Portanto, também fica mal a alguém não querer contribuir (um dos cinco antigos mandamentos da Igreja, julgo que já ninguém os aprendem é"contribuir para as despesas de culto" ou "ajudar a Igreja nas suas necessidades"), mas querer receber o que é próprio dessa comunidade.
Julgo que a notícia tem uma imprecisão. O imposto não será de 9 por cento sobre os rendimentos (quase o dízimo!) mas de 9 por cento do imposto liquidado. Mesmo assim é muito. Dá uma média de 200 e tal euros por pessoa, tendo em conta que a Igreja católica tem 25 milhões de membros declarados (muitos estarão isentos) e recebe 6 mil milhões de euros.
Note-se que em Portugal pode-se dar 0,5 por cento do imposto liquidado a uma instituição e na Itália há o "8 por mil". Em Espanha também há algo do género, embora a Igreja receba muito mais do Estado, por outras vias, comparativamente ao que acontece em Portugal.
Evidentemente, há aqui uma questão mais radical que se coloca: a graça de Deus - que só pode ser gratuita - precisar de uma estrutura que, para se manter, custa dinheiro. E custa em todo o lado, com impostos, côngruas, coletas, peditórios, cortejos, etc., etc. Poderia ser de outro modo? Até no tempo de Jesus assim foi. E, dizem alguns, quem o financiava eram... umas mulheres ricas.
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