W. G. Sebald
Um leitor queixa-se que o meu blogue
está a descer de nível. É capaz de ter razão. Mas, como dizia o
outro antes de fugir do pântano, “não é estrutural, é
conjuntural”. Espero não ser desmentido pela realidade, como a
crise que dura há mais de uma década desmente o antigo ministro.
É conjuntural, no meu caso, porque não
se sai incólume de uma avaria do computador principal. Trabalho
habitualmente em três, mas quando avaria aquele a que estamos mais
afeiçoados, o trabalho ressente-se. Em janeiro só “postei” 103
vezes, muito abaixo da média. Mas as coisas estão a mudar, como
dizia Bob Dylan.
Para aumentar o nível, nada como citar
Mandelstam, que dizia que “o romance tem provavelmente as suas
raízes nas respostas seculares às biografias dos santos”, o que
quer dizer que mesmo os intelectuais (felizmente, intelectual não
poder o “c”) não devem deixar de olhar para “aquele vasto
brocado musical roído por traças” a que chamamos religião. Quer isto dizer que não faltam assuntos de grande nível para abordar aqui. Faltarão outras coisas, não matéria. O que
está entre aspas é de W. G. Sebald, que, se ainda houver dúvidas,
contribui decisivamente para subir de nível.
Para evitar o “genuíno fedor
escolástico” - a expressão é de um antigo aluno de jesuítas,
James Joyce – não vou dizer de onde tirei as citações de
Mandelstam e Sebald. O meu caríssimo leitor que se queixa da
descida de nível decerto saberá encontrá-las no agradável bosque de
Jacob.
1 comentário:
em nossa casa quem manda somos nós; descer ou subir o nível é connosco. só cá vem quem quer. acho eu. continue. shalom.
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