Só hoje tive acesso a um livrinho de Anselmo Borges, embora me lembre do entusiasmo de Bento Domingues num dos seus textos, na altura em que o livro saiu, Setembro de 2010 (recorde aqui).
"Religião e Diálogo inter-religioso", n.º 8 da coleção "Estado da Arte", da Imprensa da Universidade de Coimbra, é, muito provavelmente o que de melhor se escreveu sobre religião, religiões e diálogo inter-religioso nos últimos tempos. 136 páginas que me valeram uma maravilhosa manhã de leitura.
Num excursus, o professor e padre fala de A. Comte-Sponville. Não é irrelevante
a particularização. Comte-Sponville, com a razão de afirmar que
crê que Deus não existe (escreve Borges citando o filósofo
francês: “Se alguém disser que sabe que Deus não existe, «não
é em primeiro lugar um ateu, mas um imbecil», do mesmo modo que, se
alguém disser que sabe que Deus existe, «é um imbecil que toma a
sua fé por um saber». Cada um com as suas razões, tanto o ateu
como o crente, têm fé”), é exemplo daqueles que procuram uma
espiritualidade, “no quadro de um certo tipo de experiência
mística, feito de evidência, de plenitude, silêncio, experiência
oceânica, simplicidade, eternidade”.
A segunda parte, sobre o diálogo inter-religioso, tem de ser de leitura obrigatória para quem se interessa minimamente pelas religiões e culturas. E avança bastante em relação ao que há 50 anos ficou consagrado no Vaticano II.
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