Tenho um motivo para não gostar de oliveiras. Os seus pólenes
irritam-me. São dos que mais alergias causam. Mas há outros quatros motivos que
contrabalançam e superam este: um geográfico, por vivermos, como dizia penso
que Braudel, na terra entre a latitude mais a norte onde já há oliveiras e a
mais a sul onde ainda há oliveiras, ou seja, o espaço mediterrânico; um
meramente familiar, por ter parte da família ligada à indústria do azeite;
outro religioso, já que a unção com azeite é essencial ao judeocristianismo; e
um gráfico, esta revista, a "az-azait", publicada pela da Casa do Azeite.
Uma maravilha para os olhos. Faz pensar na “Egoísta”, mas só
o cheiro é igual. Não há nada em comum nas fichas técnicas. Nem a gráfica. E esta
não tem buracos nas páginas.
Esta capa é uma das mais bonitas dos últimos tempos. Não é
branca. Tem folhas de oliveira e azeitonas desenhadas, não como se fosse a
óleo, mas a azeite. Vê-se também com os dedos.
Nas páginas 06 e 07 aparece esta oração. Aparece como “manifesto”.
Mas é mais um salmo. Profano, mas salmo.
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