segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Como é que é verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade?



No texto de Bento Domingues de ontem, no número 2, ficou expressa uma preocupação sobre o atual panorama teológico na igreja católica. Sublinho:
(…) A partir dos anos 80, começou um eclipse da liberdade teológica que está a levar demasiado tempo a passar. Às interrogações sucedeu o clima das certezas cegas a propor e a defender. As ciências e as filosofias passaram a ser muito evocadas nos slogans da relação entre fé e cultura e razão e fé, mas a sua prática desertou, em muitos casos, dos cursos de Teologia. Tende-se a privilegiar um positivismo bíblico-patrístico com pinceladas literárias e espiritualistas, a que falta o foco da razão e os dinamismos do Espírito.
Lembrou mais à frente que Tomás de Aquino descartou os argumentos de autoridade que “apenas documentam a fé, mas não explicam como é que é verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade”.

Esta última frase é pertinente, por exemplo, para aqueles que se apoiam em argumentos de autoridade para dizer que não se pode ordenar mulheres. “João Paulo II declarou que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, logo…

Falta muito disto na comunidade católica: como é que é verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade?

1 comentário:

HD disse...

Porque é escasso o cultivo da "arte de descernir" na comunidade católica. Aliás há muito obediencia cega ao "culto da personalidade" e muito pouco ao Evangelho...

Há um sínodo?

O sínodo que está a decorrer em Roma é de uma probreza que nem franciscana é. Ou há lá coisas muito interessantes que não saem para fora ou ...