domingo, 26 de maio de 2013
Amor e audácia
Karl Rahner disse pouco antes de morrer que lamentava duas coisas em sua vida: não ter amado mais as pessoas e não ter tido mais audácia com as hierarquias da Igreja.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Lamentações de Rahner e de outros
"Karl Rahner disse pouco antes de morrer que lamentava duas coisas em sua vida; não ter amado mais as pessoas e não ter tido mais audácia com as hierarquias da Igreja. Não quero morrer sem dizer realmente o que penso".
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Viver com o que temos
Karl Rahner
quinta-feira, 7 de março de 2013
Pedro Casaldáliga e outros: "Deixa a Cúria, Pedro"
Deixa a Cúria, Pedro,
Ordena que todos os pergaminhos impecáveis
pelas palavras de vida e amor.
revestidos e de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos pobres.
tantos gritos de crianças sem resposta,
e memória bordada dos mortos anónimos.
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.
um resto de esperança.
Não O deixes só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,
É hora de beber o cálice dos pobres
e erguer a Cruz, nua de certezas,
e quebrar a construção - lei e selo - do túmulo romano,
e amanhecer
a Páscoa.
que segue em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.
ama-nos a nós,
simplesmente,
de igual a igual, irmão.
o peixe da alegria,
o pão da palavra,
as rosas das brasas...
... a clareza do horizonte livre,
o mar da Galileia,
ecumenicamente, aberto para o mundo.
o maior da Igreja, um ponto de referência para todos os impulsos, um mestre superior a todos os pensadores e teólogos, um santo e um profeta, um homem que conquista todos os corações com a sua personalidade fascinante, um grande líder que molda o seu século e empalidece estadistas e outras grandes personalidades na insignificância, um pontífice a quem todos os bispos se referem respeitosamente, como pequenos oficiais perante o seu rei, a fim de ouvir obedientemente as suas palavras e ordens (ler tudo aqui).
sábado, 13 de outubro de 2012
Anselmo Borges: 11 de Outubro de 1962
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Tolentino Mendonça: A forma do cristianismo em mudança
quinta-feira, 26 de julho de 2012
26 de julho de 1936. Hans Urs von Balthasar é ordenado padre
Hans Urs von Balthasar (1905-1988), suíço, foi ordenado padre no dia 26 de julho de 1936. Era jesuíta e assim continuou a ser até 1950, altura em que, devido à amizade Adrienne von Speyr (1902-1967), uma viúva médica e mística, convertida ao catolicismo, deixou a Companhia de Jesus.
Diz a Wikipedia que este teólogo, um dos grandes ausentes do II Concílio do Vaticano, defendia uma "teologia ajoelhada", em contraposição à "mera análise sistemática", ou mesmo à especulação.
Deste teólogo disse Bento XVI, nos 100 anos do nascimento do suíço, que "a sua vida foi uma genuína busca da Vida verdadeira" (mensagem ao congresso internacional aqui), entendida como "busca da verdadeira vida". Com Ratzinger e de Lubac, Balthasar fundou no final dos anos 60 a revista "Communio". Morreu no dia 28 de junho de 1988, dois dias antes de receber o título, apenas honorífico, de cardeal.
Balthasar recebeu em 1984 o Prémio Paulo VI das mãos de João Paulo II. Na altura, afirmou ao "L'Osservatore Romano":
quinta-feira, 21 de junho de 2012
D 01 - Rahner e Kasper afastam-se do diabo
“Não faz sentido tomá-lo [o diabo] como pura personificação do mal existente no mundo. E, realmente, o mal não é uma contra-energia ou um fantasma, é sempre fruto de atos livres e pessoais”.
“A crença nele não constitui senão um elemento secundário da revelação a que podemos ter acesso apenas por reflexão. Não há nenhuma doutrina explícita do Demónio nos grandes símbolos da fé…”
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Se Karl Rahner fosse Papa
Mesmo como papa, eu gostaria de continuar aprendendo. Deixe que as pessoas percebam que um papa pode errar, cometer equívocos, estar mal informado e escolher o tipo errado de assistentes.
Embora eu não atribua a nenhum dos meus antecessores, ou ao menos aos meus predecessores imediatos, uma falta de humildade e de modéstia, parece-me que hoje um papa [no ano 2020] pode, até mesmo publicamente, fazer esta autoavaliação crítica mais claramente do que costumava ser feita. Pessoas importantes na história do mundo e da Igreja costumaram ter a ideia de que a sua autoridade legítima se colocaria em risco se deixassem seus "súditos" ver que eles também eram apenas seres humanos que cometiam erros. Era somente após a sua morte que os historiadores da Igreja eram autorizados a descobrir falhas, erros ou hesitações em um papa.
Mas, se eu estou convencido de que, mesmo como papa, eu continuo sendo um ser humano que irá cometer falhas, talvez até mesmo graves, por que não me seria permitido reconhecer isso mesmo durante a minha vida? Será que a mentalidade de pessoas que realmente não importam tanto hoje é a de que a autoridade não sofre danos, mas ao contrário lucra quando o seu portador admite abertamente as limitações de um pobre e pecador ser humano, e não tem medo de reconhecê-los? Por enquanto, ao menos, estou disposto a ouvir discussões públicas em minha presença, eventualmente para aprender com os outros e para reconhecer que eu aprendi.
Mesmo como papa, eu gostaria de continuar aprendendo. Deixe que as pessoas percebam que um papa pode errar, cometer equívocos, estar mal informado e escolher o tipo errado de assistentes. Tudo isso é evidente, e eu acredito que nenhum papa recente duvidou seriamente disso. Mas por que tal evidência deve permanecer oculta e encoberta? Pedro permitiu que Paulo o confrontasse frente a frente, e eu suponho que Pedro reconheceu que Paulo estava certo. Mesmo hoje, um papa pode se permitir algo desse tipo. Eu, pessoalmente, reivindico esse direito e estou disposto, se necessário, a permitir que a minha autoridade sofra uma perda, o que seria meu dever aceitar.
Eu não deverei ser um grande papa. Eu não tenho os meios para isso. Portanto, não vou ter um complexo de inferioridade se eu parecer bastante modesto em comparação com os grandes papas do século XX. Para mim, isso parece ser providencial. Tenho a sensação de que, através da sua grandeza, esses papas tiveram uma influência na Igreja que provavelmente nunca pretenderam ter e que teve seu lado questionável, uma influência que eu vou tentar compensar com o meu pontificado mais modesto.
Não é verdade? Esses papas não fomentaram involuntariamente uma mentalidade na Igreja que superestima a função apropriada do papa, de acordo com o dogma e de como ela foi na maior parte da história dos papas? Essa mentalidade não implica que um papa deva ser, em todos os aspectos, o maior da Igreja, um ponto de referência para todos os impulsos, um mestre superior a todos os pensadores e teólogos, um santo e um profeta, um homem que conquista todos os corações com a sua personalidade fascinante, um grande líder que molda o seu século e empalidece estadistas e outras grandes personalidades na insignificância, um pontífice a quem todos os bispos se referem respeitosamente, como pequenos oficiais pernate o seu rei, a fim de ouvir obedientemente as suas palavras e ordens ?
Eu não vou me tornar um papa desses e não considero necessário isso a todos. O papa tem uma tarefa na Igreja que é estritamente limitada, apesar da jurisdição universal e da plenitude da autoridade de ensino mencionada pelo Concílio Vaticano Primeiro. Vou exercer essa plenitude de poder, mas dentro dos limites impostos sobre mim pelas limitações da minha própria natureza. Isso e nada mais.
Eu não vou ser o mais santo da Igreja. Perante Deus, eu sou menos do que os santos que vivem hoje na Igreja, aqueles que rezam em silêncio, aqueles que são misticamente arrebatados, aqueles que perecem por causa de sua fé nas prisões dos inimigos de Cristo e da Igreja, aqueles que amam altruisticamente, como Teresa de Calcutá, todos os heróis desconhecidos e não recompensados do dever e da abnegação cotidianos.
Ninguém pode negar que até mesmo um Inocêncio III empalidece diante de Francisco de Assis, e que os papas Pio dos dois últimos séculos são menos importantes do que um Cura d'Ars ou do que uma Santa Teresinha de Lisieux. Você podem dizer, é claro, que eu estou comparando realidades que não podem ser comparadas. No entanto, na vida da Igreja e diante do tribunal eterno de Deus, santos e grandes teólogos como um Tomás de Aquino ou um John Henry Newman são mais importantes do que a maioria dos papas, e sobretudo mais importante do que jamais vou ser.
Há muitos carismas na Igreja, e o papa não tem todos em si mesmo. Se é verdade que podemos realmente compreender apenas os nossos próprios carismas, então até mesmo um papa deve dizer a si mesmo que ele não pode avaliar tudo o que vive na Igreja, e que só Deus, e não o papa, se encontra onde tudo o que é bom e santo na Igreja se funde em uma sinfonia perfeita.
É por isso que nenhum dano será feito se o meu pontificado corrigir, em certa medida, a mentalidade dos cristãos piedosos que equivocadamente esperam dos papas aquilo que eles podem receber apenas dos santos e das grandes mentes da Igreja e, possivelmente, de si mesmos.
Será que há cristãos, e talvez papas, que se lembram de que, ao rezar o Pai Nosso com esperança impaciente pela vinda do reino eterno de Deus, eles estão rezando também pelo fim do papado?
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Budistas anónimos
terça-feira, 6 de março de 2012
Feliz acaso dos ateus inquietos
Water Kasper, "Introdução à Fé", ed. Telos, 1973
segunda-feira, 5 de março de 2012
5 de março de 1904. Nasce Karl Rahner
Karl Rahner nasceu no dia 5 de março de 1904, em Friburgo em Brisgóvia (Freiburg im Breisgau), no sudoeste da Alemanha, bem perto da fronteira com a França. Morreu no dia 30 de março de 1980, em Insbruque, Áustria.
Reconhecidamente, é o mais importante teólogo católico europeu do séc. XX. Com ele só ombreia em termos de influência (no Vaticano II, nos que invocam o seu legado, na atualidade e fecundidade do pensamento) Yves Congar. Poucos saberão, contudo, que Rahner reprovou num primeiro doutoramento.
Nesta revista on-line há muitos elementos para avaliar o legado de Rahner.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Fumo
Karl Rahner, Escritos Espirituais
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O que é crer
Crer significa sustentar, durante toda a vida, a incompreensibilidade de Deus.
Karl Rahner (1904-1984)
domingo, 25 de setembro de 2011
Bento Domingues continua a preparar o Vaticano III
terça-feira, 19 de julho de 2011
Os senhores Karl também criticam a Igreja
Karl Rahner disse: "A Igreja é uma mulher de idade muito avançada, com muitas rugas. Mas é a minha mãe. E numa mãe não se bate". Li isto no "YouCat", que é o catecismo para jovens, a pensar da Jornada Mundial da Juventude. Felizmente quem cita a frase acrescenta que Rahner disse isto "ao ouvir críticas descabidas à Igreja". Se as críticas não fosse descabidas, o teólogo alemão não teria dito o que disse. O campo da críticas não descabidas é imenso. Por isso faz sentido o cristianismo crítico e autocrítico.
Um outro Karl, o Lehmann, bispo de Mainz (era tão giro o nome Mogúncia), diz no mesmo livro que "a Igreja não se pode comportar como uma empresa, que muda a oferta quando a procura diminui". Cá está uma crítica. Claro que não é descabida.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Joseph Ratzinger pediu a abolição do celibato em 1970
Um memorando assinado há mais de 40 anos por nove teólogos, incluindo Joseph Ratzinger, o actual Papa, pedia o fim do celibato.
A informação está a ser avançada pelo jornal alemão "Süddeutsche Zeitung". No artigo intitulado "As dúvidas do jovem Ratzinger", é revelado que Joseph Ratzinger assinou um documento datado de 9 de Fevereiro de 1970 em que era questionada a obrigação do celibato.
Além de Ratzinger, que na altura tinha 42 anos, outros oito teólogos rubricaram o referido documento. Entre eles estão pensadores teólogos como Karl Rahner, Otto Semmelroth, Karl Lehmann (que foi presidente da conferência episcopal alemã) e Walter Kasper (anterior presidente do Conselho Pontifício para Promoção da Unidade dos Cristãos).Entretanto, Ratzinger mudou. A notícia vem no "Diário Económico" (aqui), o que é estranho na publicação em causa. Agradeço a Fernando Cassola, que me alertou para o assunto.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Prolixitas mortis

A morte está sempre presente ao longo da vida. Karl Rahner fala da prolixitas mortis, da presença da morte em tudo o que fazemos. Rahner traduziu para a teologia o conceito deo seu professor de filosofia, Martin Heidegger, o conceito de “ser para a morte”. Foi buscar esta expressão a São Gregório Magno. Significa “o precesso concreto da crescente acumulação de elementos da morte na história da vida humana” (Auer, 1995, p. 52). Romano Guardini fala da vida como uma morte prolongada. Na interpretação que Karl Rahner faz da prolixitas mortis, em todas as experiências de debilidade, de doença e de desilusão, o Homem morre um bocadinho, havendo um declínio das qualidades palpáveis da vida. Em todas estas pequenas horas da morte, que ocorrem por etapas, é-nos perguntado o que fazemos para subsistir” (cit.por Auer, 1995, p. 125).
Texto de Anselmo Grun em "A sublime arte de envelhecer", p. 121
domingo, 31 de outubro de 2010
Queda
domingo, 15 de agosto de 2010
Teólogo critica silêncios e condenações da hierarquia católica
“Silêncios ominosos sobre pessoas sanguinárias, ideologias totalitárias e ditaduras militares com as mãos manchadas de sangue. Condenações imisericordiosas contra homens e mulheres de mãos limpas, de honestidade inatacável, de vida exemplar”. As palavras são de Juan José Tamayo, no “El País” de 14 de Agosto de 2010, sobre a hierarquia da Igreja católica dos últimos 70 anos.
O teólogo espanhol refere-se ao silêncio relativamente a ditaduras e a líderes religiosos imorais (o exemplo é Marcial Marcel, fundador dos Legionários de Cristo) e à condenação de teólogos como Lubac, Rahner, Congar, e Schillebeeckx, que tentaram o diálogo com a modernidade.
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...
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Paulo V (Camille Borghese) foi eleito papa no dia 16 de Maio de 1605 e morreu no dia 28 de Janeiro de 1621. No tempo deste Papa foi inaugur...
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Georg, Joseph e Maria Quando escrevi sobre o livro do irmão do Papa, “Meu irmão, o Papa”, de Georg Ratzinger ( aqui ), disse que hou...
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Não precisei de ler São Paulo, Santo Agostinho, São Jerônimo, nem Tomás de Aquino, nem São Francisco de Assis – Para chegar a ...