Mostrar mensagens com a etiqueta Concilium. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Concilium. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Questões radicais e estúpidas

Rémi Brague

O “nobel” da Teologia, como toda a gente chama ao Prémio Ratzinger (será porque Joseph Ratzinger, enquanto prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé dinamitou diversa investigação teológica? Antes de ele ser eleito Papa, não faltavam ilustres professores da Católica e de outras escolas de teologia que diziam isso mesmo), foi entregue no domingo ao jesuíta norte-americano Brian Daley e ao historiador francês, leigo, Rémi Brague (notícia aqui).

Nunca tinha ouvido falar de nenhum deles. Mas, como quase sempre, depois de os nomes serem conhecidos, reparamos em coisas escritas por estes teólogos.

Hoje mesmo, ao desfolhar um número da “Communio” (a revista cofundada por Ratzinger; e mais uma pergunta que se impõe: já algum teólogo da "Concilium" foi premiado?), o penúltimo, dedicado à “Democracia”, dou com um texto que tem como título “Pode o homem sobreviver à democracia?”, de Rémi Brague. Muito estimulante. Com questões radicais, ainda que ele mesmo escreva que “nada impede que uma questão radical seja também uma pergunta estúpida”. Precisamos delas (hei de voltar a esta revista e a este artigo).

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Católicos do Reino versus da Comunhão

Timothy Radcliffe escreveu em “Ser cristão para quê?” (Ed. Paulinas) um capítulo (p. 239-259) sobre as divisões internas da Igreja que corroem  comunidades e semeiam ira entre os cristãos.


Estas divisões internas atravessam toda a Igreja, do Vaticano às dioceses, dos bispos aos padres, dos movimentos às paróquias, dos teólogos aos comentadores neste blogue. Leiam-se os comentários aqui neste post. Este tipo de diálogo é recorrente em alguns assuntos neste blogue.


Radcliffe chama a estas tensões “católicos do Reino” e “católicos da Comunhão”. Sintetizo as características de uns e outros. Embora a maioria dos cristãos se reencontre em ambos, quase todos nós preferimos mais um ou outro tipo.

Católicos do Reino
Católicos da Comunhão
Veem-se como Povo de Deus em peregrinação para o Reino

Vêem-se como membros da instituição Igreja, a Comunhão dos crentes
Os principais teólogos colaboram na revista “Concilium”

Os principais teólogos colaboram na revista “Communio”
Não há revelação nem verdade sem liberdade

A verdade e a beleza têm autoridade para atrair as pessoas
Doutrina central: Incarnação


Doutrina central: Cruz
Veem a verdade como uma libertação


Veem a verdade como um  reagrupar das forças
Centram-se na práxis e na experiência


Centram-se na adoração e na liturgia
Cristo é o que derruba fronteiras


Cristo é o que reúne uma comunidade
Ubi Christus, ibi ecclesia – Onde está Cristo, aí está a Igreja

Ubi ecclesia, ibi Christus – Onde está a Igreja, aí está Cristo
Dão mais destaque ao “sangue derramado pela multidão” (“por todos”)

Dão mais destaque ao “pão dado aos discípulos” (“por vós”)
Pensam (erradamente) que os católicos da Comunhão são uns saudosistas do passado
Pensam (erradamente) que os católicos do Reino sucumbiram à cultura do relativismo

terça-feira, 30 de junho de 2009

Rahner e Ratzinger - II

Logo após o Concílio, em 1965, Rahner, com A. van den Boogaard, P. Brand, Y. Congar OP, H. Küng, J.-B. Metz e E. Schillebeeckx, funda a revista Concilium. Ratzinguer, com Hans Urs von Balthasar e Henri de Lubac fundam a Communio, em 1972 (edições alemã e italiana). Dificilmente os nomes poderiam mais programáticos. Mas ambos os programas são essenciais.

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...