Há aquele velho argumento de que conhecendo as sujidades da
Igreja temos que admitir que se a Igreja continua é porque é obra divina.
Mutatis mutandis, o mesmo se pode dizer de Portugal, neste dia dele e do seu
anjo, tendo em conta os sucessivos governos. Quem diria que os países também
têm um anjo.
Mas quem usou pela primeira vez o argumento das nódoas? Até
os Padres da Igreja o conheciam, visto que alguns deles aplicaram profissões
pouco recomendáveis à Mãe Igreja. Mas não sei se alguém o levou tão a sério
como Ludwig von Pastor (1854-1928). Escreveu 16 volumes (na edição inglesa,
disponível online, são 40, cada um com cerca de 400 a 600 páginas, o que dá
cerca de 20 mil páginas) sobre os Papas (título original: “Geschichte der
Päpste seit dem Ausgang des Mittelalters”), mas só dos finais da Idade Média
até Pio VI, que morreu em 1799.
O que aconteceu a von Pastor? Converteu-se ao catolicismo. E com fervor. Não por causa das glórias dos Papas, mas por causa dos crimes, das infidelidades, dos pecados. Se a Igreja sobrevive apesar de tudo, só pode ter origem divina.
O que aconteceu a von Pastor? Converteu-se ao catolicismo. E com fervor. Não por causa das glórias dos Papas, mas por causa dos crimes, das infidelidades, dos pecados. Se a Igreja sobrevive apesar de tudo, só pode ter origem divina.
Consta que , no leito de morte, von Pastor pediu: "Digam ao Papa que a última batida do meu coração é para a Igreja e o Papa". Não sei o que pensou ou respondeu Pio XI.
3 comentários:
A Igreja sobrevive porque Deus ama a gente concreta, feita de carne e osso, esses(as) que fazem acontecer Igreja… são seres humanos que perpetuam a Igreja na passagem de testemunho com as suas vidas reais, concretas e carregadas de humanidades… (não são as estruturas, ideologias ou doutrinas e muito menos instituições)… estamos nela e com ela até ao fim das nossas vidas porque sustentamos esse caminho no e do Amor… e o nosso combate dentro dela para melhorar e aperfeiçoar é contra os erros e o mal, não é contra aqueles(as) que como qualquer um de nós fazem caminho connosco nas nossas misérias e riquezas! O que “sobrevive” é o CORPO, povo de Deus que tem como CABEÇA a Cristo... não é o edifício… porque neste, que está cheio de torres altivas, o único acontecimento que ali se dá e repete é o desses eternos cantares dos galos do Pedro que também teve que os escutar um dia para saber onde deveria depositar a sua Esperança! Jesus pediu a Pedro para amar, não lhe pediu para levantar muros nem telhados físicos ou doutrinais… apenas para AMAR e deixar-se amar também! Só pelo e no Amor a Igreja sobrevive e sobrevirá!
Peter
Agora que leio as suas palavras, penso que afinal "estou" em Igreja.
Maria de Fátima, o que importa é a comunhão com o Pai e esse caminho certamente passa também pelos irmãos e irmãs, mesmo aqueles que não frequentam “templos” ou até aqueles que estando “dentro” dela se acham proprietários da própria Graça! Que os “acessórios” não a impeçam de viver na alegria de ser-fazer Igreja, aquela que se torna verdadeiro templo do Espírito Santo que somos cada um de nós como diz Paulo aos Coríntios. Não permita nunca nem dê esse poder a quem quer que seja de a fazerem sentir-se “fora” dela e muito menos de romperem essa sua comunhão com o Pai! Força… unidos nesse caminho que o Pai nos abre a todos sem exigir nem perguntar-nos de nada a não ser do que fizemos do AMOR.
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