Com a saída de D. Bertone da chefia da Secretaria de Estado,
ouve-se dizer que ele era um “yes-man”. Marco Politi escreve no "Il Fatto
Quotidiano": “O Papa Ratzinger conhecia os seus limites, mas, sentindo-o em
total sintonia com os seus próprios desejos e sabendo que ele nunca assumiria
uma posição de crítica contra ele (dos papéis do Wikileaks, vem à tona que a
diplomacia vaticana considerava Bertone como um "yes-man" ao extremo
do pontífice), sempre quis defendê-lo” (lido aqui).
Mas a questão é: na Igreja católica pode haver inferiores na
hierarquia ordenada que não sejam “yes-men”? Só conheço duas respostas e ambas começam
por n. Não e nunca. Isto não é uma crítica. É o reconhecimento de aspetos constitutivos de um sacramento que se chama precisamente "ordem".
3 comentários:
Por vezes esquecemo-nos que a Igreja não é um governo nem uma empresa, mas que o serviço ministerial procura (ou deveria procurar, acima de tudo e antes de tudo) a docilidade ao Espírito. Por vezes, desclassificamos a essência da identidade do que nos faz cristãos como «naïve», loucura, ou ilusão. Mas se não somos isso, não somos nada mais nem nada menos do que todos, e, então, nada somos. Porque ou somos sal ou, enquanto cristãos, servimos apenas para deitar fora.
PVG
infelizmente assim é. e quando não é é o cabo dos trabalhos. mas não é comum das instituições manterem a todo o custo o status quo?
Não, não é assim. Fala quem não sabe. Pode-se sempre dizer "não" quando há motivos de consciÊncia bem fundamentados. Fi-lo diversas vezes na minha vida e nunca -- nunca -- fui prejudicado por isso. Se alguém prejudicou alguém por ter ouvido um "não", esse é que não sabe o que é o sacramento da "ordem".
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