L. Euler (1707-1783)
Há tempos referi aqui a disputa matemática sobre Deus entre Euler e Diderot. Voltei a dar com o livro que julgava perdido para sempre, por isso, transcrevo o excerto em questão.
(…) O grande matemático alemão Leonhard Euler encontrou-se com o eminente intelectual francês Denis Diderot, ateu convicto, a quem apresentou uma prova matemática, espúria, da existência de Deus. Segundo parece, Euler aceitara um convite de Diderot, que ao tempo de encontrava na corte do czar russo. No dia da sua chegada, Euler procurou Diderot e proclamou: «Monsieur, (a+bn)/n=X, donc Dieu existe; répondez!» [Cavalheiro, (a+bn)/n=X, portanto, Deus existe. Responda!] Anteriormente, Diderot tinha já eloquente e vigorosamente refutado numerosos argumentos filosóficos para a existência de Deus, mas neste momento, incapaz de compreender o significado da equação matemática, que Euler lhe apresentara, sentiu-se intimidado e não proferiu palavra.
Michael Guillen, "Pontes para o infinito. O lado humano das matemáticas", ed. Gradiva (1987), pág. 9-10.
A história serve não para mostrar a existência Deus, porque a matemática não trata de provar ou negar a existência de objectos reais, mas sim para Michael Guillen ilustrar o que pode fazer o medo e a ignorância da matemática: perder uma discussão.
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