sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
O primeiro homem-hortaliça
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Pecado original segundo Alain de Botton
Não é difícil acreditar no pecado original. Para quem é crente, o pecado está demasiado patente para não nos marcar até para lá da medula. O difícil é acreditar na roupagem do pecado original, incluindo as frases do catecismo. E o nome, que remete para a origem.
Lembrei-me disto ao ler uma passagem de "Religião para ateus", de Alain de Botton, livro muito aconselhável, a bispos, padres, seminaristas e gente empenhada na Igreja de uma forma geral. Diz ele a certo ponto (pág. 112) sem falar de "pecado original":
"(...) O cristianismo (...) tem um conceito inteiramente diferente da natureza humana. (...)Acredita que, no fundo, somos criaturas desesperadas, frágeis, vulneráveis e pecadoras, muito menos sábias do que bem informadas, sempre à beira da ansiedade, torturadas pelas nossas relações, com pavor da morte - e, acima de tudo, com necessidade de Deus".
sábado, 3 de novembro de 2012
Anselmo Borges: Luto(s). As lágrimas de Deus
Texto de Anselmo Borges no Diário de Notícias de hoje. Daqui.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Como a serpente convenceu Eva
sábado, 3 de dezembro de 2011
Anselmo Borges: Nem Eva, nem Adão, nem pecado original
terça-feira, 18 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Apples that revolutionalised the world - 2
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Cinco maçãs que mudaram o mundo (ou pelo menos algumas histórias)
quinta-feira, 14 de julho de 2011
"O Vaticano não perdou Eva", diz Jorge Fiel
Mas para quem está mais ou menos fora da Igreja em termos de pertença efectiva, ainda que não de cultura, não há como não pensar em descriminação. É o caso de Jorge Fiel neste texto do JN de hoje.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Adão e Eva
A new creation myth is portrayed using mixed media and colourful set design. A young man gives birth to a star that brings life to his otherwise dark world.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
"A história de Adão e Eva não se aguenta em pé", diz o biblista Armindo Vaz
domingo, 13 de março de 2011
Jesus Cristo no Hospital S. Francisco Xavier
domingo, 26 de dezembro de 2010
Policarpo em entrevista do DN

D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, deu uma entrevista ao "Diário de Notícias". Está em três partes, aqui, aqui e aqui. Fala de Sócrates, Cavaco e outras políticas. Reproduzo o final da primeira parte, que tem mais a ver a Igreja no mundo actual, ciência e Saramago (mas deixa uma dúvida: o entrevistador, João Céu e Silva, pensa que a Igreja interpreta literalmente o episódio de Adão e Eva?):
A Igreja Católica sobreviveu dois milénios. Acha que em 2100, com as mudanças que estão a acontecer no mundo, ainda terá o mesmo perfil de instituição?
Há coisas perenes na Igreja que, se não deixar de existir, não mudam. Uma delas é a fé e a sequência comportamental desse sentimento, a que chamamos moral. Depois, há a estrutura apostólica, que é o baluarte e a solidez que hoje se exprime pelos bispos. Isso não muda, mesmo que se alterem pequenas formas de ser. No que se refere à adaptação ao tempo, é próprio da Igreja moldar-se às mais variadas circunstâncias sociais.
O desenvolvimento muito grande das neurociências não vai desfazendo a crença?
Só a dos que tinham pouca fé. As ciências, por mais avançadas que sejam, ainda não inventaram nada. O que têm feito é descobrir o que Deus criou!
A Igreja resistiu ao fim da missa em latim mas se, entre outras, a imagem bíblica de Adão e Eva for desconstruída o que acontecerá aos fiéis?
Em Roma ainda se fala latim! No que respeita a outras mudanças, se elas se derem, a Igreja resiste com certeza. Já passámos há muito tempo a fase de ler a Bíblia literalmente como se lê um jornal. Todos sabem que na Bíblia a verdade é sugerida e não é descrita. Tem estilos literários, tem uma simbólica riquíssima e é preciso compreender a ancestralidade daquelas culturas. Há uma coisa que na nossa cultura ocidental temos vindo a perder progressivamente, que é o valor do símbolo e da simbólica. E curiosamente somos obrigados a redescobri-la agora com a profusão da linguagem informática. Estive recentemente em Roma para o Conselho Pontifício para a cultura, que foi sobre as nossas linguagens, e vim de lá um pouco assustado.
Assustado com o quê?
Com os panoramas a médio e longo prazo do que será o mundo. Uma das coisas de que me apercebi foi que a linguagem que está a nascer é quase a reinvenção da escrita, daquele momento em que a humanidade transformou o dizer, o pensar e a fala em símbolos escritos. No Ocidente, perdemos muito o valor do símbolo, talvez devido à exactidão da ciência e da técnica e ao pragmatismo do racionalismo que invadiu a nossa cultura. Hoje, só os poetas é que ainda se vão safando com a simbólica... Ora é impossível ler a Bíblia sem ter uma estrutura simbólica. Eu não preciso de acabar com o Adão e a Eva porque, se eu não interpretar os capítulos primeiros do Génesis à letra, o Adão e a Eva não me incomodam nada, pelo contrário, têm uma riqueza de sugestão simbólica enorme. Às vezes há uma certa precipitação em pensar que podem substituir-se. Podem experimentar, mas não creio que seja fácil.
Acha que Deus perdoou a Saramago o livro Caim e as críticas ao Antigo Testamento?
Que Deus estaria disposto a perdoar Saramago, não tenho dúvidas nenhumas! Não sei é se o Saramago quis esse perdão. Eu fui um leitor assíduo de José Saramago e até admirador. Os grandes livros dele, eu li-os todos.
Inclusive o Evangelho?
Exactamente. Mas aí começa um bocado a sua decadência, é o livro que marca o fim daquela genica do José Saramago. O Caim, francamente, é um livro decadente, e acho que o deviam ter aconselhado a não o publicar.
Do resto da obra, o que é que acha?
É um autor raro, porque introduziu um estilo e lê-se com muito agrado. Aliava muito bem a objectividade da investigação histórica à ousadia do estilo. Há quem não aprecie, mas eu gosto de José Saramago.
E o Alcorão, já leu?
Li, claro.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Masaccio e Miguel Ângelo

Ontem lembrava aqui Masaccio, referindo a sua obra mais importante, mas omitindo a mais conhecida, “Adão e Eva Expulsos do Paraíso” (em cima), que influenciou determinantemente Miguel Ângelo na sua “Expulsão” do tecto Capela Sistina (em baixo).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
"Devia ser como no cinema, a língua inglesa fica sempre bem"
What did Adam say on the day before Christmas?
It's Christmas, Eve!
What does Father Christmas suffer from if he gets stuck in a chimney?
Santa Claustrophobia!
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Grandes figuras da Bíblia segundo Carreira das Neves

“É facto que os católicos, ao contrário dos protestantes, lêem pouco a Bíblia, porque, na tradição da Igreja Católica, a Bíblia não é uma entidade «divina» de per se, mas um meio – o maior e absolutamente necessário entre outros – para chegarmos a Deus, à fé cristã e à compreensão da Igreja”, escreve P.e Joaquim Carreira das Neves na “Introdução” de “As grandes figuras da Bíblia”.
Hoje, com tantos meios à disposição, se um católico desconhece o fundamental da Bíblia, a responsabilidade é exclusivamente dele, ainda que a Igreja em geral e as comunidades cristãs em especial pudessem fazer mais pela promoção da sua leitura.
Neste livro, o padre franciscano e professor de Teologia Bíblica traça “retratos” e “biografias” de protagonistas bíblicos, “em escrita corrida, sem descer a muitos pormenores filológicos, culturais e históricos”. “A intenção é apresentar um livro que todos os leitores possam entender”, por isso, deixou de lado “as argúcias exegéticas dos grandes comentadores da Bíblia, que enchem bibliotecas e revistas da especialidade”.
São 15 as grandes figuras da Bíblia, segundo o P.e Carreira das Neves. Algumas são inseparáveis do seu par e uma é colectiva, os profetas. As figuras estão distribuídas por 12 capítulos. Só uma é do Novo Testamento: Jesus Cristo.
Figuras: 1. Deus; 2. Adão e Eva; 3. Caim e Abel; 4. Noé; 5. Abraão; 6. Moisés; 7. David; 8. Salomão; 9. Profetas; 10. Elias e Eliseu; 11. Isaías; 12. Jesus.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Adão e Eva vão ao médico

Ainda a propósito das escalas do tempo, é incrível a capacidade de acreditar no que é claramente desmentido pela ciência. Refiro-me aos fundamentalismos, mesmo de origem cristã, ou especialmente estes, que dizem que o primeiro par humano foi de facto constituído por Adão e Eva e que o mundo tem cerca de seis mil anos de existência (quatro mil antes e dois mil depois de Cristo), segundo uma interpretação literalista das primeiras páginas da Bíblia.
Mas como é que os do literalismo da Bíblia repudiam as descobertas científicas que dizem que o universo tem entre 13 e 15 mil milhões de anos, que a Terra existe há cerca de 4,5 mil milhões, e que o homem moderno deve ter uns 200 mil anos? A primeira via é dizer que os métodos científicos apoiam-se em conjecturas e suposições, pelo que os seus resultados não são fiáveis, muito menos definitivos. Na verdade, não são definitivos, mas, em geral, são cada vez mais precisos, com base no que já se sabe.
Mas o argumento mais incrível é este, retirado de um sítio fundamentalista: Se um médico tivesse examinado Adão e Eva no dia da sua criação, o médico teria feito uma estimativa de que tivessem 20 anos ou qualquer idade que aparentassem ter, quando, na verdade, Adão e Eva tinham menos de um dia de vida. O mesmo se passa com a Terra. Parece que foi criada há muito tempo, quando foi criada com estas camadas geológicas todas, com os fósseis e tudo, aparentando ter mais idade. A Terra é como Adão e Eva. Foi criada adulta e agora os iludidos pensam que ela evoluiu.
Ladrão generoso

Um herético diz ao rabi Galamiel:
- O teu Deus é um ladrão! Não está escrito no livro do Génesis que ele fez adormecer Adão e lhe roubou uma das suas costelas para criar Eva?
A filha de Gamaliel respondeu prontamente:
- Vou chamar a polícia porque os ladrões roubaram um vaso de prata de dentro de casa e no seu lugar deixaram um em ouro.
O herético ainda afirma, antes de perceber o alcance da comparação:
- Eu não teria nada contra tais ladrões em minha casa.
História da tradição rabínica
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Romance de William Bloyd sobre a identidade

William Boyd, autor de “Armadillo”, “As Novas Confissões” e “Viagem ao Fundo de um Coração”, publicou recentemente em português “Tempestade” (ed. Casa das Letras). Um romance sobre a identidade.
Diz Boyd em entrevista ao “Ípsilon” que o protagonista, um cientista bem cotado em Londres, um climatologista, quando se vê obrigado a devorar uma gaivota bate no fundo, mas consegue inverter a sua queda. “A minha própria história é muito vaga”, diz William Boyd sobre a sua biografia, “e talvez seja essa a razão do meu interesse pelas questões da identidade”.
O protagonista anda fugido em Londres, por culpa de um crime que não cometeu, como Adão ficou perdido no lado de fora do paraíso após a lamentável desobediência gastronómica. Vivendo algures no séc. XXI, o herói ou anti-herói de "Tempestade" chama-se, muito justamente, Adam.
sábado, 21 de agosto de 2010
O Adão de Margaret Atwood

A escritora canadiana Margaret Atwood publicou em 2009 o livro “The Year of the Flood” [“O ano do dilúvio”]. Ainda não está traduzido em português (mas está “Órix e Crex - o Último Homem”, de que a obra acima referida é sequela). Li no Ípsilon da última sexta-feira que a história decorre num tempo em que as espécies estão a transformar-se a uma enorme velocidade, “um sinal inequívoco da iminência de uma catástrofe”. “Adam One, o chefe da seita «Os Jardineiros de Deus», devotada à fusão da ciência com a religião e à preservação de toda a vida animal e vegetal, é o herói (…)”.
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...
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Paulo V (Camille Borghese) foi eleito papa no dia 16 de Maio de 1605 e morreu no dia 28 de Janeiro de 1621. No tempo deste Papa foi inaugur...
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Georg, Joseph e Maria Quando escrevi sobre o livro do irmão do Papa, “Meu irmão, o Papa”, de Georg Ratzinger ( aqui ), disse que hou...
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