Ainda a propósito das escalas do tempo, é incrível a capacidade de acreditar no que é claramente desmentido pela ciência. Refiro-me aos fundamentalismos, mesmo de origem cristã, ou especialmente estes, que dizem que o primeiro par humano foi de facto constituído por Adão e Eva e que o mundo tem cerca de seis mil anos de existência (quatro mil antes e dois mil depois de Cristo), segundo uma interpretação literalista das primeiras páginas da Bíblia.
Mas como é que os do literalismo da Bíblia repudiam as descobertas científicas que dizem que o universo tem entre 13 e 15 mil milhões de anos, que a Terra existe há cerca de 4,5 mil milhões, e que o homem moderno deve ter uns 200 mil anos? A primeira via é dizer que os métodos científicos apoiam-se em conjecturas e suposições, pelo que os seus resultados não são fiáveis, muito menos definitivos. Na verdade, não são definitivos, mas, em geral, são cada vez mais precisos, com base no que já se sabe.
Mas o argumento mais incrível é este, retirado de um sítio fundamentalista: Se um médico tivesse examinado Adão e Eva no dia da sua criação, o médico teria feito uma estimativa de que tivessem 20 anos ou qualquer idade que aparentassem ter, quando, na verdade, Adão e Eva tinham menos de um dia de vida. O mesmo se passa com a Terra. Parece que foi criada há muito tempo, quando foi criada com estas camadas geológicas todas, com os fósseis e tudo, aparentando ter mais idade. A Terra é como Adão e Eva. Foi criada adulta e agora os iludidos pensam que ela evoluiu.
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