(Estas notas seguiram de perto o que está na Wikipedia.)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
31 de Janeiro de 1606. Guy Fawkes, o conspirador católico, é enforcado
(Estas notas seguiram de perto o que está na Wikipedia.)
Reclamação paroquial
Papa rejeita criação de perfis falsos na Internet
A maldição de Jacques Maritain
Enlouquecedora influência da teoria do agrupamento. Lema da hierarquia de França: «Agrupemo-nos!» – Agrupemos as almas, os cães, os porcos! Agrupemos os mortos! Agrupemos os proprietários cristãos! – «A união faz a força». Este lema só pode ter um sentido para o cristão: a união com Deus faz a força.
Os católicos não votam num único partido, quando votam. Não acreditam todos na vida depois desta vida, quando não acreditam, por exemplo, na reencarnação. Não sabem, na sua maioria, que há um pensamento, uma doutrina, sobre as questões sociais, políticas e económicas. Não estão unidos na defesa da vida no seu princípio e fim. Uns querem latim, outros nem ouvi-lo. Uns são todos pró social, outros, se pudessem, não saiam de dentro do templo. Uns são marianos e papistas; outros, bíblicos e proféticos.
Na sociedade portuguesa, dita maioritariamente católica, exceptuando a conferência episcopal (e mesmo ela com tensões interiores entre norte e sul, opositores declarados às políticas oficiais e moderados, tradicionalistas e progressistas), não há grupos que falem e actuem como católicos. Vive-se como na anedota que diz que se Deus tivesse nomeado uma comissão em vez de mandar Moisés libertar o povo de Israel, ainda hoje lá estariam (no Egipto). Ou então é a maldição de Maritain.
domingo, 30 de janeiro de 2011
30 de Janeiro de 1948. Mahatma Gandhi é assassinado
Dizia que admirava as "Bem-aventuranças", mas criticava que os cristãos não as cumpriam (quem hoje foi à missa católica ouvir o trecho das "Bem-aventuranças", na versão de Mateus).
Ortodoxia e liberdade, por Chesterton
Bento Domingues: Bem-aventurada desconstrução
Hoje é dia do Senhor
sábado, 29 de janeiro de 2011
Deus e o barco
O poder da oração
Anselmo Borges: 711-2011. 1300 anos depois
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
28 de Janeiro de 1621. Morre Paulo V, o Papa que inaugurou a Basílica de São Pedro
The Wonderful Wizard of Oz
Joseph Ratzinger pediu a abolição do celibato em 1970
Um memorando assinado há mais de 40 anos por nove teólogos, incluindo Joseph Ratzinger, o actual Papa, pedia o fim do celibato.
A informação está a ser avançada pelo jornal alemão "Süddeutsche Zeitung". No artigo intitulado "As dúvidas do jovem Ratzinger", é revelado que Joseph Ratzinger assinou um documento datado de 9 de Fevereiro de 1970 em que era questionada a obrigação do celibato.
Além de Ratzinger, que na altura tinha 42 anos, outros oito teólogos rubricaram o referido documento. Entre eles estão pensadores teólogos como Karl Rahner, Otto Semmelroth, Karl Lehmann (que foi presidente da conferência episcopal alemã) e Walter Kasper (anterior presidente do Conselho Pontifício para Promoção da Unidade dos Cristãos).Entretanto, Ratzinger mudou. A notícia vem no "Diário Económico" (aqui), o que é estranho na publicação em causa. Agradeço a Fernando Cassola, que me alertou para o assunto.
Entrevista ao bispo Jacques Gaillot
A situação atual é perversa e destruidora tanto para os indivíduos como para a Igreja. O Vaticano é a última monarquia absoluta da Europa. A Igreja deve aceitar a democracia em todos os níveis. E deve mudar de modelo porque o atual não é evangélico.
A Igreja deve mudar, modernizar-se, reconhecer que os casais têm direito a se divorciar e a usar a camisinha, que as mulheres podem abortar, que homens e mulheres podem ser homossexuais e se casar, que as mulheres podem chegar ao sacerdócio e ter acesso às esferas de decisão. Deve-se revisar a disciplina do celibato para que os sacerdotes possam amar como qualquer outro ser humano, sem ter que viver relações clandestinas, como delinquentes.
Eu julgo uma sociedade em função do que ela faz pelos mais desfavorecidos. E é claro que eu só posso fazer um juízo severo, porque na França não se respeita a todos os seres humanos. Para mim o problema número um é a injustiça que reina por toda parte. Os que estão no poder não investem nos pobres. Temos um governo que só favorece os ricos. Por isso temos três milhões de pobres.
(…)
Como disse o escritor Victor Hugo: “Fazemos caridade quando não conseguimos impor a justiça”. Porque não é de caridade que necessitamos. A justiça vai às causas; a caridade, aos efeitos. Eu não estou dizendo que não se deve ajudar com um prato de sopa ou um abrigo a quem está nas ruas. Existem urgências. Eu faço isso, mas minha consciência não fica tranquila, porque penso que devemos lutar contra as causas estruturais que prendem essas pessoas na injustiça. O mais triste é que as pessoas vão se acostumando com a injustiça. E eu digo: Despertem! Tenham vergonha! Vamos nos indignar contra a injustiça!
Cuba. Este é um país que tem futuro. Eu pude constatar que é um povo digno, corajoso e solidário. Em Cuba pode haver pobreza, mas não existe a miséria que se vê em qualquer país da América Latina, ou na França, ou nos Estados Unidos. Apesar do bloqueio imposto pelos EUA, todos têm saúde e educação gratuita, e ninguém dorme nas ruas. É incrível!
Semente de mostarda
Thomas Moore, pág. 33 de "Escrever na Areia. Jesus e a Alma dos Evangelhos" (ed. Estrela Polar)
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
"Não muda nada desde há 40 anos"? Creio ser uma afirmação redutora
João Pedro Silva comentou um “post” sobre a pobreza do panorama teológico mundial e português (aqui). Agradeço-lho o comentário e puxo-o para aqui, antes de alinhar umas ideias sobre o assunto:
Mais um tema que não posso passar sem me intrometer e comentar.
Creio que, primeiro, há uma grande falta de interesse (e desconhecimento) da teologia, por parte da população (católica, não católica, crente, não crente, etc.), o que gera, também, não só um grande desconhecimento dos vários trabalhos monográficos teológicos que se realizam em Portugal (e mesmo entre faculdades), assim como não há grandes incentivos à continuação da pesquisa e investigação teológica.
Mas dizer que a nível mundial, "não muda nada desde há 40 anos"!? Creio ser uma afirmação redutora.
Antes de mais, a doutrina não anda a par e passo do desenvolvimento teológico por razões claras. Por outro lado, por exemplos, os desenvolvimentos da exegese bíblica estão a dar cada vez mais passos de desenvolvimento - e a área bíblica sabemos como é fundamental para a teologia. Depois, os trabalhos interdisciplinares com as outras áreas do saber aumentam de dia para dia.
E para concluir, na teologia, os desenvolvimentos atingidos há "40" anos, proporcionaram mudanças de paradigma que não há ainda grandes argumentos para voltarem a mudar... Quando acontece algo como um Vat. II, nota-se uma grande alteração em todas as áreas teológicas, como se verificou. Isto resulta nalguma estagnação natural nas grandes afirmações. Quase como a Teoria do Big Bang que já leva alguns anos de aperfeiçoamento, mas continua a ser a teoria predominante por não se ter descoberto outra que fosse mais completa.
Também na teologia, neste momento, os desenvolvimentos são tão subtis, particulares e especializados, que praticamente não atingem nem as grandes posições teológicas, nem a população em geral.
27 de Janeiro de 672. Morre o papa do órgão litúrgico
Acreditar na Igreja
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
26 de Janeiro de 1564. Os decretos de Trento são aprovados
O Concílio de Trento, o maior da história, começou em 1545 e durou até 1563. O que estava em causa era a reforma da Igreja para fazer face ao protestantismo. Por isso, entre outras coisas, aprovou-se uma doutrina sobre a salvação, elencaram-se definitivamente os sete sacramentos, realçou-se a Tradição, sistematizou-se o rito da missa, esclareceram-se as dúvidas sobre práticas como a veneração de santos e de relíquias e venda de indulgências, reorganizou-se a Inquisição, mandou-se elaborar um catecismo.
Um concílio cujos efeitos ainda hoje se notam. E pelo qual os mais tradicionalistas anseiam.
L’origine du monde
Maior do que nós e do que a própria Igreja
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
25 de Janeiro de 2006. É publicada a primeira encíclica de Bento XVI
Na realidade, eros e agape — amor ascendente e amor descendente — nunca se deixam separar completamente um do outro. Quanto mais os dois encontrarem a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral (do n.º 7).
Outro Papa polaco?
A riqueza da teologia católica e a ainda maior riqueza da teologia portuguesa
Vozes caóticas
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
24 de Janeiro de 1656. Pascal defende o jansenismo
As questões técnicas de Elvis Presley
O cantor norte-americano Elvis Presley (1935-1977) usava sempre uma cruz de Cristo, um estrela de David e a letra hebraica “chi”, segundo ele por não querer «deixar de entrar no Céu devido a questões técnicas».
José Maria Castillo reflecte sobre o inferno
Falar de inferno como se costuma fazer nos catecismos e sermões de costume, com todo o respeito do mundo, eu não acredito que isso possa ser verdade. Por uma razão que, para mim pelo menos, é incontestável. O inferno, por definição, é um castigo eterno. Pois bem, um castigo (seja o que for) tem razão de ser como "meio" para algo (corrigir, melhorar, educar, defender os inocentes...), mas nunca pode ter razão de ser como "finalidade" em si mesmo. Um castigo, assim pensado e realizado, não pode ter sua origem na bondade, mas sim na maldade. Ou seja, um castigo assim não pode ter sido pensado por Deus, nem pode ser mantido por Deus. Um suposto castigo "divino", que, ao mesmo tempo, é concebido como "eterno", é uma contradição em si mesmo. Porque o "divino", que não pode ser entendido senão como bondade e fonte de bem, não pode ser causa e origem de um mal, que não tem mais finalidade em si mesmo do que fazer sofrer, ou seja, causar mal, dano e maldade. Porque, se é "eterno", não é "meio" para coisa nenhuma, mas sim algo cuja única finalidade é o sofrimento sem fim. Tornar Deus causador e responsável por isso é a agressão mais brutal ao "divino" que a mente humana pôde inventar.
Alemães querem casados padres
Os bispos reagiram pedindo “paciência”. E disseram que a questão poderá ser tomada em consideração “nos próximos anos”. Li aqui.
23 de Janeiro de 1883. Morre o ilustrador Gustave Doré
domingo, 23 de janeiro de 2011
Cristãos num estado felizmente laico
Os cristãos num estado laico
Luis González-Carvajal Santabárbara
Gráfica de Coimbra 2
178 páginas
Dificilmente um livro escrito a partir da realidade de outro país poderia dizer tanto a Portugal como este. “Os cristãos num estado laico”, de Luis González-Carvajal Santabárbara, logo na primeira linha mostra que fala de Espanha – “Franco morreu no dia 20 de Novembro de 1975” –, mas o tema e o seu desenvolvimento são perfeitamente aplicáveis ao caso português.
Espanha e Portugal passaram por ditaduras e alcançaram a democracia praticamente ao mesmo tempo. Foram e são tanto clericalistas como anticlericalistas. E hoje assistem a correntes laicistas mais ou menos conscientes em sectores sensíveis como a educação, a saúde ou cultura. Tem sido observado que em Espanha o extremismo é sempre maior. Não só há mais anticlericalismo como a Igreja, principalmente o episcopado, é mais aguerrida. Em Portugal os costumes são mais brandos e os confrontos nunca são assumidos abertamente.
Este livro dá umas breves notas históricas e define conceitos como clericalismo, laicismo, laicidade, destacando a doutrina conciliar; fala das soluções legislativas, que têm sido sempre imperfeitas; aponta valores e lugares para presença pública dos cristãos; sugere uma útil mudança de sensibilidade aos cristãos; aborda por fim a questão do financiamento (de parte das actividades) da Igreja pelo Estado.
González-Carvajal aponta critérios e orientações, muitas vezes iluminados por uma situação histórica, para que os cristãos de hoje possam ter comportamentos públicos coerentes com a sua identidade num Estado que é e será, como diz, irremediável mas felizmente laico.
Não se distinguem
Mostrou-me muitas árvores que não tinham folhas, mas pareciam-me como que secas. Eram realmente todas semelhantes, e pergunta-me:
- Vês estas árvores?
- Vejo, Senhor, digo eu, são semelhantes e secas.
Respondeu-me dizendo:
- Estas árvores que vês são os que habitam neste mundo.
- Então, Senhor, digo eu, porque são como que secas e semelhantes?
- Porque, disse ele, neste mundo, nem os justos nem os pecadores se distinguem, mas são semelhantes. Este mundo é, para os justos, um inverno e não se diferenciam, enquanto habitam com os pecadores. Pois, assim como, no inverno, as árvores que deixaram cair as folhas são semelhantes e não se distingue quais sejam as secas das verdes, do mesmo modo, neste mundo, não se distinguem os justos dos pecadores, mas são todos semelhantes.
Parábola retirada de “O Pastor”, obra cristã de meados do século II, atribuída a Hermas. O escravo Hermas, depois de libertado, constitui família e acumula fortuna, mas acaba por desbaratá-la e é denunciado pelos seus próprios filhos a quando de uma perseguição aos cristãos. Durante a crise, Hermas encontra-se com enviados de Deus (“Visões”), o que dá origem à obra “O Pastor”.
Filosofia?
sábado, 22 de janeiro de 2011
22 de Janeiro de 1492. Descoberta da Ilha de São Vicente, Cabo Verde
Cidade do Mindelo, na Ilha de São Vicente - Cabo Verde
A Ilha de São Vicente do arquipélago de Cabo Verde foi descoberta no dia 22 de Janeiro de 1462. Recebeu o nome que tem porque 22 de Janeiro é dia de São Vicente.
Passados 40 anos, em 1502, os portugueses descobrem mais uma ilha, desta vez no Brasil, no litoral do estado de São Paulo. Que nome lhe dar? São Vicente, pois claro.
Vicente de Saragoça, ou São Vicente de Fora, foi martirizado no século IV, em Valência. Era diácono. É o padroeiro da Diocese do Algarve e do Patriarcado de Lisboa.
Jejum e abstinência eleitoral
Em Portugal, hoje é dia de reflexão por causa das eleições para a Presidência da República, que são amanhã. O “Público” escreve no editorial:
Na sua génese, esse dia de reflexão exprime uma visão sacralizada, quase religiosa, da democracia. A relevância do voto era tal que se impunha ao cidadão eleitor o equivalente a um dia de jejum pascal. Em vez de não poder comer carne, o cidadão não podia comer propaganda eleitoral.
Mais um exemplo de inspiração religiosa, apesar dos dois erros. Primeiro, não há “jejum pascal”, mas somente quaresmal (antes de Páscoa). Depois, o jejum dos católicos não significa não poder comer carne. Isso é a abstinência. Jejum é não comer. Nada.
Quanto a amanhã, que haja pouca abstinência. Pouca abstenção.
Tempo para Wojtyla
Jozef Klasy foi secretário do Partido Comunista em Cracóvia no tempo do cardeal Wojtyla. Consta que o que viria a ser Papa queria encontrar-se com o responsável partidário. Mas este nunca arranjava tempo.
Em 1979, Klasy era embaixador da Polónia no México e nessa qualidade foi apresentado ao Santo Padre.
– Nunca duvidei de que, um dia, o senhor haveria de arranjar tempo para se encontrar comigo – felicitou o Papa.
Anselmo Borges: Conviver com a natureza e os animais
Texto de Anselmo Borges no DN de hoje.
Um amigo jesuíta, Juan Masiá, que vive há trinta anos no Japão, contou-me uma história muito significativa, passada numa paróquia japonesa. O missionário estrangeiro começou a notar que os paroquianos deixaram de frequentar a missa por ele celebrada. Intrigado, decidiu informar-se discretamente. Foi recebendo respostas evasivas, até que alguém ganhou coragem e lhe disse: "E por causa do gato." Achou estranho, embora se lembrasse de que uns meses antes tinha agarrado pelo rabo um gato vadio que andava pela cozinha e o tinha atirado contra a parede. No entanto, não via razão para o afastamento dos paroquianos. Quando tentaram explicar-lhe, disse-lhes, indignado: "Tanto esforço para ensinar-vos que o ser humano tem alma e os animais não e agora ficais chateados por causa da morte do gato, um animal irracional?!" Mas os cristãos responderam-lhe: "O problema não é a alma do gato, se tem ou não tem alma. O problema é você. Que terá no íntimo do coração, se foi capaz de a sangue frio esborrachar o gato contra a parede?"
Ainda se continua a escrever aqui e ali: "proibida a entrada de animais", "no animals", esquecendo que os seres humanos também são animais. É necessário tomar consciência de que a humanidade não se pode pensar isolada, pois fazemos parte da comunidade natural da vida, em relação com animais e plantas, respirando o mesmo ar, tendo a mesma exigência de alimentação e água, na mesma terra e sob o mesmo céu, o que implica, contra o monopólio antropocêntrico explorador e dominador, um paradigma holístico de existência.
O cristianismo é agora apresentado como sendo um dos responsáveis pelo antropocentrismo arrogante e pela crise ecológica, por causa da ordem de Deus aos seres humanos no Génesis: "Dominai a terra." Mas, como reconhecem os exegetas, trata-se de uma interpretação errada da Bíblia, já que o que lá se encontra nada tem a ver com domínio despótico, mas apenas com guardar e cuidar da Criação, contribuindo para o seu aperfeiçoamento responsável, no quadro de um desenvolvimento harmónico do conjunto de todas as criaturas. Aliás, a aliança de Deus, depois do dilúvio, simbolizada pelo arco-íris, inclui todas as criaturas.
Há dois extremismos a evitar. O antropocentrismo tecnocientífico moderno, que vê o homem fora da natureza e o coloca na posição de sujeito objectivante e explorador da natureza, como se esta não tivesse valor próprio e se reduzisse a um reservatório de energias a dominar. A chamada deep ecology, que invoca uma natureza divinizada, encerra o homem na totalidade naturalista, cósmico-biológica, esquecendo a sua singularidade única de pessoa.
Assim, independentemente do debate sobre os direitos dos animais, a analisar em artigo próximo, não há dúvida de que temos obrigações para com eles, concretamente quando se reflecte no seu sofrimento. São inadmissíveis a tortura e a crueldade bem como sofrimentos desnecessários. Neste contexto, é necessário pôr em causa, por exemplo, as touradas.
Mesmo Kant, que só reconhecia direitos às pessoas como fins em si, referiu a insensibilidade face aos animais como reveladora de desumanidade e anti-educativa, tendo escrito: "Aquele que se comporta cruelmente com os animais possui também um coração endurecido com os humanos", de tal modo que "se pode conhecer o coração humano a partir da sua relação com os animais". Admitiu alguma experimentação com animais, mas opôs-se à experimentação irresponsável, concretamente à vivissecção.
Sobre esta problemática lê-se no Tratado de Lisboa: "Na definição e aplicação das políticas da União nos domínios da agricultura, da pesca, dos transportes, do mercado interno, da investigação e desenvolvimento tecnológico e do espaço, a União e os Estados membros terão plenamente em conta as exigências em matéria de bem-estar dos animais, enquanto seres sensíveis, respeitando simultaneamente as disposições legislativas e administrativas e os costumes dos Estados membros, nomeadamente em matéria de ritos religiosos, tradições culturais e património regional".
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...
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Não precisei de ler São Paulo, Santo Agostinho, São Jerônimo, nem Tomás de Aquino, nem São Francisco de Assis – Para chegar a ...
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Dostoiévski (imagem retirada daqui ) Dostoiévski escreveu em “ Os Irmãos Karamazo v ” :“Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. A fra...
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Gosto das catequeses de Bento XVI, daquelas que começaram nos Apóstolos e continuaram pelos grandes teólogos, mas só até Afonso Maria de ...