No texto de Bento Domingues de ontem, no número 2, ficou expressa uma preocupação sobre o atual panorama teológico na igreja católica. Sublinho:
(…) A partir dos anos 80, começou um eclipse da liberdade teológica que está a levar demasiado tempo a passar. Às interrogações sucedeu o clima das certezas cegas a propor e a defender. As ciências e as filosofias passaram a ser muito evocadas nos slogans da relação entre fé e cultura e razão e fé, mas a sua prática desertou, em muitos casos, dos cursos de Teologia. Tende-se a privilegiar um positivismo bíblico-patrístico com pinceladas literárias e espiritualistas, a que falta o foco da razão e os dinamismos do Espírito.
Lembrou mais à frente que Tomás de Aquino descartou os
argumentos de autoridade que “apenas documentam a fé, mas não explicam como é
que é verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade”.
Esta última frase é pertinente, por exemplo, para aqueles
que se apoiam em argumentos de autoridade para dizer que não se pode ordenar
mulheres. “João Paulo II declarou que a Igreja não tem absolutamente a
faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, logo…
Falta muito disto na comunidade católica: como é que é
verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade?
1 comentário:
Porque é escasso o cultivo da "arte de descernir" na comunidade católica. Aliás há muito obediencia cega ao "culto da personalidade" e muito pouco ao Evangelho...
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