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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Orações e longevidade da família real britânica


Francis Galton (primo de Charles Darwin e criador do pérfido conceito de eugenia) correlacionou o número de orações públicas em favor da família real britânica com a saúde e longevidade dos seus membros. Concluiu que quantas mais orações lhes eram dedicadas, mais rapidamente pareciam morrer - um pouco ao contrário dos estudos de qualquer universidade americana, já que estas estão sempre a mostrar que os doentes que rezam recuperam mais rapidamente.

Supostamente, o estudo do eugenista provaria a inexistência de Deus. Mas se é verdade que quanto mais rezavam por eles, mais depressa eles morriam (não conheço mais pormenores do estudo de há mais de um século; a minha hipótese é que o número de orações se multiplicava com a deterioração da saúde de determinado membro da realeza; a pouca saúde é que era causa das orações), algo se provava do divino. Não a sua inexistência, mas antes o seu pouco gosto por orações para evitar o inevitável.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Wittgenstein resume Pascal

Versão de Wittgenstein do argumento da aposta de Pascal:


"Vá. acredita! Mal não faz".


Li em "Nada a temer" (ed. Quetzal), de Julian Barnes, o livro autobiográfico focado nas questões (ou talvez apenas na questão) da  morte e de Deus. O agnóstico Barnes, que já foi ateu, é uma pessoa honesta. O livro, já o disse (aqui), é imperdível.


Argumento de Pascal aqui.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Uma inteligível expressão de Deus, pelo menos

Inácio de Antioquia, no princípio do séc. II, perto do martírio, pediu aos cristãos de Roma que não tentassem salvá-lo. Morrendo, queria ser "uma inteligível expressão de Deus".


De entendimento embotado, com diz Jesus em relação aos apóstolos, numa certa passagem dos evangelhos, todos precisamos - falo por mim - de inteligíveis expressões de Deus. São isso os milagres. As provas. Os sinais. Mas a questão talvez esteja mais no entendedor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Saber e provar



"A existência de Deus é tão certa para mim como a minha própria existência, embora, ao tentar estabelecer as bases lógicas desta certeza, encontre dificuldade em fazê-lo de uma maneira e segundo um esquema que me satisfaçam".


John Henry Newman, in "Apologia" (ed. Verbo), pág. 272

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Razão

Jean Daniélou com Andre Chouraqui

Um Deus que a razão dominasse não seria nem um Deus pessoal, nem um Deus transcendente. É ao afirmar ao mesmo tempo que Ele existe e que Ele a ultrapassa que a razão o conhece enquanto Deus.

Jean Daniélou (1905-1974)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Escondido

Alguma coisa me ajudou. É a ausência de provas da existência de Deus, Deus escondido. Para mim, esta ausência de provas é a primeira prova: porque, se Deus respeita o homem, Ele deve querer da nossa parte uma adesão livre: Ele não nos deve meter numa obrigação de crer nele.

Henri-Georges Clouzot (1907-1977)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Blasfémia

Deus não é uma ideia que se prova, é um ser com relação ao qual se vive. Procurar provas é uma blasfémia e tornar o cristianismo verosímil é a destruição do cristianismo.

Soren Kierkegaard (1813-1855)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Saramago versus Tomás de Aquino

Saramago, descrente, disse um dia: “Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro”. Tomás de Aquino, crente, escreveu há muito mais tempo: “Não é evidente que Deus exista”.

As afirmações fazem pensar que ateus e crentes podem estar muito próximos nas afirmações racionais sobre Deus. Tomás até parece mais descrente. A diferença virá depois pelo tom absolutista, ou mesmo fundamentalista, que cada um põe na fase. Tomás de Aquino não foi, de modo nenhum, um fundamentalista.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Como Euler "provou" a existência de Deus

L. Euler (1707-1783)

Há tempos referi aqui a disputa matemática sobre Deus entre Euler e Diderot. Voltei a dar com o livro que julgava perdido para sempre, por isso, transcrevo o excerto em questão.

(…) O grande matemático alemão Leonhard Euler encontrou-se com o eminente intelectual francês Denis Diderot, ateu convicto, a quem apresentou uma prova matemática, espúria, da existência de Deus. Segundo parece, Euler aceitara um convite de Diderot, que ao tempo de encontrava na corte do czar russo. No dia da sua chegada, Euler procurou Diderot e proclamou: «Monsieur, (a+bn)/n=X, donc Dieu existe; répondez!» [Cavalheiro, (a+bn)/n=X, portanto, Deus existe. Responda!] Anteriormente, Diderot tinha já eloquente e vigorosamente refutado numerosos argumentos filosóficos para a existência de Deus, mas neste momento, incapaz de compreender o significado da equação matemática, que Euler lhe apresentara, sentiu-se intimidado e não proferiu palavra.

Michael Guillen, "Pontes para o infinito. O lado humano das matemáticas", ed. Gradiva (1987), pág. 9-10.

A história serve não para mostrar a existência Deus, porque a matemática não trata de provar ou negar a existência de objectos reais, mas sim para Michael Guillen ilustrar o que pode fazer o medo e a ignorância da matemática: perder uma discussão.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Teologia da incerteza

Thierry Maulnier, Jacques Hébertot e André Malraux

Deus é aquele que não pode ser provado. Ele está para lá de todas as provas. Se eu fosse cristão, votaria os meus esforços a uma teologia da incerteza.

Thierry Maulnier (1909-1988)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ideia

A ideia de Deus é de todas as provas da existência de Deus a mais irrecusável.

Nicolas Eugène Géruzez (1799-1865)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ideia difícil

Sendo a ideia de Deus difícil de definir, ela parece-me difícil de combater.

Jean Rostand (1894-1977)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Leituras matutinas: Ian McEwan fala de Deus


Excerto da entrevista de José Rodrigues dos Santos a Ian McEwan em “Conversas de escritores” (Gradiva), pág. 34.

José Rodrigues dos Santos – Não acredita que Deus existe?
Ian McEwan – Acreditaria se tivesse alguma prova. Não vejo razão para acreditar. Penso que o mundo é tão maravilhoso e tão estranho que quero ver até onde chegamos sem explicação do sobrenatural.

JRS – E se Deus é natural e não sobrenatural?
IM – Então teremos de modificar a nossa ciência para o integrar. Todavia, neste momento não há nada que sugira que a oração funciona. Muitas crianças adoecem e morrem, apesar de todas as orações dos pais. Perguntaram um dia a Bertrand Russell, um ateu famoso, o seguinte: “O que aconteceria se ao morrer descobrisse que Deus existe? O que Lhe diria?” E Bertrand Russell respondeu: “Dir-lhe-ia: não chega como prova, meu caro”. Aí está.


Perplexidades: Se tivesse provas, ainda se tratava de acreditar? O específico de Deus é dar explicação ao mundo? Deus natural? (Esta merece um Nobel da Teologia - deve ter a ver com "A fórmula de Deus"). A oração não funciona em relação a “muitas crianças”? E em relação às outras? A eficácia da oração é um argumento? (Talvez para um Deus muito sacrificial e utilitário). A resposta de Russell às vezes parece-me inteligente (dizia Agostinho: Trabalha como se Deus não existisse, reza, porque Deus existe). A existência não é prova da existência. Outras vezes, acho que não percebi.

domingo, 13 de dezembro de 2009

O que ele disse de Deus

Agostinho da Silva (1906-1994) sobre Deus:

Toda a prova da existência de Deus o rebaixa a nosso próprio nível.


Acreditar num Deus provado seria tão relevante como acreditar na tabuada.


Deus não se afirma nem se nega: Deus É, mesmo quando não é, numa plena manifestação da sua suprema liberdade.


Deus é imanente e transcendente ao homem; o homem é imanente e transcendente a Deus.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Desculpar Deus

“Os filósofos: eles não sabem como desculpar Deus; é por isso que ou o negam ou o provam; o que vem dar ao mesmo. Com efeito, em vez de, em primeiro lugar, procurarem vê-lo, eles começam por concebê-lo”.

Jacques Rivière (1886-1925)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Adenda ao argumento de Santo Anselmo


Perguntaram um dia ao pianista Arthur Rubinstein se ele acreditava em Deus. E ele respondeu: “Não. Eu não acredito em Deus. Acredito em algo ainda maior”.

A frase do pianista polaco de origem judaica (ou será judeu de origem polaca?) tanto pode revelar descrença como uma fé profunda. E tanto podemos pensar no que pensa o pianista como no que vulgarmente podem pensar aqueles que dizem acreditar em Deus.

Mas se a trago para aqui é porque com ela parece que sai reforçado o velho argumento de Santo Anselmo, o “argumento ontológico”, na designação de Kant.

O argumento diz basicamente que “aquilo maior do que o qual nada se pode pensar não pode existir apenas no intelecto”. Por várias razões, o argumento é inválido, embora ao fim de mil anos continue a enfeitiçar a mente.

Mas talvez o argumento anselmo-rubinsteiniano tenha validade: Deus é maior do que as nossas concepções de Deus. (Mas, afinal, é disto que os místicos sempre falaram).


A foto diz: "Dear Emil, from my heart, your old friend Arthur Rubinstein" 1960. Encontrei-a aqui.

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...