A homossexualidade não é compatível com o sacerdócio. Se não, o celibato como renúncia também não teria sentido. Seria um grande perigo de o celibato se transformasse numa oportunidade para introduzir no sacerdócio pessoas que não se querem casar, já que, por alguma razão, a sua posição perante o homem ou a mulher está modificada, está alterada, não se encontra em todo o caso orientada no sentido da criação de que falámos.
A Congregação do Ensino adotou há uns anos uma regra segundo a qual não é permitido que candidatos homossexuais sejam ordenados padres, porque a sua orientação sexual os distancia do seu sentido de verdadeira paternidade, da essência do sacerdócio. A seleção dos candidatos ao sacerdócio deve ser muito cuidadosa. Aqui, deve prevalecer a maior atenção, para que um equívoco deste tipo não penetre e, no final, leve identificar o celibato dos padres com a tendência para a homossexualidade.
Da página 148 de “Luz do Mundo”, entrevista de Peter Seewald
a Bento XVI, na Lucerna.
Este excerto vem responder às dúvidas de um leitor, nos comentários a "O que é um lóbi gay?".
Devo acrescentar que não concordo com Bento XVI. Ainda que me pareça que, no primeiro parágrafo, ele pensa na homossexualidade concretizada em atos explicitamente homossexuais, no segundo, está implicado que os seminários devem afastar os candidatos homossexuais somente por causa da orientação homossexual em si mesma.
Na realidade, julgo que em nenhum momento se pergunta a um candidato a padre: "És hetero ou homossexual?". Ou pergunta-se?
Devo acrescentar que não concordo com Bento XVI. Ainda que me pareça que, no primeiro parágrafo, ele pensa na homossexualidade concretizada em atos explicitamente homossexuais, no segundo, está implicado que os seminários devem afastar os candidatos homossexuais somente por causa da orientação homossexual em si mesma.
Na realidade, julgo que em nenhum momento se pergunta a um candidato a padre: "És hetero ou homossexual?". Ou pergunta-se?
37 comentários:
Como ligo comum não tenho a veleidade de refutar categoricamente a afirmação do agora Bispo Emérito de Roma mas, não concordo de todo com ele. A orientação sexual é apenas uma faceta da personalidade e não a define como pessoa. Toda a pessoa humana é uma unidade biopsicoespiritual única e irreplicável e ser homo ou heterossexual não é uma opção. É ou não é, ou julgam que se fosse uma opção alguém escolheria ser perseguido, apontado, descriminado ou até mesmo (falo á escala global) morto…
Ninguém é definido pela sua orientação sexual mas pelo seu todo e, não é a orientação sexual que torna uma pessoa boa ou má.
Paulo Pinto
"ser homo ou heterossexual não é uma opção". Isso é que não sei. O senhor sabe-o de modo tão categórico? Não acha que tem muito de opcional? Acha, de facto, que é algo de prévio à esfera da liberdade e das decisões?
De qualquer modo, creio que o texto que Bento XVI cita não diz que os homossexuais não possam ser padres, mas que apenas os que vivem uma cultura gay não o podem ser. Mas posso estar enganado.
De qualquer modo, blogger, obrigado.
Não amigo Jorge, directamente não, mas nesses lugares já há quem esteja até a exigir um atestado médico sobre algumas doenças como por exemplo a HIV/AIDS e outras para não falar no caso das hereditariedades, algumas totalmente absurdas! Outro absurdo é que na maior parte delas, salvo algumas, (muito poucas, as de clausura), os limites para entrar vão até aos 35 anos, o que significa que a partir dessa idade já não podes servir a Deus na seara, resumindo, já não vales nada espiritualmente!
A gente lá vai negando, mas a verdade é que existem por aí “muitas soluções finais” e muito mais subtis… se não tens menos (x idade e és “são-apto” na perspectiva do rendimento religioso), então ao lixo e ao esquecimento como se faz também na vida profissional e por aí adiante! Nunca se viu por ai tanto desprezo pela vida dos irmãos e irmãs que já não são tão “jovens” na idade, seja na sociedade e pior, também na própria Igreja! Pergunto-me diariamente o que dirá Jesus desse amor tão fraterno e acolhedor! Já agora, a justificação desses limites na vida espiritual dizem que é por causa da impossibilidade de formar (versus formatar) a pessoa já adulta….! Afinal eles(as) o que procuram são soldadinhos de chumbo formatados com o selo de cada clube religioso feitos à medida das suas interpretações pessoais da vida cristã! Pobre gente, e depois andam a organizar campanhas vocacionais para atrair os jovens, logo estes que são implacáveis nos seus olhares e juízos sobre os adultos! Como se tais corações fossem cegos!
Peter, podeia concretizar?
a) "já há quem esteja até a exigir um atestado médico sobre algumas doenças como por exemplo a HIV/AIDS e outras para não falar no caso das hereditariedades"
b) "na maior parte delas, salvo algumas, (muito poucas, as de clausura), os limites para entrar vão até aos 35 anos"
Era um favor à verdade que faria. Mas, como fiel discípulo de Frei Bento Domingues, imagino que não o fará: assim a suspeição será maior ou o perigo de denegrir a Igreja menor.
Anónimo 7:08, só quem carrega tanta desonestidade intelectual pode fazer um pedido desses… nem sequer perderei tempo a fazer-lhe o trabalho de casa… vá lá visitar a maior parte das comunidades que têm pagina na net para aferir do que afirmei sobre as idades para se poder entrar, (como se não o soubesse já) assim como os conteúdos no direito canónico sobre o tema das doenças, hereditariedades etc..etc..etc… etc… que cada vez mais estão a ser escrupulosamente cumpridos nas comunidades, algumas até já começaram há muito tempo a fazer também triagens com psicólogos contratados ou de fora e outras tontarias mais! Veja lá se deixa de vir para estes espaços armado de ingenuidades como quem desconhece a coisa!
Anónimo, como estou de boa fé como sempre estive, e porque confio que não está totalmente informado sobre o tema, deixo-lhe aqui alguma informação do processo de selecção. O exemplo que uso é o que é realizado pelos REDENTORISTAS, pode consultar aqui:
http://www.cssr.com/portugues/whoarewe/SecsAndComms/Formation/Documents/sec.form-CritforAccept2008-PT.shtml
Se não conseguir abrir a página tenho em PDF:
https://docs.google.com/file/d/0B9NYHdRmfMfZa1NkRWhyZmE4cE0/edit?usp=sharing
Se precisar de outros exemplos diga pf .
Já agora, esqueci de referir que na parte final do doc. como constatará, o tema e a análise sobre a homossexualidade é abundante e acaba com as dúvidas (esperemos) da abordagem que se faz hoje na área aos candidatos!
Para aprofundamento do tema (religião e homossexualidade),
recomendo os seguintes blogues católicos :
moradasdedeus
rumosnovos
riacho
Plenamente de acordo com Bento XVI.
Anónimo das 4:36, ninguém pode agir contra a sua orientação sexual, pode e deve aprender a viver com ela. Isto serve para todos Hetero/homo, a forma como a expressamos é que pode ser digna ou não, mas nunca é opcão ser ou não ser, podemos escolher se matamos ou não, se roubamos ou não, se ajudamos ou não, se ... Mas não escolhemos se somos heterossexuais ou não. Podemos escolher se vivemos a sexualidade ou não, mas o facto de a não vivermos não nos faz deixar de ter uma orientação sexual. Posso escolher ser virgem ate ao fim dos meus dias mas, mesmo virgem terei uma orientação sexual, enquanto que se nunca roubar jamais serei ladrão...
Paulo Pinto
Muito bem respondido, Paulo Pinto.
Concordo inteiramente consigo e regozijo-me com o ter manifestado aqui a sua opinião. Permito-me sugerir-lhe os blogues de católicos homossexuais acima referidos e que eu costumo ler com muito agrado e proveito. Talvez os conheça, ou não. Mas é sempre bom divulgar espaços de reflexão serena acerca de um tema que ainda divide os católicos.
A questão não é tem a ver com a bondade ou a maldade da homossexualidade (essa é uma questão importante para a teologia moral, claro. E tem a ver com o que se tem aqui comentado: é uma escolha? É da natureza humana?...) A questão levantada por Bento XVI tem, no entanto, que ver, entre outras coisas, com o sentido de identificação com Cristo e a abertura à paternidade (que parece faltar às relações homossexuais: é uma relação literalmente infrutífera!).
Peter, o senhor diz "na maior parte delas" e só apresenta um exemplo. Avha que isso é "na maior parte delas"? Para ser "na maior parte delas" precisa de ser em 50% mais uma das ordens religiosas. Suponho, então, que pode arranjar mais, não? Talvez umas 100? Aqui espero. Obrigado.
"ninguém pode agir contra a sua orientação sexual". A questão é saber se tal "orientação" (como lhe chama) é determinista e cega, ou possui uma vertende de decisão livre. Que lhe parece? Sou homo/hetero fruto de uma força cega, ou porque quero? Que lhe parece?
...falava para o Anónimo "ingénuo" e "desinformado" das 11:19 é claro... desculpem o lapso, mas tais almas tiram-nos do sério!
Repondo correctamente o comentário:
Anónimo 11:19, aí está a sua personalidade muito singela já reflectida aqui n de vezes, , resumido: o seu objectivo é colocar-nos a falar de tudo para não se falar de nada! Olhe, levante essa sua leveza desonestamente intelectual da cadeira do seu anonimato supostamente desinformado e ingénuo e queime um pouco as pestanas pela net e pelas comunidades, basta-lhe um simples email a pedir alguns dados… é chocante a sua abordagem, como se não conhecesse já a realidade nesses espaços, e que na maioria são clonagens gerais nas suas formas de acolhimento, de actuar e viver desses mundos que já não são assim tão herméticos como desejaria!
Se estivesse com intuitos honestos, bastava-lhe reconhecer apenas um dos muitos pormenores que dizem-explicam tudo no teor vocacional dessas paginas:
Atente-se a todas os espaços vocacionais nelas referidos, e verifique-se qual é o nível geracional a que se dirigem: se somente aos JOVENS como se verifica em todas, ou se por acaso elas dirigem-se também ao sector adulto! Só isso bastava para desmontar a sua falácia… e ando eu a perder tempo consigo!
” A questão levantada por Bento XVI tem, no entanto, que ver, entre outras coisas, com o sentido de identificação com Cristo e a abertura à paternidade”. (Anónimo 10:42)
Muito gosta esta gente das colagens a Cristo quando as coisas ficam complicadas para o seu terreno das ideais….! Nada melhor do que entrar já com a questão sobre as tais identidades.
Primeiro, precisamos esclarecer uma questão essencial:
É Cristo dimensão paterna ou materna?...
E em qual desses espaços nos identificamos com Ele…? (ou devemos)... já agora!
Peter, pode não querer admitir que falou demais, mas falou: o Peter disse «na maior parte delas». Apresentar um caso não substancia a sua afirmação. Se tem problemas em admitir que falou demais, isso é um problema seu, mas revela muito acerca da credibilidade com que devemos encarar as suas palavras. Não admira, de facto, que hajam pessoas que não o suportam. Dizer "ah... não falo pois sei que os enhor sabe que sabe» é uma falácia ratórica bastante sabuja. Vamos lá: se é a «na maior parte delas», não lhe deve ser difícil apresentar mais umas dezenas de casos. Garanto-lhe (e dou a minha palavra diante de Deus, para todas as consequências no presente e no futuro) que não conheço mais casos. Apresente-os, pois, por favor e ajude-me a conhecer melhor a Igreja em que vivo.
De qualquer modo não há dúvida que Cristo não é um varão: é um ser que assumiu toda a natureza humana, donde só pode ter sido hermofrodita. Cristo é paterno e materno. Concorda comigo, Peter?
«É Cristo dimensão paterna ou materna?»... Mais uma vez, é a questão ao lado (infelizmente colocamos tudo no mesmo saco, perdendo-se o nexo). A questão da abertura à paternidade (ou maternidade, se quiser) de Cristo é abertura a uma relação frutífera (que a homossexualidade, por definição, não é).
Anónimo 4:19 – quando a sua preocupação é justificar acções alicerçando e procurando justificações apenas na soma delas e não nos seus conteúdos, então está tudo dito e de nada vale apresentar-lhe 100 ou 200 casos, é apenas andar a pisar uvas! Já lhe tinha dito que um simples email para algumas comunidades (vou ajudá-lo só neste pormenor entre muitos outros) a perguntar quais são os limites mínimos e máximos para ingressar ali, já lhe resolvia muito dessas dúvidas que o fazem afirmar ainda desconhecer a Igreja, o que é deveras muito estranho nos dias de hoje! E não vou alongar-me mais no tema, já percebi qual é a sua intenção. Quanto à “sabujice” da retórica, estamos suficientemente falados. Só duas perguntas: precisa de uma balança para pesar a insanidade e a desumanidade dos actos em si mesmos dessas condutas de muitas ordens que se dizem cristãs? Já leu por caso ou estudou até alguma vez o direito canónico, ajudaria também?
Anónimo 4:19, não ficou escandalizado agora por eu ter falado sobre a a insanidade e a desumanidade dos actos em si mesmos dessas condutas de muitas ordens ou institutos (saltei) que se dizem cristãs? Se ficou, dou-lhe só um cheirinho delas:
” [9] Conforme as Leis da Sociedade do Apostolado Católico, o candidato à admissão deve declarar por escrito se lhe consta da existência de doenças hereditárias na família e se presume estar delas imune, pois todo silêncio a respeito de tais doenças é passível de demissão, mesmo após a consagração perpétua (Lei SAC 290) . O silêncio significa omissão, equivale à mentira com o propósito de querer enganar em vista de um benefício particular no discernimento do Superior.”
2.2. Comprovação médica[9]… (SBC)
Anónimo 4:19 PM, essa do “hermofrodita” fez-me agora rir! Bom, adiante, vai apanhar de certeza de algum vigilante das teologias que aqui rondam..risadas!
Sim, também concordo que Cristo abarca essas duas “dimensões”! Agora não consigo é arranjar espaço para elas na tal “relação frutífera (que a homossexualidade, por definição, não é)” que fala o Anónimo 4:32,,, se Nele estão essas duas dimensões como parece também aceitar no decorrer do seu comentário: (ou maternidade, se quiser)!
Quer-nos explicar que “relação frutífera” é essa em Cristo? É que não me parece que Cristo tenha deixado filhos nem construído uma família nuclear!!!
Meu caro se para si os unicos frutos relacionais são biologicos, entenda-se filhos, tem razão. Na homossexualidade eles näo existem, mas tenho compaixão por si que deve desconhecer os frutos da amizade, do amor, da alegria,da verdade...
Paulo Pinto
Diga me, que lhe parece a si? O senhor escolheu o seu genero? A sua cor de cabelo, de pele, olhos?
Parece me que não. Goste ou nao goste tem de viver e aceitar como é,na orientação sexual a mesma coisa e, pelo respeito e honestidade que cada um deve a si próprio deve aceitar "aquilo que Deus lhe deu".
Paulo Pinto
Paulo Pinto, para quê dar pérolas a porcos ?
Pois, Cristo não terá deixado descendência... mas a paternidade/maternidade espiritual assume a imagem da paternidade/maternidade física. Não podemos querer argumentar aquilo que é do âmbito simbólico com argumentos que não se introduzem nessa simbólica. Se assim o fizermos, estaremos aqui eternamente a debater (e, infelizmente, por vezes a insultar-nos mutuamente, sinal de que os argumentos acabaram...), porque no fundo estaremos a falar a dois níveis distintos: um simbólico e outro literal. É óbvio que ninguém (bem, talvez alguém, mas enfim...) afirmará que Jesus foi literalmente pai. Mas ele assume a dimensão frutífera da paternidade/maternidade no sentido em que oferece vida (e vida em abundância). (É isto que a relação homossexual não oferece, independentemente da outra discussão, a ter noutra altura, sobre se a homossexualidade pode ser tida como algo natural ou deve antes ser vista como um desvio da norma...)
Anónimo das 9 : 36 AM
você está muito desinformado
está tão por fora do tema
e tão por dentro do preconceito
que não dá para conversar
Caro anónimo das 9:36 AM, fique bem claro que não insultei nem insultarei ninguém! Cada um tem direito á sua opinião desde que fundamentada, a liberdade e o respeito e tolerância são dever de todos os homens mas sobretudo dos Cristãos, mas, não aceito como argumento a comparação do incomparável! Primeiro Jesus é pessoa Divina os homossexuais são pessoas humanas, logo são duas coisas incomparáveis! Jesus veio de facto para dar Vida e vida em abundância, e veio também libertar a pessoa humana. Como já tive oportunidade de referir as relações homo também dão frutos, não de forma biológica mas outro tipo de frutos, agora quando há Amor não deve ser condenado, até porque “quem não ama, não conhece a Deus porque Deus é Amor”. Mais não digo até porque valerá mais seguir o exemplo do franciscano português mais famoso St António de Lisboa e pregar aos peixes… talvez estes estejam mais receptivos...
Paulo Pinto
Caro Paulo Pinto,
Concordo a 100 por cento com tudo o que você tem escrito neste blogue. Mas não gaste o seu "latim" com certa fracção de católicos que gostam muito de vociferar por aqui : são a turma da Beata Isilda Pegado, do Frei João César das Neves, do Padre Nuno Serras Pereira & etc. Essa malta NÃO APRENDE... Nem que venha o Papa Francisco, nem que venha o próprio São Francisco pregar-lhes em pessoa. E sabe porquê ? Por uma razão muito simples : eles são PROPRIETÁRIOS de Deus.
Nada como demitir-se do debate acusando os outros (aqueles que precisamente estão dispostos ao debate) de se terem como «Proprietários de Deus». Acusam-me de estar por fora do tema e por dentro do preconceito: refuto as acusações. Não fiz nenhuma afirmação preconceituosa em relação à homossexualidade que, reafirmo, não estou a discutir. Devo voltar a notar que a questão aqui lançada não é se a homossexualidade é moralmente aceitável ou não. Essa não é a questão aqui (é uma questão importante a discutir no seu devido lugar... e aqui, teria uma outra opinião que estarei disposto a discutir se um dia se abrir esse debate). O que aqui está em causa é se o sacerdócio pode (ou não) ser assumido por um homossexual (também me parece que nada tem a ver com a prática sexual, uma vez que os sacerdotes são todos chamados à castidade). Essa é a questão. Misturar tudo, é um péssimo serviço ao sacerdócio e também à discussão mais larga sobre a homossexualidade. Para mim, o essencial das palavras citadas de Bento XVI são estas: "a sua orientação sexual os distancia do seu sentido de verdadeira paternidade, da essência do sacerdócio." Apenas isto. E parece-me óbvio que a paternidade "simbólica" do sacerdócio precisa de assentar num símbolo real de paternidade (tal como o símbolo do pão eucarístico só funciona porque o pão é alimento). Ora, independentemente do que achamos sobre a moralidade da homossexualidade, algo factual (parece-me) é que a homossexualidade não assume qualquer sentido de paternidade.
Mas não é a SIMBOLOGIA também uma TROCA em função de algo que se perdeu… neste caso seria a paternidade física no “homem-sacerdote"?! E isso transporta-nos até que espaço na questão da relação frutífera?!
Desculpem-me
...faltou-me colocar "perdeu"... esta perda tem vários sentidos...
Mais do que uma perda, um excesso. O símbolo aponta para algo que excede o próprio "objeto". A possibilidade da paternidade física (que sim, compreendo quando diz que se "perde") é transbordada.
Agora, creio que ao nosso mundo esta simbologia diz hoje pouco: isso posso concordar. Mas se assumimos essa simbologia, então eu creio que ela não é alcançada com a homo-relação.
Meus Caros Anónimos Muito Doutos E Ofendidos e Bizantinos dos três últimos posts, convido-os a ouvir uma belíssima conferência feita em Londres na Catedral de São Paulo por Timothy Radcliffe, antigo Mestre a nível mundial da Ordem dos Pregadores. Está no disponível no youtube e no blogue do RIACHO.
Cito este blogue que é prova irrefutável de que há discussão sobre estas matérias e desde há muito entre católicos. Há quem só tenha acordado agora para a discussão com o barulho feito â volta da infeliz expressão "lobby gay vaticano".
Caro Anonimo das 11:15, antes de tudo quero esclarecer duas coisas, para que seja melhor entendido até porque o uso desta feramenta gera(pelo menos a mim)obstaculos comunicacionais e também algumas interpertações "erroneas". Não sou padre, teologo nem nada parecido, não sou ativista da "causa" Gay, nem pertenço a nenhum grupo organizado, sou apenas um leigo comum, que gosta de aprofundar conhecimentos e ao descobrir este blog gostei já que permite a troca de opiniões. Assim sendo posso não usar os termos "correctos" e como manifesto alguma dificuldade em expressar ideias por escrito posso ser mal entendido (certamente sou). Quando falo que apesar da orientação sexual (pois as relações homo são biologicamente infrutiferas)falo que os frutos do espirito se manifestam independentemente da orientação. Um padre com verdadeiro chamamento do Senhor manifesta os frutos do chamamento independentemente de ser homossexual ou não, pode e deve ser um bom "pai". Tem os filhos do espirito, irmãos na fé e em Cristo, fazendo tal como disse S.Paulo parte do mesmo corpo. O celibato dos Padres é tardio no inicio eram casados e apesar dos filhos biológicos (dos quais não abdicavam) eram bons pastores! para não falar de outras confissões religiosas falo nos Católicos de rito oriental, são tão católicos quanto nós e os seus presbiteros não são celibatários já que o clibato para eles é opcional: antes que me diga que estou a falar de coisas diferentes, menciono o celibato porque nesse caso de acordo com o artigo aqui em análise esses como não abdicam de ums por outros(filhos) não seriam (ou não poderiam) ser bons padres. para quem falou no simbolismo dessa abdicação, lembro que este também não se aplica nas situações que mencionei.
Grato pela atenção
Paulo Pinto
Não se trata de abdicar de uns por outros. Trata-se de que aquele que assume a simbologia da paternidade deve ser alguém que se dispõe à paternidade (o que não acontece com o homossexual).
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