Porque me revejo numa visão mais liberal da economia (o que não quer dizer "sem ética"; sei que alguns dos que leem este blogue estão em quadrantes contrários) e porque na Igreja católica há lugar para muitas sensibilidades, da liberalizante à socializante, com diversas matizes, confesso a minha tristeza com a morte de António Borges.
domingo, 25 de agosto de 2013
Morreu o economista António Borges. Católico
Porque me revejo numa visão mais liberal da economia (o que não quer dizer "sem ética"; sei que alguns dos que leem este blogue estão em quadrantes contrários) e porque na Igreja católica há lugar para muitas sensibilidades, da liberalizante à socializante, com diversas matizes, confesso a minha tristeza com a morte de António Borges.
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5 comentários:
Gostava, sinceramente, que me explicassem como é que a ética cristã se coaduna com as práticas da Goldman Sachs. Não é por ele ter morrido que amoleço a minha opinião sobre António Borges.
Jorge: já o escrevi no Facebook, deixo aqui o mesmo comentário: lamento sempre a morte de alguém, ainda mais sabendo que isso ocorre depois de uma doença que deve ter provocado muito sofrimento. Mas também lamento as tristes ideias de António Borges, sobre os salários baixos que (quase) todos deveríamos ter (excepto os que, como ele, tinham vários empregos e ainda por cima eram consultores de um governo pago com os nosso impostos). E, quanto às suas convicções católicas, não julgo, não sou ninguém para julgar; apenas me parece que as opiniões dele não coincidiam, em muitas coisas, com alguns princípios da doutrina social da Igreja... António Marujo
António Marujo, obrigado pelo comentário.
Recordo o que vem hoje no Público, dito por A. Borges:
“Os salários estão a baixar em Portugal. Isto é duro, mas é o resultado do mercado. Nunca disse, nem poderia dizer, que é do interesse do país ter salários baixos. Uma coisa é uma situação de emergência, em que as pessoas estão a perder o seu emprego, outra coisa é seguir uma política de longo prazo de salários baixos.”
Em relação à Doutrina Social da Igreja, ele mesmo disse que era "muito inspiradora".
http://tribodejacob.blogspot.pt/2013/08/antonio-borges-doutrina-social-da.html
Fernando Correia de Oliveira, não conheço suficientemente a Goldman Sachs, mas pelo que ouço dizer, de facto, a ética cristã (e mesmo muitas não cristãs) não se coaduna com as suas práticas de "domínio do mundo" - como alguns dizem. Mas isso não quer dizer que António Borges não tenha tido um comportamento ético quando foi um dos centenas de vice-presidentes (alguns pensam que ele era o número 2...). Na verdade, desconheço o seu comportamento na GS.
Aprecio António Borges simplesmente porque defendeu abertamente algumas ideias liberais e como não estava disposto a entrar em populismos e trivialidades, preferiu não ter (ou não conseguiu) protagonismo político.
Na realidade, ele considerava-se social democrata à moda europeia. Parece-me, de facto, que nos falta dessa social democracia tão presente em países onde a economia e as finanças funcionam melhor como os nórdicos, o Canadá, a Suíça ou mesmo a Alemanha.
Não conhecia AB, mas dauqilo que já li hoje, parece-me no mínimo uma pessoa íntegra e ética - o que não implica que fosse muito o pouco católico, mas indica que era "boa" pessoa qb, veja-se este exeplo no JN: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/in_memoriam_antonio_borges.html
Tendo dito isto, também não acho que a GS se dedique à "destruição mundial" ou algum horror parecido, muito menos aos olhos de AB. A fução dos bancos de invetsimento eram, para ele e para a maioria dos economistas iberais, essenciais no mundo capitalista - o que não quer dizer que estivessem imunes a erros, como se viu em 2008 (e AB concorda). Com isto procuro apenas dizer que não encontro evidencia que AB não fosse católico na sua vida, e já que se confessava católico (ver: Expresso), "quem sou eu para o julgar".
Abraço
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