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1 comentário:
Jorge: Kierkegaard (1813-1855), luterano dissidente, tornou-se um «cristão universal», lido por crentes cristãos de várias Igrejas (protestantes, católicos, ortodoxos) e mesmo por agnósticos e ateus.
Foi enorme a sua influencia em Miguel de Unamuno (1864-1936), na sua (unamuniana) tese da «Fé agónica»( em luta interior permanete contra a descrença), em contraposição a uma fé serena, acomodatícia, muito comum e exaltada como modelo noutras épocas. E Unamuno foi “mestre pensador” não só de espanhóis, como também de portugueses, dada a sua relação com numerosos intelectuais da nossa praça (lembremo-nos da suas amizades portuguesas: Manuel Laranjeira, Teixeira de Pascoais, Guerra Junqueiro, Vitorino Nemésio, etc.). Daí a minha tese que Kierkeagar chegou cá atrvés de Unamuno, outro cristão «dissidente», neste caso com a Igreja católica .
Entre nós, portugueses, penso que ainda está por fazer o levantamento da sua influencia real, directa, sobretudo ao longo do século XX. Julgo que o primeiro a referi-lo terá sido Leonardo Coimbra (1883-1936), filósofo, politico e orador, figura incontornável da Cultura portuguesa da primeira metade do seculo XX, mas cuja obra hoje é apenas remetida ao estudo de círculos universitários. De qualquer forma, foi através de Leonardo Coimbra, que dirigiu a colecção “Filosofia e Ensaios” na Livraria Tavares Martins (do Porto) que foi publicada em Portugal, a primeira obra da autoria de Soren Kierkegaard”: “O Desespero humano”, em 1936.
Nos anos 50 e 60, outras obras do pensador dinamarquês foram traduzidas e publicada na Guimarães Editores, de Lisboa.
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