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domingo, 21 de agosto de 2016

A falta que os pastores fazem a Portugal

Antes da minha prova eu tinha conversado com meu pastor e ele falou: "Seu Deus vai deixar você ser campeão". Aí, tentei e deu certo.

Thiago Braz, medalha de ouro no salto à vara, Rio 2016

domingo, 5 de janeiro de 2014

Eusébio na Igreja de Santo Eusébio


Morreu Eusébio, antigo jogador do Beira-Mar. Como hoje e nos próximos dias não faltarão evocações dos seus méritos, deixo aqui uma nota de humor:


“Durante o Euro 2000, a delegação portuguesa recebeu um convite para que Eusébio participasse numa cerimónia em Arnhem, na igreja de São Eusébio. O ex-futebolista foi a essa cerimónia acompanhado por António Boronha e por um assessor de FPF, que falava holandês. Eusébio foi convidado a discursar e cometeu uma gaffe, afirmando: «Já me fizeram muitas homenagens, em todas as partes do mundo, mas esta é a primeira vez que dão o meu nome a uma igreja». Conta Boronha que o assessor deu a volta à gaffe traduzindo a frase como a primeira vez que Eusébio era homenageado numa igreja com o nome dele”.

Isto veio no "Público" de 17 de agosto de 2010. Mais informações contextuais aqui.

Nota pessoalíssima: Tive o gosto de ver Eusébio jogar num Beira-Mar - Sporting. Foi no dia 6 de março de 1977. A família toda deslocou-se a Aveiro, certamente por influência do avô, que era sportinguista, tão sportinguista que o cão se chamava Celtic (nome que na minha infância de vez em quando causava admiração quando aparecia na televisão: "Olha, aquela equipa tem o nome do cão do avô"; mais tarde viemos a saber que o nome do cão é que se devia a uma vitória qualquer do Sporting sobre o Celtic ou, talvez, a uma vitória do Celtic sobre o Benfica, 3-0, no início da década de 1970). Deu empate a uma bola, com golo de Eusébio aos 10 minutos da primeira parte. Pude confirmar agora mesmo estes dados num jornal da época e verifiquei mais uma vez como a mente pode ser traiçoeira. Antes de confirmar, estava convencidíssimo que o Beira-Mar tinha vencido 2-1, com um golo de Eusébio, claro, e que o jogo tinha sido em 1978.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Efeito Francisco no Futebol

No DN de ontem. Efeito Francisco? Se o efeito papal se mantiver no futebol, no próximo mundial ganha a Itália, como ganhou em 1982 e em 2006, nos primeiros mundiais dos pontificados dos dois anteriores papas. E o terceiro classificado será o país de origem do Papa, neste caso, a Argentina (como aconteceu com a Polónia em 82 e a Alemanha em 06).

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Adeus, bispo gastador. Olá, equipa de críquete

O bispo de Limburgo (Alemanha), que gastou 31 milhões de euros na sua residência episcopal, foi afastado temporariamente da sua diocese. Li aqui. O "Dinheiro vivo" há tempos escreveu sobre este senhor. Ler aqui.


Entretanto, diz uma notícia que o

Vaticano funda equipa de críquete e desafia Igreja de Inglaterra

Assim de repente, a gente lê e não acredita. Mas a notícia explica e lá se compreende.
Irá realizar-se um campeonato que será disputado por equipas de padres e seminaristas de instituições católicas em Roma. Depois de jogarem entre si num torneio “Twenty20”, os melhores jogadores são seleccionados para o “Vatican XI”, a equipa do Vaticano, e vão desafiar a Igreja de Inglaterra para que também forme uma equipa para disputar um jogo no Lord’s, o estádio mais célebre da modalidade, em Londres. Ler aqui.
É algo tão ridículo como a Clericus Cup. É desporto universitário e mais nada. Não sei por que é que o país do Papa se mete nestas coisas.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Um pé na lua e uma pedalada até aos Alpes, sempre por...

Quando Armstrong põe um pé na lua, a religião está ali. Quando Leprince-Ringuet preside aos destinos da física nuclear, ela está ali. Quando Robert Schumann e tantos émulos de hoje constroem uma Europa nova, não fazem mais do que falar d'Ele. Quando tantos e tantos cristãos contribuíram e contribuem para edificar um sindicalismo construtivo e cristão, devemos proclamar: É Jesus quem dá a força à nossa vida.

Eddy Merckx


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quem disse isto? "Apostolado de bicicleta por toda a terra"


Quem disse isto?

Se o meu amor a Cristo pode servir para qualquer progresso do amor, estou disposto a fazer apostolado de bicicleta por toda a terra.

a) Eddy Merckx
b) Lance Armstrong
c) Marco Pantani
d) Jorge Bergoglio nos tempos em que preferia o basquete e o ciclismo.

Resposta (selecione): a) Eddy Merckx. Quanto a Jorge Bergoglio, de facto, preferiu o basquete quando era jovem. Mas desconheço qualquer interesse nele pelo ciclismo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mais Francisbol: Zanetti dá a camisola ao Papa


Mais uma camisola para Francisco. Há dias, não interessa quando, tantas têm sido as camisolas de futebol que entram no Vaticano, la foi o argentino do Inter de Milão entregar a sua (tenho ideia de que também já tinha oferecido uma a Bento XVI). E Messi? E Di Maria? E Lucho? De que estão à espera?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Papa, o futebol, o capitalismo e os pobres. E um lema que dá para muitas instituições


Notícia da "Bola", um jornal catolicíssimo que se publica em Lisboa. Neste 1 de abril, trazia três notícias de religião mesmo religião, para além de todas as outras sobre as fés clubísticas, em especial a que  prefere o Salmo 90, que a certo ponto diz: "Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. (...) Calcarás aos pés o leão e o dragão".

Um das notícias de religião mesmo religião tem a ver com o Papa, que é sócio do San Lorenzo. Muito se fala desta preferência clubística do Papa. Mas vamos lá ver se ele não vai receber os próximos campeões da Champions, que será um destes clubes: Real Madrid, Barcelona, Borussia de Dortmund ou Bayern de Munique. Todos eles mui católicos, de regiões mui cristãs (talvez menos o Borussia, não sei). E em todo o caso, todos eles símbolo do capitalismo mais selvagem, pois se há atividade mais capitalista e menos questionada é o futebol. Não é bom duvidar de religiões, claro, ainda que o orçamento destes clubes seja maior do que o de muitas nações. O orçamento anual do Real Madrid, por exemplo, é mais de o dobro do PIB de São Tomé e Príncipe. Mas os pobres continuarão  sempre a gostar de futebol.

Muito se fala desta preferência clubística do Papa, mas geralmente os meios portugueses não dizem duas coisas que considero não irrelevantes. Primeiro, é que é um clube fundado por salesianos. Origem católica, portanto. Segundo: há algum jogador em Portugal proveniente deste clube, já que temos tantos argentinos? Não sei se há mais algum, mas só dei com um, que até já nem está em Portugal. Leandro Romagnoli. Veio de lá e para lá voltou. Jogava no Sporting, esse grande clube que tem um lema que também se aplica tão bem à Igreja Católica como ao PCP: Esforço, dedicação, devoção e glória.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sucessão de bispos num mundo pequeno e em forma de bola


Ontem, um leitor deixou um comentário um pouco escatológico sobre o trabalho dos jornalistas dizendo que o título era “Papa nomeia substituto de bispo que saiu por pedofilia”, dando uma ideia errada, já que o que aconteceu foi que Donald Murray se demitiu em 2009 por ter encoberto abusos sexuais (no comentário aqui). Não saiu por pedofilia. Saiu por encobrir pedofilia.

Pois bem, hoje vem na “Bola” uma breve que, à partida, na sua concisão, não tem imprecisões. Obrigado, “Bola”, pela excelente informação religiosa. Bem sabemos que és um órgão confessional, mas também falas das outras fés de vez em quando. Como agora.



O que me chama a atenção, no entanto, não é o bispo mas a diocese para onde vai, Limerick. É a cidade da universidade de um autor muito apreciado cá por estes lados, David Lodge. É na Universidade de Limerick que se passa o romance “O mundo é pequeno” (Asa). Hoje, de facto, existe uma universidade em Limerick, mas não existia quando o católico reticente escreveu a obra. O romance é de 1984. A universidade é de 1989 (evoluiu de um instituto superior). Vi na Wikipédia, mas cruzei os dados e parece-me que estão corretos.

(Em “Pensamentos secretos”, na Asa, Lodge fala da Universidade de Gloucester, que também não existia quando escreveu a obra, mas agora existe como University of Gloucestershire. A obra foi publicada originalmente em 2001; nesse mesmo ano o instituto de mecânica tornou-se universidade.)

domingo, 6 de janeiro de 2013

No Sporting perderam-se até as mais simples noções do calendário litúrgico


Só hoje tive conhecimento desta capa do jornal do Sporting, que saiu no Natal passado (julgo não ser o único a ter a sensação de que o Natal já foi há umas boas semanas). Anda muita confusão lá para aqueles lados, como se sabe. Tudo levava a crer que o episódio escolhido seria o Presépio. Teria tudo a ver com a quadra. Mas é capaz de ter havido demasiados candidatos ao lugar de burro - sem ofensa para este animal simpático e de conotações reais na tradição bíblica, como o leão, com a vantagem de ser pacífico.

Acontece que escolheram a Ceia. Talvez na Páscoa se decidam finalmente pelo Presépio, ou pelo Pentecostes, se já tudo tiver ardido, como é de esperar.

A Ceia está bem escolhida porque a seguir vem o Calvário. E nessas lides, mas sem nenhum cireneu de jeito, anda já o Sporting já há muitas jornadas. E como só falta um ponto para descer de divisão, este episódio permitirá aludir à descida aos infernos. Quanto ao Judas, embora eu tenha umas simpatias por este clube, não faço a mínima ideia sobre quem será. Não sei se há muitos, se há poucos. Vejo é que não há crentes suficientes para fazer uma equipa de 11.




sábado, 18 de agosto de 2012

Anselmo Borges: "Os Papas e o desporto"


Texto de Anselmo Borges no DN de hoje (aqui).

Durante os Jogos Olímpicos, foi para mim uma surpresa simpática saber que o Papa Pio X tinha sido promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. De facto, não podendo realizar-se em Roma por causa de uma grave crise económica - acabaram por ser celebrados em Londres -, Pierre de Coubertin, instigador dos Jogos modernos, pediu ajuda à Santa Sé, e foi o próprio Pio X que o apoiou.

Quem o afirma é Antonella Stelitano no livro Pio X e o Desporto, fazendo notar que nos começos do século XX menos de um por cento da população praticava desporto. Ora, Pio X via no desporto uma forma de educar os jovens. "São Pio X viu a possibilidade de o desporto ser educativo. Uma forma de aproximar os jovens, para que, estando juntos, seguissem regras e respeitassem o adversário. Creio que entendeu que era possível fazer com que as pessoas estivessem juntas de uma forma simples, unidas sem problemas de raça, religião ou ideias políticas diferentes."

Aliás, dada a dificuldade em se compreender nessa altura a ginástica, o próprio Papa terá dito a um cardeal: "Muito bem! Se não entendem que é algo que se pode fazer, pôr-me-ei eu próprio a fazer ginástica diante de todos e assim verão que, se o Papa a pratica, todos a podem praticar."

É claro que os Jogos Olímpicos não se reduzem ao lema olímpico: citius, altius, fortius (mais rápido, mais alto, mais forte). Lá estão interesses outros que não os desportivos (aliás, não é o que se passa nos outros desportos, concretamente no futebol?), como os negócios e a corrupção, o perigo da idolatria e imensas frustrações e humilhações.

Seja como for, nunca foi esquecido o lema: "mens sana in corpore sano" (mente sã num cor- po são) e os Papas recentes não deixaram de sublinhar a importância e o valor do desporto.

Pio XII, chamado "o amigo dos desportistas" e o primeiro a mandar instalar um ginásio no Vaticano, perguntava e respondia:"Qual é, em primeiro lugar, o sentido e o objectivo do 'desporto', sã e cristãmente entendido, senão precisamente cultivar a dignidade e a harmonia do corpo humano, desenvolver a saúde, o vigor, a agilidade e a graça do mesmo?" E acrescentava: "O desporto, adequadamente dirigido, desenvolve o carácter, faz do ser humano uma pessoa valorosa, que perde com generosidade e vence sem presunção; ele afina os sentidos, ilumina a mente, e forja uma vontade de ferro para perseverar. Não é só desenvolvimento físico. O desporto correctamente entendido tem em conta o homem todo."

O desporto tem a capacidade de contribuir para a formação integral e para a fraternidade universal e a paz. João XXIII notou que o desporto "constitui um dos fenómenos mais vivos e interessantes da cultura contemporânea". O Concílio Vaticano II recomendou: "Empreguem-se os descansos oportunamente para distracção do ânimo e para consolidar a saúde do espírito e do corpo, ... com exercícios e manifestações desportivas que ajudam a conservar o equilíbrio espiritual e a estabelecer relações fraternas entre os homens de todas as classes, nações e raças."

Paulo VI dirigiu-se aos atletas das XIX Olimpíadas: "Procedeis de tantos países, representais ambientes e culturas, mas une-vos um ideal idêntico: ligar todos os homens com a amizade, a compreensão, a estima recíproca. Isto prova que a vossa meta final é mais elevada: a paz universal." O desporto simboliza a vida: "A vida é um esforço, a vida é um risco, a vida é uma corrida, a vida é uma esperança para a meta final, uma meta que transcende o palco da experiência comum e que a alma entrevê e a religião nos apresenta."

João Paulo II, o papa dos desportistas, disse-lhes: "Sede conscientes da vossa responsabilidade. Não apenas o campeão no estádio, também o homem com toda a sua pessoa deve converter-se num modelo para milhões de jovens, que têm necessidade de 'líderes' e não de 'ídolos'." E exortou: "Que o desporto esteja sempre ao serviço do homem e não homem ao serviço do desporto." Neste sentido, Bento XVI afirmou que, para os cristãos, a luz da chama olímpica "remete para o Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões, incluindo a desportiva."

Nota deste blogue: O episódio de Pio X, com ligação para a notícia do livro, ja havia sido referido aqui.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Desporto por desporto" - a mística olímpica por João César das Neves


Meditação de João César das Neves, no DN da semana passada (6 de agosto, aqui), sobre a dimensão pararreligiosa dos jogos olímpicos. Pus a negrito as palavras mais explicitamente religiosas.

A sociedade moderna, cortando as relações com o transcendente, teve de arranjar mitologias, cultos, teologias para se inspirar. O desporto, como a ciência, música e heroísmo, é um elemento central dessa espiritualidade. Os atletas alegadamente mostram o melhor do ser humano, esquecendo misérias, desgraças e maldades, promovendo a auto-superação, camaradagem, colaboração e paz. Os Jogos Olímpicos são a grande celebração mundial da mística, proclamando bem alto este evangelho.
Mas existe um abismo entre desporto e a alta competição dos certames mundiais que bate recordes. Aí a situação aproxima-se do que a sociedade moderna mais se orgulha de erradicar: a escravatura. O facto de ser voluntária e rodeada de fama não a redime. Torna-a paradoxal.
A vida dos atletas manifesta bem este paralelo. Treinos, dietas, disciplina, lesões, exaustão e sofrimento são coisas que, se fossem impostos a alguém, seriam consideradas campo de concentração. Além disso, há a rivalidade, obsessão pelas marcas, pressão psicológica, humilhações, violência moral, isolamento, exclusividade que são brutais. Até o mandamento central desta , levar-se a si próprio ao extremo, é vicioso, pois a virtude está no equilíbrio e moderação. A vida de atleta é, realmente, bastante miserável, destruindo a humanidade, em vez de a ampliar, como garante a mística. 
O dogma oculta a verdade com um truque. Não nega a violência e angústia, mas, centrando a atenção nos vencedores, garante que tudo vale a pena perante a alegria do sucesso e a glória da vitória. Mas, ao contrário dos filmes de aventuras, os adversários vencidos não são vilões malvados. São outros atletas, que também pagaram os custos altíssimos, também forçaram e esfrangalharam a sua humanidade, tendo como única recompensa vergonha e fiasco. 
A isto junta-se extrema injustiça e impiedade, oculta debaixo do rigor dos resultados. Com os níveis a que chegaram os recordes, o fracasso acontece por milésimos de segundo, centímetros, queda na pirueta, pequeno deslize, ligeira indisposição. Esse nada deita a perder anos de trabalho brutal, que valem zero. E o injustiçado, que se escravizou voluntariamente, nem sequer pode protestar contra o cronómetro, a fita métrica e evidência dos árbitros. Só tem de desaparecer e tentar outra vez, se ainda tiver idade. 
Isto aponta outra evidente falha da mística: desporto é para jovens saudáveis. Uma que apenas dá sentido à vida a alguns durante uns anos, não presta. Os apóstolos defendem-se dizendo que desporto é para toda a vida, sendo a alta competição apenas dos mestres, como os mosteiros e eremitérios na religião. Mas no desporto, ao contrário da religião, vitória e fama fazem parte da mística. A falsidade da tese vê-se na vida posterior dos grandes atletas.Tirando o pequeno punhado de superestrelas que vive da celebridade, à esmagadora maioria dos desportistas, mesmo grandes campeões, espera-os anos de nostalgia, anonimato, até miséria, pois muitos desperdiçaram a juventude sem aprender uma profissão útil. A mística tenta esconder a verdade, celebrando glórias passadas, mas ela por vezes emerge, como no filme Belarmino (Fernando Lopes, 1964) ou nas notícias recorrentes de ex-campeões que vendem as medalhas para comer. 
É verdade que estes são precisamente os pontos em que toca o espírito olímpico. Ao contrário dos campeonatos, os Jogos dirigem-se a amadores, pessoas que praticam desporto por desporto, não por obrigação. Participar é mais importante do que vencer ou bater recordes. Esta é a teoria, muito longe da realidade. Repetidamente se ouvem os sumo sacerdotes lamentar a perda do espírito olímpico. Em grande medida, os Jogos são apenas mais um campeonato, para os mesmos profissionais que batem o circuito. Mas o mal estava na origem: se apenas interessa a prática, porquê criar medalhas e podium? 
O desporto é uma excelente actividade humana, como a arte ou ciência, mas, como elas, não suporta ser erigida em finalidade de vida. O desporto só é desporto se for praticado por desporto.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Papa olímpico


PioX ainda sem ter calçado as sapatilhas

 A edição dos jogos olímpicos de 1908 esteve para ser em Roma, mas a “cidade eterna” renunciou à organização por causa de uma grave crise económica.


Londres acabou por acolher a 4.ª Olimpíada da era moderna. Entretanto, o inventor dos jogos, o francês Pierre de Coubertin (1863-1937), pediu ajuda à Santa Sé para a promoção do evento e foi o próprio Papa Pio X que se empenhou no processo.


Consciente da dificuldade de incentivar a atividade desportiva nessa época, geralmente ligada aos militares ou à classe nobre, Pio X disse a um dos seus cardeais: “Muito bem. Se não percebem que é algo que se pode fazer, vou pôr-me a fazer ginástica diante de todos, verão assim que se o Papa a faz, toda a gente a pode fazer”.


Adaptado daqui.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Porta-voz dos bispos escreve sobre as olimpíadas para que a situação melhore

Texto de P.e Manuel Morujão, s.j., no "Correio da Manhã" de hoje. Refere o jesuíta que o inventor do lema olímpico foi o padre Henri Martin. Julgo que o nome está errado, tratando-se antes do dominicano francês Henri (Louis Rémy) Didon, que já por cá passou.

sábado, 16 de junho de 2012

Porta-voz da CEP gosta de futebol

No "Correio da Manhã" de ontem. Um porta-voz tem de estar preparado para as imensas solicitações da imprensa. E mais ainda se o assunto é futebol.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Já que hoje só se fala de futebol

Estreou em Buenos Aires a peça de teatro "A filha de Deus". É protagonizada por Dalma Maradona, filha mais velha de Diego Maradona, o deus a que se refere a peça.


A peça é de Erika Halvorsen e conta peripécias, anedotas e histórias do futebolista. A estreia foi ontem. Não sei se Maradona esteve presente, mas a filha, na antevisão, disse: "Se Deus quiser, ele estará aqui no dia 12". A autora e encenadora emendou: "Se ele quiser".


E o título e a peça lembram-me que já existe uma igreja maradoniana (parece que foi criada no rescaldo da desilusão que representou para alguns a eleição de Pelé como melhor futebolista de sempre), que tem como dia de Páscoa o 22 de junho (quando Maradona marcou com "la mano de Dios" o golo à Inglaterra, no México 86) e um tetagrama sagrado, D10S - "Dios" mais o 10 da camisola.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vaca alemã e outras fés



Retirado do Record (aqui), com esta legenda: A vaca vidente Yvonne fez a sua escolha esta sexta-feira, durante o pequeno-almoço: previu o triunfo de Portugal no jogo frente à Alemanha (sábado). Está feito e a escolha é insuspeita: Yvonne é alemã. Vive perto de Deggendorf.




Nestes tempos pós-religião, que os filósofos dizem ser de predominância da razão técnico-científica, é com imenso humor que vejo os novos oráculos a entrar em ação, principalmente por causa do futebol, que, em si mesmo, é para muitos um sucedâneo da religião - mesmo que disso não tenham consciência.


Chesterton bem o sabia: quando não se acredita em Deus, não quer dizer que não se acredite em nada; acredita-se em tudo. 


Polvos, cães, piriquitos, porcos... Agora é uma vaca alemã. Claro que poucos levam a sério as previsões, assim espero. Mas o facto de serem amplamente divulgadas (eu faço uma metadivulgação) o que significa? Se fôssemos estritamente racionais dávamo-nos a isto?

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...