.
Então ela, por sua vez,
às apalpadelas,
deve atravessar a espessura infinita
do tempo e do espaço,
à procura daquele que ama.
É assim que a alma
refaz em sentido inverso
a viagem que Deus fez
até chegar a ela.
A Cruz é isto.

Simone Weil (1909-1943)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O que de nós depende

Simone e o seu irmão, André, em 1922

Não depende de nós crer em Deus, mas apenas não conceder o nosso amor a falsos deuses.

Simone Weil (1909-1943)

terça-feira, 22 de junho de 2010

“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”

Cristo é o nosso pão. Não podemos pedi-lo senão para agora. Porque ele está sempre aí, à porta da nossa alma, na qual quer entrar, mas não viola o consentimento. Se consentimos que ele entre, ele entra; assim que não o queremos mais, imediatamente se vai.

(...)

O pão é-nos necessário. Somos seres que retiram continuamente a sua energia do exterior, porque à medida que a recebemos esgotamo-la nos nossos esforços. Se a nossa energia não é quotidianamente renovada, ficamos sem forças e incapazes de movimento.

Simone Weil (1909-1943), excerto da explicação do Pai-Nosso, in “Espera de Deus”, Assírio & Alvim, pág. 219.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O mundo, arte anónima de Deus

Uma obra de arte tem um autor e, contudo, quando ela é perfeita, ela tem qualquer coisa de essencialmente anónima. Ela imita o anonimato da arte divina. Assim, a beleza do mundo faz prova de um Deus ao mesmo tempo pessoal e impessoal, e de nem uma coisa nem outra.

Simone Weil (1909-1943)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poema de Simone Weil

A divina renúncia

Só se possui
aquilo a que se renuncia.
Aquilo a que não se renuncia
escapa-nos.
Neste sentido,
não podemos possuir seja o que for
sem passar por Deus.

Comunhão católica.
Não só
Deus se fez uma vez carne,
mas faz-se todos os dias matéria
para se dar ao homem
e ser consumido.
Reciprocamente,
pela fadiga, desgraça, morte,
o homem torna-se matéria
e é consumido por Deus.
Como recusar esta reciprocidade?
Ele esvaziou-se da sua divindade.
Nós devemos esvaziar-nos
da falsa divindade com que nascemos.

Uma vez que se compreendeu
o seu próprio nada,
o fim de todos os esforços
é tornar-se nada.
É com esta finalidade
que se aceita o sofrimento
é com esta finalidade que se trabalha
é com esta finalidade que se reza.

Simone Weil (1909 – 1943)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O privilégio de ser bom ladrão - pequeno texto de Simone Weil

“Aquilo a que chamo bom porto é, como sabe, a cruz. Se não é possível que me seja dado merecer participar, um dia, na de Cristo, que o seja ao menos na do bom ladrão. De todos os seres de que se fala no Evangelho para além de Cristo, o bom ladrão é, de longe, o que mais invejo. Ter estado ao lado de Cristo e nas mesmas condições, durante a crucifixão, parece-me um privilégio muito mais invejável do que o de estar à sua direita na sua glória”.

Simone Weil, excerto de uma carta ao P.e Perrin, in “Espera de Deus” (ed. Assírio & Alvim)

3 de Fevereiro de 1909. Nasce Simone Weil

A mística que ficou à porta da Igreja

Completaria hoje 101 anos. Morreu nova, com 34 anos. Simone Adolphine Weil (Paris, 3 de Fevereiro de 1909 – Ashford, Inglaterra, 24 de Agosto de 1943) é a mística cristã que não chegou a ser baptizada, a revolucionária que não acreditava no fascismo nem no comunismo, a convertida que quis ficar no escuro da porta do farol (“À porta do farol faz escuro” é o título que reúne em português alguns dos seus poemas, ed. Apostolado de Oração), a filósofa que achava que a reflexão só vale para melhorar a acção. Reflectiu muito e agiu muito. As suas “Obras completas” perfazem oito volumes.

Simone Weil nasceu numa família judia, em França, mas teve educação agnóstica. Na crónica semanal no Diário de Notícias, o P.e Anselmo Borges recordou há um ano episódios da vida deste espírito inquieto (DN 31-01-2009). Com apenas 11 anos, participa em manifestações dos grevistas parisienses. Mais tarde, torna-se operária da Renault para compreender o quotidiano das fábricas. Ainda Anselmo Borges: “Simone de Beauvoir refere nas suas «Memórias» um encontro na Sorbonne: Weil jura apenas pela Revolução que «daria de comer a toda a gente» e a Beauvoir, que sustenta que o verdadeiro problema é o de «encontrar um sentido para a existência», replica: «Vê-se bem que nunca passaste fome!»”

Na busca interminável de Simone Weil teve importância uma passagem por Portugal. Em 1935, na Póvoa do Varzim, assistiu a uma procissão de velas de mulheres de pescadores e ficou abismada com os cânticos populares. “É então que ela recebe uma luz que a guiará até ao fim dos seus dias: dá-se conta de que a religião de Cristo crucificado é, não pode deixar de ser, a religião universal de todos os homens e mulheres, de todos os tempos e condições, marcados pela brasa da desventura, da desgraça do «malheur» (que o nosso vocábulo «infelicidade» não consegue exprimir)”, escreve José M. Pacheco Gonçalves na apresentação da obra “Espera de Deus” (ed. Assírio&Alvim).

Simone Weil morre em 1943, na Inglaterra, para onde tinha emigrado (após uma estadia nos EUA), para se juntar à resistência francesa. Afectada por uma tuberculose, morre de fome, num sanatório, por solidariedade para com os franceses em guerra. Não chegou a ser baptizada, apesar dos esforços do P.e Joseph-Marie Perrin. Sentia-se “cristã fora da Igreja”. Tolentino Mendonça, no prefácio de um outro livro (“Os imperdoáveis”, de Cristina Campo), escreve: “Equivocou-se, no fundo, o Padre Perrin, mestre espiritual da Simone, que lhe concedeu o máximo e lhe pediu o mínimo. «Posso baptizar-te mesmo assim», disse a Simone Weil o Padre Perrin e, inevitavelmente, Simone Weil deu um passo atrás. Um mais profundo e rigoroso teólogo ter-lhe-ia simplesmente negado o baptismo sem tentar nem as conciliações nem o «pathos». E Simone Weil teria, provavelmente, caído de joelhos”.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Universo obediente

"Quando empunhamos um jornal de pernas para o ar, vemos as formas estranhas dos caracteres impressos. Quando o pomos direito, não vemos mais os caracteres, vemos palavras. O passageiro de um barco apanhado por uma tempestade sente cada balanço como um estremecimento das suas entranhas. Só o capitão percebe a combinação complexa do vento, das correntes, do tamanho das vagas, com a disposição do barco, a sua forma, o seu velame, a orientação do seu leme.

Como se aprende a ler, como se aprende um ofício, da mesma forma se aprende a sentir em cada coisa, antes de tudo e quase unicamente, a obediência do universo a Deus".

Simone Weil, in “Espera de Deus” (Ed. Assírio & Alvim), pág. 119

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...