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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

7 de fevereiro de 1550. É eleito o Papa Júlio III


Concílio de Trento

Júlio III sucedeu ao Papa Paulo III. Foi eleito no dia 7 de fevereiro de 1550 e liderou a Igreja Católica até ao dia 23 de março de 1555. Morreu de gota.

No dia 13 de dezembro de 1545, este Papa, com uma oração, abriu o Concílio de Trento, que duraria até 1563.

sábado, 14 de abril de 2012

Dicas para interpretar a Bíblia

Durante o Concílio de Trento, um padre, para fundamentar as suas próprias teses, citava passagens bíblicas tiradas do contexto e dava-lhes sentidos forçados.
O presidente da assembleia, farto de assistir à deturpação de trechos da Sagrada Escritura, interveio:
- Padre reverendíssimo, tome Mateus 27,5 e leia: "Judas saiu e enforcou-se". Tome depois Lucas 10,37 e leia: "Vai e faz tu também o mesmo".

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O perigo de um Vaticano III nos próximos tempos

Alberto Melloni até gostava de ver o Vaticano III, mas receia os resultados

Há dias, um texto no "Corriere della Sera" falava de um III Concílio do Vaticano (aqui). Eu penso que é mais do que necessário. Ou um Jerusalém II. Não chega aprofundar o Vaticano II, quando muitos olham ainda mais para Trento. É irrealista pensar que o Vaticano III acontecerá dentro de uma década, mas as questões do sacerdócio/celibato, mulheres/ordenação, poder/democracia, que são decisivas para o modo de estar da Igreja no mundo, só se resolvem com um concílio.

Alberto Melloni, no diário italiano, lembrava a tomada de posição do Cardeal Martini. Ao seu lado – é a nota portuguesa – surgiu nesse sínodo de 1999 D. António Marcelino, que agora é bispo emérito de Aveiro. Dizia o arcebispo de Milão, diocese que, como afirma o articulista, é o lugar mais importante para se chegar a Papa (por isso, quando há meses foi nomeado para Milão Angelo Scola, que estava em Veneza, muitos disseram: Olhem para ele. Pode suceder a Bento XVI), que havia uma série de questões a discutir. Foi há 12 anos. E ainda estão por discutir.
Os pontos que Martini indicava como agenda de uma futura assembleia de bispos de escala universal – um eufemismo que não queria fazer sombra ao papa, ao qual compete a convocação do Concílio – haviam sido no máximo encostados pelo magistério de Karol Wojtyla: a "carência dos ministros ordenados", a "posição da mulher", a participação "dos leigos em algumas responsabilidades ministeriais", "a sexualidade, a disciplina do matrimónio, a práxis penitencial", a revitalização da "esperança ecuménica".
De então para cá, o que aconteceu?
Certamente, a julgar pela mediocridade do debate teológico destes anos – muitas vezes reduzido a banalidades adulatórias, vícios personalistas e acuradas eliminações dos verdadeiros problemas das Igrejas –, se poderia dizer que o Concílio de uma Igreja, mesmo que vasta como a católica, correria o risco de se empobrecer em traços óbvios. E o sonho de um Concílio "das Igrejas" – que no Conselho Mundial de Igrejas, de Genebra, se esgotou em um precioso trabalho de diplomacia infra-eclesiástica – parece muito longe para quem conhece a quantidade de descortesias que as Igrejas sabem trocar entre si.
Se o Vaticano II, apesar de inesperado, foi o culminar de um trabalho das bases (o movimento patrístico, o movimento bíblico, o movimento litúrgico, o movimento ecuménico e a Acção Católica, para falar dos movimentos mais importantes), só podemos temer pela realização de um Vaticano III nos próximos anos. A ter em consideração o pensamento teológico dominante, que se resume a um Papa que pensa e a uma legião de comentadores do Papa, seria mais um Trento II. Valha-nos o Vaticano II, que foi mais ruptura do que continuidade na linha oficial, embora agora se ouçam vozes a dizer foi mais continuidade. Dizer isso é uma forma de desvalorizar o Vaticano II.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

13 de Outubro de 1534. É eleito Paulo III



O Papa Paulo III é um dos mais influentes da história. Foi eleito no dia 13 de Outubro de 1534 e, no seus 15 anos de pontificado, até 10 de Novembro de 1549...


...concedeu a Inquisição ao poder real português (a D. João III, em 1536; e não à Igreja);
...promulgou uma bula que reconhecia a humanidade dos índios das Américas (1537; bula "Sublimis Deus");
...excomungou Henrique VIII de Inglaterra (1538);
...aprovou a criação da Companhia de Jesus (jesuítas, 1540);
...convocou um concílio para Trento (1545; o concílio decorreria até 1563).


Paulo III aparece em algumas das listas dos piores papas. Parece que matou e mãe e uma sobrinha por causa de umas fortunas, teve amantes e apoderou-se de parte dos rendimentos das prostitutas de Roma.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Comungar só de joelhos?


Quando se recuperou a missa em latim, segundo o ritual pré-Vaticano II, houve quem dissesse que não havia nada de estranho nisso, pois com multidões plurinacionais o uso da língua oficial da Igreja seria melhor para dar a ideia de catolicidade. Mas logo se tornou claro que a recuperação do latim (talvez dê jeito aos chineses, que andam a aprendê-lo) trazia agarrados outros ritos, paramentos velhos, rendas, luvas, arminhos e outras coisas que não deviam sair dos museus paroquiais e diocesanos. Não é conjuntural, é estrutural, como gostam de dizer os políticos.

Sinais há de que regressa também a teologia do sacrifício. A missa é mais sangue derramado no altar para aplacar Deus do que refeição partilhada em festa. O padre, de costas para o povo, é mais sacerdote e hierarca do que pastor e companheiro.

(Curiosamente, invoca-se que o padre age na vez de Cristo para dizer que uma mulher não tem tal similitude para ser ordenada – não estou a brincar, este é um dos argumentos contra a ordenação –, mas já não se defende que se se trata de oferecer um sacrifício na vez da Igreja, segundo o rito antigo, a mulher teria mais similitude para com a "mãe e mestra", que é a ecclesia, do que o homem...)

Regressa também a linguagem dos anjos e demónios, os sacrifícios feitos pelas crianças, a pureza ritual. Um dia destes será restaurado o limbo para as crianças que morrerem sem baptismo. Voltará a exigência de a mulher entrar na Igreja de véu. E já faltará pouco para se exigir o jejum integral antes da Eucaristia, se é que não é já exigido na chamada missa tridentina.

Agora vem o cardeal António Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, dizer que “é necessário para toda a Igreja que a comunhão se faça de joelhos” (li aqui). Na realidade, o Papa só dá a Comunhão a cristãos de joelhos.

Cada vez é mais necessário recordar a frase mais repetida na Bíblia (talvez daqui a pouco também a não possamos ler livremente): “Quero misericórdia e não sacrifícios”.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Rito latino da missa não permite acólitas

A Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” veio esclarecer que as meninas não podem servir ao altar na forma latina da missa (o chamado rito tridentino, pré-reforma do Vaticano II).
É muito estranho – e lamentável, na minha opinião – este esclarecimento, como, aliás, toda esta concessão aos tradicionalistas, que é o regresso a este rito. Com mais um esforço, a comissão ou alguém por ela ainda é capaz de descobrir que as mulheres não podem ser baptizadas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Missal do Novo Catecismo da "troika"

No dia 14 de Maio, São José Almeida escreveu no “Público” uma opinião sobre o programa de intervenção na economia portuguesa elaborado pela troika. Deu-lhe o título de “A Contra-Reforma” e usou diversas expressões de origem religiosa para falar do assunto.

Sendo a troika constituída por representantes de três instituições (FMI, BCE e CE), só faltou falar em trindade.

Vejamos as frases e expressões com linguagem de inspiração religiosa (os negritos são meus):

- “O documento da troika surge assim como uma espécie de Missal do Novo Catecismo da Contra-Reforma, imposto por um novo Concílio de Trento que instalou a sua doutrina na Europa. E nele surge uma visão salvífica e redentora, que ignora a degradação social que provoca, e que se apresenta como um novo dogmatismo que promete trazer um paraíso de leite e mel ou ser uma espécie de novo sol na terra”;

- [documento apresenta-se como] "verdade absoluta";

- “Não sendo demonstrável a capacidade salvífica do documento da troika…”;

- “Será que contém alguma solução milagrosa para o desenvolvimento económico que tenha resultado na Grécia?”;

- "Contra isso [tensão e revolta social] o Missal da troika não apresenta ainda milagre".

Mais para o final a jornalista, que já em diversos textos mostrou que é ateia ou pelo menos agnóstica, volta a falar do enigmático “Missal do Novo Catecismo desta Contra-Reforma”. Digo enigmático porque não existe nenhum “Missal do Novo Catecismo”. O que existe é o Catecismo de Pio V, preparado pelo Concílio de Trento (1545-1563) e publicado por Pio V em 1566, e o Missal Romano, publicado pelo mesmo Papa em 1570. Mas são coisas diferentes. A jornalista devia ser mais cuidadosa. Devia ter mais trento na língua.

quarta-feira, 23 de março de 2011

23 de Março de 1555. Morre o Papa Júlio III


Júlio III nasceu no dia 10 de Setembro de 1487 e morreu no dia 23 de Março de 1555. Foi eleito Papa no dia 7 de Fevereiro de 1550. Coube a este pontífice a abertura do Concílio de Trento, no dia 13 de Dezembro de 1545 (o concílio durou até 1563).

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

26 de Janeiro de 1564. Os decretos de Trento são aprovados

O Papa Pio IV confirmou no dia 26 de Janeiro de 1564  todos os decretos do Concílio de Trento, que se tornam, assim, parte da doutrina católica.


O Concílio de Trento, o maior da história, começou em 1545 e durou até 1563. O que estava em causa era a reforma da Igreja para fazer face ao protestantismo. Por isso, entre outras coisas, aprovou-se uma doutrina sobre a salvação, elencaram-se definitivamente os sete sacramentos, realçou-se a Tradição, sistematizou-se o rito da missa, esclareceram-se as dúvidas sobre práticas como a veneração de santos e de relíquias e venda de indulgências, reorganizou-se a Inquisição, mandou-se elaborar um catecismo.


Um concílio cujos efeitos ainda hoje se notam. E pelo qual os mais tradicionalistas anseiam.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

13 de Dezembro de 1545. Começa o Concílio de Trento

Para condenar o protestantismo e reafirmar os princípios católicos, teve início no dia 13 de Dezembro de 1545 o Concílio de Trento.

Trento (norte de Itália) era então uma cidade do Sacro Império Romano-Germânico.

O concílio durou até 1563, tendo por ele passado cerca de 255 bispos, cardeais e legados pontifícios. Dois terços eram italianos. O segundo maior contingente era espanhol. Só lá estavam bispos europeus. O concílio começou no pontificado de Paulo II, passou pelo de Júlio III e terminou sob Pio IV.

Deste concílio saiu o catolicismo que perdurou até ao II Concílio do Vaticano. Realce-se a “Missa Tridentina”, segundo o Missal Romano promulgado por Pio V, em 1570, que, graças a Bento XVI, voltou a ser celebrada sem autorização do bispo local. Atrás da Missa Tridentina vieram vestimentas que, na minha opinião, usadas hoje, representam o que de mais retrógrado tem o catolicismo. O desejo de regresso ao passado fixista, hierárquico, eclesialmente monárquico. Deviam estar lá bem guardadas nos museus paroquiais ou diocesanos em vez de as pavonearem em celebrações altamente teatralizadas, ainda por cima numa língua que não se conhece.

Para ver mais fotos deste calibre, numa ordenação de diáconos segundo o rito tridentino, em 2009, clique aqui. O cardeal da imagem é Franc Rodé, Prefeito da Congregação dos Religiosos. Depois admiram-se por as pessoas já não falarem a linguagem da Igreja.

sábado, 1 de maio de 2010

1 de Maio de 1572. Morre Pio V

Encerramento do Concílio de Trento

Pio V (Michele Antonio Ghisleri, Bosco, 17-01-1504 - Roma, 01-05-1572), Papa de 1566 a 1572, depois de ter sido inquisidor-mor, concluiu o concílio de Trento (1545-1563), estabeleceu a Missa Tridentina, que hoje os tradicionalistas preferem, fez publicar o Catecismo, excomungou a rainha de Inglaterra, mandou Daniele da Volterra tapasse os nus da Capela Sistina (aqui), promoveu a "cruzada" de Lepanto. Um dos papas mais influentes da História.

Pio V foi beatificado no dia 27 de Abril de 1672 e canonizado no dia 22 de Maio de 1712.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

2 de Fevereiro de 1594. Morre Palestrina

Giovanni Pierluigi da Palestrina nasceu a 3 de Fevereiro de 1525 e morreu no dia 2 de Fevereiro de 1594, na véspera de completar 70 anos.

Grande compositor, amigo de papas, compositor oficial do Vaticano (com Júlio III), de São João de Latrão (quando Paulo IV decidiu que quem houvesse composto música não religiosa não podia estar no Vaticano), de Santa Maria Maior, voltando depois para a capela papal, encarna o espírito da Contra-Reforma que a Igreja Católica assumiu após o Concílio de Trento.

Compôs 104 missas. Foi o maior músico da época. Mas depois veio Bach (1685-1750).

Palestrina está enterrado na Basílica de São Pedro, embora o seu túmulo não esteja identificado, devido a construções posteriores.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Os padres conciliares vão ao baile

Diário do Concílio de Trento, mantido por Angelo Masselli, de Fevereiro de 1545 a Setembro de 1551 (nos Arquivos Secretos do Vaticano)

Excerto do diário de Masselli relativo ao dia 3 de Março der 1546:

“O Cardeal de Trento, Cristóvão Madruzzo, organizou no seu palácio grandes festas por ocasião do casamento de um nobre que aí foi celebrado. Depois do banquete, entre outras coisas, houve um baile com a presença de muitas damas nobres. Como é uso no país convidar a dançar todos os participantes no banquete, e o Cardeal havia recebido à sua mesa os bispos de Feltre, de Agde, de Clermont, etc., assim como o auditor da Rota, Pighini, e o procurador-fiscal do Concílio, todos tiveram de participar nas danças. Foi deste modo que o Cardeal os quis honrar. À noite, convidou para jantar o arcebispo de Palermo e outros bispos e pediu-lhes que desses início ao baile, ele próprio à cabeça. Tudo se passou, aliás, dentro da maior modéstia, honestidade e caridade cristãs, como convinha (…)”.

Vem / não vem de Trento

Coisas que vêm de Trento:

- a criação dos seminários
- a afirmação da superioridade do Papa sobre os concílios (fim do conciliarismo)
- o Índice dos livros proibidos (Index Librorum Prohibitorum)
- a uniformização dos ritos (com a abolição dos mais recentes e a sobrevivência dos que tinham mais de dois séculos, incluindo o bracarense)
- doutrina sobre as Escrituras, o Pecado original, a Justificação, os Sete Sacramentos, o culto dos santos e das relíquias, as Indulgências.

Não vêm de Trento:

- a Inquisição, que é de criação medieval. A que chega a Portugal, a pedido de D. João III, de alguma forma tinha por modelo a Inquisição espanhola, que foi autorizada por Sisto IV em 1478, muito antes de Trento.
- a Companhia de Jesus (jesuítas), que foi fundada em Paris, em 1534.

Li em tempos que vinha do Concílio de Trento alguns preceitos de saúde que muita influência tiveram na evolução dos costumes. Um deles aconselhava os pais a não dormirem com os filhos recém-nascidos. Tal medida pretendia minorar a mortalidade infantil. De momento não posso confirmar tal preceito.

4 de Dezembro de 1563. Termina o Concílio de Trento

“Concílio de Trento” (1588), fresco de Pasquale Cati da Iesi, na Igreja de Santa Maria em Trastevere, Roma

Convocado por Paulo III, o Concílio de Trento teve início no dia 13 de Dezembro de 1545, atravessou os pontificados de Júlio III e Marcelo II e terminou no dia 4 de Dezembro de 1563, quando já era Papa Pio IV. Teve diversas interrupções (entre 1548 e 1551 e entre 1552 e 1562), mas é considerado o concílio mais longo da história. E foi um dos mais influentes na “formatação” do catolicismo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Intervenção de Bartolomeu dos Mártires no Concílio de Trento

Excerto de uma intervenção de Bartolomeu dos Mártires no Concílio de Trento:

Não temos quem ensine, quem confesse, nem quem pregue frutuosamente. Por isso ninguém estuda, ninguém trabalha por saber e geralmente se tem por erro gastar tempo, vida e fazenda nas Universidades: quando basta servir ociosamente ao bispo; ou a seu parente sem mais cansar, nem saber, para gozar rendas de grandes benefícios: quando vale mais a ignorância com poucas onças de favor, que a ciência e boas letras com grandes pesos de merecimento.

Eminentíssima reforma dos eminentíssimos cardeais

Túmulo de Bartolomeu dos Mártires, em Viana do Castelo

Licínio Lima escreveu no DN de 4 de Novembro de 2001, dia da beatificação de Bartolomeu dos Mártires (que entrou para os dominicanos, em Lisboa, no dia 11 de Novembro de 1528 e professou com o nome de Frei Bartolomeu dos Mártires no dia 15 de Novembro de 1529):

Trata-se da beatificação do português mais controverso da história da Igreja. Nascido em 1514, em Lisboa, Frei Bartolomeu ficou conhecido mundialmente devido à sua participação no famoso Concílio de Trento (1561-63), cuja realização se deveu, sobretudo, ao impacto da reforma protestante, lançada por Martinho Lutero, por toda a Europa ocidental.

Considerado por historiadores contemporâneos como "o maior padre conciliar" presente em Trento, o bispo português disse na altura verdades que servem para a actualidade: "A Igreja e o mundo todos estavam mais precisados de reformas do que de dogmas." Defendendo uma reforma eclesial desde a cúpula até às bases, não se coibiu sequer de sublinhar que as mudanças deveriam começar pela "eminentíssima reforma dos eminentíssimos cardeais".

Depois da participação em Trento, regressou à arquidiocese de Braga, onde foi bispo durante 23 anos, e empenhou-se em aplicar as decisões do Concílio. A ignorância causava-lhe calafrios, e mais ainda quando ouvia da boca dos padres máximas que consideravam de sapiência: "Bendita seja a Santíssima Trindade, irmã de Nosso Senhor Jesus Cristo." Perante tão santa insciência, escreveu livros de doutrina para que fossem lidos ao povo e criou escolas de teologia moral para formação do clero. São da sua autoria 32 obras que marcaram o seu tempo, uma das quais - o Estímulo de Pastores - foi oferecida a todos os participantes nos I e II Concílios do Vaticano.

Da sua iniciativa foi também a fundação do Seminário Conciliar de Braga, considerado a primeira casa de formação de sacerdotes em todo o mundo.

Durante o seu pontificado, visitou todas as 1300 paróquias da sua extensa diocese, cujo território abrangia o Minho e Trás-os-Montes, até Freixo de Espada à Cinta. Conhecedor do terreno, organizou um sínodo diocesano para ouvir as bases e, assim, vislumbrar a melhor forma de o povo interiorizar o Concílio de Trento. E para que a sua acção não fosse isolada, promoveu um concílio provincial com os bispos das dioceses circundantes, sufragâneas da sua. O diálogo com os crentes e os colegas marcou a sua acção.

Depois, exausto e doente, com apenas 69 anos, pediu ao Papa que o deixasse descansar. Resignou sem se importar com a perda dos privilégios. Isto aconteceu em 1581, tendo-se retirado para o Convento de São Domingos, em Viana do Castelo, fundado também por si, onde se dedicou à oração e meditação, e a cuidador dos pobres. Ali morreu em 1590.

11 de Novembro de 1528. Bartolomeu dos Mártires torna-se dominicano

No dia 11 de Novembro de 1528, Frei Bartolomeu dos Mártires entrou para a Ordem dos Pregadores (o.p., dominicanos).

Bartolomeu Fernandes dos Mártires nasceu em Lisboa (1514) e morreu em Viana o Castelo (16 de Julho de 1590). Está sepultado numa igreja desta cidade.

Participou no Concílio de Trento, tendo sido muito interventivo. Foi dos primeiros a aplicar as determinações desta reunião magna dos bispos católicos. Publicou o “Catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais”, destinado ao povo, e dedicou grande parte do seu tempo às visitas pastorais, numa época em que era normal os bispos nunca porem os pés nas dioceses que lhes estavam atribuídas. Foi declarado “venerável” pelo Papa Gregório XVI (em 23 de Março de 1845) e beatificado pelo Papa João Paulo II (4 de Novembro de 2001).

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...