quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Onde estão as 49 Bíblias de Gutenberg que restam?

O sítio do Museu de Gutenberg, que fica em Mogúncia (Alemanha), onde foi impressa a primeira Bíblia, aponta a localização dos 49 exemplares deste livro (aqui).

Belgium
Mons: Bibliothèque municipale, 1 Bd., Papier.
Denmark
Kopenhagen: Kongelige Bibliotek, 1 Bd., Papier.
Germany
Aschaffenburg: Hofbibliothek, 2 Bd., Papier.
Berlin: Staatsbibl. Preuß. Kulturbesitz, 2 Bd., Pergament.
Frankfurt/Main: Stadt- u. Universitätsbibliothek, 2 Bd., Papier.
Fulda: Hess. Landesbibliothek, 1 Bd., Pergament.
Göttingen: Niedersächsische Staats- und Universitätsbibliothek, 2 Bd., Pergament.
Kassel: Kirchengemeinde Immenhausen, aufbewahrt in der Bereichsbibliothek Landesbibliothek und Murhardschen Bibliothek der Universitätsbibliothek Kassel. Leipzig: Universitätsbibliothek, 4 Bd., Pergament.
Mainz: Gutenberg-Museum, 2 Bd., Papier.
Mainz: Gutenberg-Museum, 1 Bd., Papier.
München: Bayerische Staatsbibliothek, 2 Bd., Papier.
Rendsburg: verkauft an Schloß Gottorf, davor Kirchengemeinde St. Marien, 1 Bd., Papier (Fragment).
Schweinfurt: Bibliothek Otto Schäfer, 1 Bd., Papier (Fragment).
Stuttgart: Württemb. Landesbibliothek, 2 Bd., Papier.
Trier: Stadtbibliothek, 1 Bd., Papier.
France
Paris: Bibliothèque Mazarine, 2 Bd., Papier.
Paris: Bibliothèque Nationale, 2 Bd., Papier.
Paris: Bibliothèque Nationale, 4 Bd., Pergament.
Saint Omer: Bibliothèque communale, 1 Bd., Papier.
Great-Britain
Cambridge: University Library, 2 Bd., Papier.
Edinburgh: National Library, 2 Bd., Papier.
Eton: Eton College Library, 2 Bd., Papier.
London: British Library, 2 Bd., Papier.
London: British Library, 2 Bd., Pergament.
London: Lambeth Palace Library, 1 Bd., Pergament.
Manchester: John Rylands Library, 2 Bd., Papier.
Oxford: Bodleian Library, 2 Bd., Papier.
Vatikan
Vatikan: Biblioteca Apostolica Vaticana, 1 Bd., Papier.
Vatikan: Biblioteca Apostolica Vaticana, 2 Bd., Pergament.
Japan
Tokio: Keio-University (vorher: Maruzen Company), 1 Bd., Papier.
Austria
Wien: Österreichische Nationalbibliothek, 2 Bd., Papier.
Poland
Pelplin: Bischöfliches Priesterseminar, 2 Bd., Papier.
Portugal
Lissabon: Biblioteca Nacional, 2 Bd., Papier.
Russia
Moskau: Leipziger Exemplar, Standort: Russische Staatsbibliothek (ehem. Lenin-Bibliothek), 2 Bd., Pergament.
Moskau: Leipziger Exemplar, Standort: Bibliothek der Lomonosow-Universität, 2 Bd., Papier.
Swizerland
Cologny: Bibliotheca Bodmeriana, 2 Bd., Papier.
Spain
Burgos:Biblioteca Pública del Estado, 2 Bd., Papier.
Sevilla: Biblioteca Universitaria y Provincial, 1 Bd., Papier.
USA
Austin/Texas: Harry Ransom Humanities Center, University of Texas, 2 Bd., Papier.
Cambridge/Mass.: Widener Library, Harvard Univ., 2 Bd., Papier.
New Haven/Conn.: Beinecke Library, Yale Univ., 2 Bd., Papier.
New York/N.Y.: Pierpont Morgan Library, 2 Bd., Papier.
New York/N.Y.: Pierpont Morgan Library, 1 Bd., Papier.
New York/N.Y.: Pierpont Morgan Library, 2 Bd., Pergament.
New York/N.Y.: Public Library, 2 Bd., Papier.
Princeton/N.J.: John H. Scheide Library, 2 Bd., Papier.
San Marino/Calif.: Huntington Library, 2 Bd., Pergament.
Washington/D.C.: Library of Congress, 3 Bd., Pergament.

Edição em papel e pergaminho

Das 180 bíblias impressas, 150 foram-no em papel italiano, e 30 em pergaminho (isto é, pele de bovino, ovino ou caprino). O sítio da British Livrary permite comprar as duas edições (aqui).

Na imagem, princípio do Evangelho de S. João (na segunda coluna, depois da linha a vermelho). Note-se que Gutenberg deixava espaços em branco que depois eram pintados à mão.

Lutero agradecido a Gutenberg


Sobre a impressão de livros, um conterrâneo de Gutenberg (1390-1468), que nasceu 15 anos depois da morte do primeiro impressor, escreveria mais tarde:

"A impressão é o último dom de Deus e o maior. Por seu intermédio, Deus quer dar a conhecer a verdadeira Religião a toda a terra e expandi-la em todas as línguas. É a chama que brilha antes da extinção do mundo".
Martinho Lutero

Onde ver a primeira Bíblia impressa

Início do livro do Génesis

Dos 180 exemplares impressos por Gutenberg, existem actualmente 49 exemplares. Um deles está em Portugal.

Se quisermos ver a B 42, toda mesmo, página a página, entremos no Harry Ransom Center.


30 de Setembro de 1452. Gutenberg começa a imprimir a Bíblia


A Bíblia de Gutenberg, a chamada B 42 (“Bíblia de 42 linhas”, por ter precisamente colunas, duas, de 42 linhas) foi impressa entre 1452 e 1455. Não se sabe ao certo em que dia começou a ser impressa, mas há quem aponte o dia 30 de Setembro.
Não sei qual a razão para que alguns apontem este dia, mas reparo numa coincidência (que não vi referida em quem aponta esta data). É que 30 de Setembro é o dia da morte de São Jerónimo (de nome Eusebius Sophronius Hieronymus). Morreu no dia 30 de Setembro de 429. Ora, Jerónimo foi o tradutor da Bíblia de grego para latim vulgar. A sua Bíblia, geralmente seguida até ao advento das bíblias de reforma protestante, é conhecida por “Vulgata”. E foi essa versão da Bíblia que Johannes Gutenberg imprimiu.

E o que Galileu viu

Desenho das fases da Lua inserido na obra "Sidereus Nuncius".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Galileu a olhar para o céu

Há 400 anos, Galileu observava a Lua, os satélites de Júpiter (as luas galileanas) e as fases de Vénus através da luneta. Corria do ano de 1609. Mais tarde, em 1616, começa a ter problemas com o Santo Ofício por causa do heliocentrismo. O processo só termina em 1633. Pelo meio, Galileu faz epistemologia teológica:

“Segue-se necessariamente que não tendo querido o Espírito Santo ensinar-nos se o céu se move ou está imóvel, nem se a sua figura tem forma de esfera ou de disco ou se estende como um plano, nem se a Terra está situada no centro do mesmo ou ao lado, muito menos terá tido intenção de (…) decidir sobre o movimento ou imobilidade da Terra e do Sol. (…) Eu aqui direi aquilo que ouço a um eclesiástico de posição muito elevada, isto é, que a intenção do Espírito Santo era ensinar-nos como se vai para o céu, e não o referente ao céu”.

Calvinistas pediram desculpas pela morte de Servet


Os calvinistas suíços pediram desculpa pela morte de Miguel Servet. Ergueram em 1903, em Genebra, este monumento expiatório.

Le XXVII octobre MDLIII
mourut sur le bûcher
a Champel
Michel Servet
de Villeneuve d'Aragon
ne le XXIX septembre MDXI
Fils
respectueux et reconnaissants
de Calvin,
notre grand Reformateur,
mais condamnant une erreur
qui fut celle de son siècle,
et fermement attachés
a la liberté de conscience
selon les vrais principes de
la réformation et de l'Evangile,
nous avons élevé
ce monument expiatoire
le XXVII octobre MCMIII

João Paulo II na Irlanda

No Público de hoje, na secção “No passado”, do caderno P2, recorda-se a viagem de João Paulo II à República da Irlanda em 1979, que incluiu uma delicada viagem à fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte para pedir o regresso aos “caminhos de paz”. “Na fronteira com o Ulster foi aplaudido de pé quando declarou: «Que nenhum protestante irlandês pense que o Papa é um inimigo, um perigo ou ameaça».” E aos jovens disse: “Não ouçam as vozes dos que falam a linguagem do ódio, da vingança e da retaliação”.

29 de Setembro de 1511. Nasce Miguel Servet

Miguel Servet nasceu no dia 29 de Setembro de 1511 e morreu no dia 27 de Outubro de 1553, queimado na Praça Champel, em Genebra. É o símbolo da intolerância calvinista.

Era natural de Villanueva de Sigena, Espanha.

Servet foi o primeiro a descrever a circulação do sangue nos pulmões, mas esta descoberta durante muito tempo não foi notada porque estava no meio de um escrito teológico condenado.

A religião foi a causa da sua morte. É que este espanhol defendia o baptismo só em adulto, porque Jesus só foi baptizado em adulto, e dizia que a Trindade era uma ideia não bíblica. (E na verdade, o termo “Trindade” não vem na Bíblia; como muitos quase todos os dogmas, o da Trindade apoia-se na Bíblia e também na Tradição da Igreja).

Há algo que não percebo no caso Servet. Em 1552, é denunciado por Calvino à inquisição francesa. É estranha esta denúncia. Servet consegue fugir da França e em 1553 é condenado em Genebra.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

João Paulo I escreve a Mark Twain

João Paulo I (Albino Luciani), quando era bispo de Veneza, escrevia cartas cheias de humor a grandes autores, posteriormente recolhidas no livro “Ilustríssimos senhores” ("Ilustrissimi").
Esta foi dirigida ao criador do Tom Sawyer.

“Caro Mark Twain:
Vós fostes um dos autores favoritos da minha adolescência. Recordo ainda as engraçadas “aventuras de Tom Sawyer”, que são aliás as vossas próprias aventuras de criança, caro Twain. Tenho contado centenas de vezes algumas das vossas respostas prontas, por exemplo aquela sobre o valor dos livros. Os livros - respondestes um dia a uma jovem - tem um valor inestimável, mas diversificado. Um livro encadernado em coiro é muito útil para afiar uma lâmina, um livro delgado conciso como sabem escrever os franceses, está mesmo bem para calçar a perna de uma mesa, um livro grosso como um dicionário é um excelente projéctil para atirar aos gatos e, finalmente, os atlas com as suas páginas grandes fornecem o papel mais adaptado para consertar as paredes.
Os meus alunos ficavam fora de si, quando eu lhes anunciava: aqui vai outra de Mark Twain.
Receio que, em compensação, os meus diocesanos se vão escandalizar: um bispo que cita Mark Twain! Talvez seja necessário explicar-lhes então que, como há muitas qualidades de livros, também há muitas qualidades de bispos. Alguns, de facto, assemelham-se a águias que voam com documentos magistrais de alto nível; outros são rouxinóis que cantam os louvores do Senhor de maneira maravilhosa; outros, enfim, são pobres carriças que, sobre o último ramo de árvore eclesial, se contentam em pipilar, tentando exprimir alguns pensamentos sobre temas tão vastos. Quanto a mim, caro Twain, pertenço a esta última categoria. Portanto, armo-me de coragem e lembro-me que um dia tu observaste: o homem é mais complexo do que parece; completamente adulto encerra em si não um só mas três homens diferentes. Como assim? - perguntaram-te. Tu respondeste. Suponde um João qualquer. Nele, há João primeiro, quer dizer, o homem que ele crê ser; depois, há João segundo, o homem que vêem os outros; e, enfim, João terceiro, o homem que existe na realidade.
Que grande verdade, caro Twain, neste dito espirituoso!...»

28 de Setembro de 1978. Morre João Paulo I

Papa João Paulo I com o cardeal Ratzinger

No dia 28 de Setembro de 1978, morreu em Roma o Papa João Paulo I. Albino Luciani numa pôde mostrar o papa que realmente poderia ter sido. Foi papa durante 33 dias.

“O sorriso de João Paulo 1.º durou o espaço de 33 dias – muito para um recado, pouquíssimo para um pontificado”, escreveu Carlos Heitor Cony no jornal “Folha de São Paulo”. Conta o mesmo jornalista que um dia, encontrando o cardeal Luciani em Veneza, lhe perguntou o que pensava da remota possibilidade de chegar a papa. O cardeal-patriarca de Veneza que escrevia artigos sobre o Pinóquio e o Tom Sawyer na imprensa da sua diocese responde-lhe: “Meu filho, eu sou um padre que gosta de baptizar crianças”.

domingo, 27 de setembro de 2009

Bento e Anselmo

Frei Bento Domingues escreve no Público de domingo. Dois excertos:

"Há religiões, grupos e movimentos religiosos que pretendem gozar de revelações e alianças privilegiadas, exclusivas, com a divindade. Confessam que não é pelos seus méritos que gozam desses dons. Foi Deus, nos seus misteriosos desígnios, que revelou as mediações pelas quais pode ser encontrado, e fora delas não há salvação. Diga-se, de passagem, que isto não se coaduna lá muito bem com outras convicções e talvez mais fundamentais: Deus quer a salvação de todos e realizá-la-á por caminhos só por ele conhecidos. Deus fica à solta".

"No Novo Testamento, a insistência na libertação de rituais religiosos, enquanto prisões, destina-se à descoberta da religião verdadeira: abertura a um Deus livre, mas não indiferente à sorte dos pobres e dos explorados".


Anselmo Borges escreve no DN sábado:

“A profecia repetida do fim da religião não se confirma. De facto, quando se olha para o planeta e não apenas para a Europa, constata-se que Deus não morreu nem está em vias de desaparecer da consciência da imensa maioria da Humanidade” (ler mais aqui).

27 de Setembro de 1660. Morre Vicente de Paulo

Vicente de Paulo morreu no dia 27 de Setembro de 1660. Vicente de Paulo afirmava: "A caridade é inventiva até ao infinito". Leão XIII declarou-o patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica em 1885.

Quando Frédéric Antoine Ozanam (1813-1853), estudante de Direito na Universidade de Sorbonne, criou em 1833 uma organização caritativa decidiu chamar-lhe “Conferências Vicentinas”. E escolheu como lema a frase do santo francês.

sábado, 26 de setembro de 2009

Noé antes da catástrofe

Noé a ver se vai chover como dizem, por Basil Wolverton

Eva no Paraíso

Eva no Paraíso, por Basil Wolverton

A Bíblia de Wolverton

Procurando sobre o Livro do Génesis ilustrado por Robert Crumb dei com esta “Bible” de Basil Wolverton.

Basil Wolverton (1909-1978), desenhador e cartunista, era membro de uma igreja evangélica milenarista que dava especial relevo a certas partes do Antigo Testamento e do Apocalipse. Ao longo da vida, ilustrou diversas cenas bíblicas que foram recolhidas na “Wolverton Bible”.

26 de Setembro de 1889. Nasce T.S. Eliot

No dia 26 de Setembro de 1888 nasceu Thomas Stearns Eliot em Saint Louis (EUA). Faleceu em Londres, em 1965 (4 de Janeiro). Nobel da Literatura em 1948. Definiu-se a si próprio como «anglo-católico em religião, classicista em literatura e monárquico em política».

Nos seus “Ensaios Escolhidos” (na Assirio & Alvim), há um que tem como título “A ideia de uma sociedade cristã”. Joga com os conceitos de Estado Cristão, Comunidade Cristã e Sociedade Cristã. A tese é, basicamente, que “uma condição negativa ou liberalizada da sociedade deve prosseguir no sentido de um declínio gradual de que não podemos ver o fim”. “A única possibilidade que resta é a de uma sociedade cristã positiva”.

[Neste dia nasceram: Francisco de Assis, em 1181; Heidegger, em 1889; e Paulo VI, em 1897.]

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

E porque hoje é sexta...

E Deus criou a luz

No sítio do Sr. Crumb (aqui) diz-se que o livro está a ser traduzido para francês, holandês, português (suponho que do Brasil), alemão, finlandês e italiano.

O artista segue a Bíblia do Rei Jaime (King James), integralmente, para o texto. Li que à "New Yorker" afirmou que suspeita que Deus exista, mas que não procura orientação no Génesis.

O que diz Robert Crumb

Na entrevista, Robert Crumb diz: «Não sou estudioso da Bíblia, ainda não conheço bem o resto dela, mas de certo me tornei estudioso do Gênesis. Li de perto para ter certeza de que tinha feito os desenhos direito. Vi meu trabalho como o de um ilustrador, não o de alguém que estaria tirando sarro do texto. Queria, como dizer, revelar o texto tanto quanto possível».

E sobre a história em si: «É uma história poderosa. A coisa toda, antes de ser escrita, foi mantida pela voz do homem. Algumas das histórias, com isso, perderam todo o sentido. Como a de Abraão, sendo um tipo de cafetão da própria mulher para o faraó do Egito. Isso é estranho. Minha conclusão é que eu não usaria o Gênesis como um guia moral [risos]».

E sobre Deus: «É duro, severo, patriarcal e tribal. Cuida de sua tribo, os hebreus, que pressionam os outros. Diz: "Essa terra será sua, podem pegá-la". E eles a tiram das pessoas que já estavam lá, os cananeus. Isso é uma coisa tribal. Naqueles tempos, cada tribo tinha seu "deus mais alto". Quando conquista outra tribo, impõe ao outro povo esse "deus mais alto". Era comum».

O Génesis do Sr. Crumb

Fernando Correia de Oliveira (da Estação Chronographica) chama-me a atenção para o Livro do Génesis em banda desenhada de Robert Crumb (obrigado!). A entrevista deste autor à Folha de S. Paulo é citada no blogue Rerum Natura e pode ser lida na íntegra aqui.

O autor é muito popular no Brasil. O seu estilo não me era estranho (na MAD? Em revistas satíricas brasileiras?), mas desconhecia o nome do autor, as suas ligações à contracultura, o seu exílio dourado no sul de França.

De notar que é o terceiro autor em pouco tempo que se dedica ao Génesis, depois de Daniel Mendelsohn e antes de Saramago.

Águia bicéfala do Sacro-Império Romano-Germânico

Águia bicéfala do Sacro-Império Romano-Germânico. Clicar para ver como a imagem é espantosa.

25 de Setembro de 1555. É assinada a Paz de Augsburgo

Coroa do sacro-imperador

No dia 25 de Setembro de 1555, Carlos (o I de Espanha e o V do Sacro Império Romano-Germânico) e os príncipes da Liga de Esmalcalda (aliança príncipes protestantes alemães, criada em 1531, na cidade de Schmalkalden; daí o seu nome) assinam na cidade de Ausgburgo (Alemanha) um tratado de paz que põe fim às contendas político-religiosas.

Este tratado consagra o princípio “cuius regio, eius religio”, segundo o qual, cada território devia seguir a religião do seu rei ou príncipe.

A paz de Augsburgo aumentou a tolerância no Sacro Império (actual Alemanha e territórios circundantes), mas, para os calvinistas, esta só chegaria com o Tratado de Vestfália, em 1648.

Bem me parecia que temos uma costela judaica

D. Manuel Clemente dá uma entrevista ao Ípsilon (suplemento do Público, à sexta), pela mão de António Marujo. Tentei encontrá-la no sítio do Público/Ípsilon, mas não me foi possível. Não é a primeira vez que o texto mais interessante do suplemento não é posto on-line (é subjectivo, pois claro). Ou se calhar tem é uma camada enorme de páginas por cima.

A entrevista fala do laicismo português, da relação da Igreja com a cultura e os artistas, de portugalidade e cristianismo. Quase no final, o Bispo do Porto diz:

“O que nos define é essa capacidade de absorver sem deixarmos de ser nós. [Emigrantes] da segunda ou terceiras geração em Paris, em São Paulo ou em Toronto, vivendo em meios tão diferentes, são todos iguais na capacidade de permanecerem os mesmos”.

E o jornalista pergunta: “É nesse sentido que diz também que a relação com Portugal não é geográfica e tem uma matriz bíblia?”

D. Clemente responde: “Muito bíblica. O povo judaico foi sempre nostálgico do tempo do rei David, de ter sido uma realidade imensa. Nós estamos assim: a nossa matriz bíblica é fortíssima, alongada também pela diáspora. A nossa terra também é pequena, em relação aos nossos sonhos. Temos sempre a ideia de que nos vamos reencontrar e realizar, finalmente, o Quinto Império”.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Acredita no paraíso?


O Diário de Notícias, aos sábados, traz um inquérito a figuras públicas intitulado “Quem fala assim…”. Uma das perguntas, a penúltima, pede: “Acredita no paraíso?” Algumas respostas:

António Calvário (cantor): Não vivemos nele, de certeza. Na terra não existe. Resta-me a esperança de o conhecermos depois da morte.

Medina Carreira (economista): Não. A gente vive aqui e depois vamos todos para o mesmo sítio.

Januário Torgal Ferreira (bispo): Plenamente. Acredito que o Paraíso começa aqui na terra, com a justiça. Tenho visto o céu em muita gente corajosa que luta pelos direitos humanos.

Mário Silva (pintor): Só no terrestre.

Defesa das imagens por João Damasceno

João Damasceno

João de Damasco (675-749), o último dos Pais Gregos da Igreja, o “São Tomás de Aquino do Oriente”, já tinha morrido na altura do II Concílio de Niceia. Mas são as suas teses que prevalecem.

Escreve João Damasceno em “De imaginibus” ("Acerca das imagens"):

O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados.
(Mote para a profusão medieval de imagens nas catedrais, “bíblias de pedra”)

Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi de Deus.
(Encarnação como legitimação)

A beleza e a cor das imagens estimula a minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto
quanto o espectáculo dos campos estimula o meu coração para dar glória a Deus.
(Imagens enquanto pedagogia e catequese)

Como fazer a imagem do invisível? Na medida em que Deus é invisível, não o represento por imagens; mas, desde que viste o incorpóreo feito homem, fazes a imagem da forma humana: já que o invisível se tornou visível na carne, pinta a semelhança do invisível.
(A analogia como metodologia)

Outrora Deus, o incorpóreo e invisível, nunca era representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre os homens, eu represento o «visível» de Deus. Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria.
(A necessária distinção entre representado e representante, conteúdo e continente, meio e fim).

24 de Setembro de 787. Começa o II Concílio de Niceia


O II Concílio de Niceia teve início no dia 24 de Setembro de 787. Foi o concílio que legitimou a veneração dos ícones, contra a iconoclastia. E é também o último concílio que tanto católicos como ortodoxos aceitam.

Li em tempos que Régis Debray dizia deste concílio: “Aqui começou Hollywood”. Mais ou menos isto. Infelizmente não consegui localizar a citação, embora julgue que vem em “Deus, um itinerário” (na Ambar). Mas percebe-se o sentido. A aprovação do uso da imagem é o início do predomínio da imagem. Na Bíblia ainda predomina a voz, o chamamento, a palavra, o Verbo. Agora, quem manda é a imagem, o vídeo, o ícone, o sinal. Não é assim tão dicotómico. Mas é muito assim.

Na Biblioteca de Louçã

Francisco Louçã mostrou os seus livros ao Público (22 de Setembro). Só retenho isto:


“Entre a filosofia e a história há psicanálise, incluindo L’avenir d’une illusion, de Freud.
- Comprei-o quando estava no secundário, no Padre António Vieira. É um livro sobre religião, e lembro-me de o ter usado para uma discussão muito grande sobre a existência de Deus com o padre Armindo Garcia, que é meu amigo até hoje. A passagem do politeísmo ao monoteísmo, a projecção do pai… Ainda hoje acho que o Freud tem razão”.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O que um judeu pode fazer com as sobras da Páscoa

O matzah é o pão da Páscoa judaica. Pão ázimo, sem fermento. Lembra a saída do Egipto. Este vídeo (daqui) sugere 20 coisas a fazer com as sobras. Vem de um sítio judaico. Por aqui se percebe que a relação dos judeus com o pão da Páscoa é totalmente diversa da de um cristão, até porque o matzah está a venda nos supermercados.



Contribuição judaica para a música popular

Para já, só no Brasil, mas deve atravessar o Atlântico (aqui).
Difundidas em todo o mundo, pérolas da canção norte-americana como ‘Ol’ Man River’, ‘Summertime’ e ‘Over the Rainbow’ têm em comum o fato de terem sido compostas por autores judeus. Nas lojas esta semana, pela gravadora Biscoito Fino, o CD ‘Nego’ é uma contribuição judaica à música através de 14 versões em português desses clássicos. O time de intérpretes convidados inclui Zélia Duncan, Maria Rita, Gal Costa, Elba Ramalho, Erasmo Carlos e Seu Jorge, entre outros nomes.

Mosca na chávena de café

Este blogue tem nome de judeu. Não se chama Tribo de Tiago, Jaime, Jaques, Jacó - tudo nomes que provêm de Jacob - mas sim de Jacob. (Todos os cristãos são um bocadinho judeus, mesmo que não saibam ou não queiram.) Por isso está atento a coisas de judeus. Como anedotas.

Esta provém do sítio Pletz.

O que acontece quando uma mosca cai numa xícara de café?
O Italiano joga fora a xícara, quebra-a, e saí da mesa com muita raiva.
O Alemão lava cuidadosamente a xícara, esteriliza-a e prepara nova xícara de café.
O Francês tira a mosca e bebe o café.
O Chinês come a mosca e joga o café fora.
O Russo toma o café com a mosca afinal ela foi um acréscimo grátis.
O Israelense vende o café para o Francês, a mosca para o Chinês, passa a beber chá e usa o dinheiro que ganhou para inventar um equipamento que impeça moscas de cairem no café.
O Palestino acusa o Israelense pelo fato de uma mosca cair em seu café, protesta este ato de agressão na ONU, levanta um emprétimo na União Européia para comprar uma nova xícara de café, usa o dinheiro para comprar explosivos e vai explodir a loja de café onde o Italiano, o Francês, o Chinês, o Alemão e o Russo estão, todos juntos, tentando explicar ao Israelense que ele deveria entregar seu copo de chá ao Palestino.

Mais humor judaico aqui.

Sexus obstat

Leio no último número da COMMUNIO (Janeiro-Março de 2009) um artigo de Joaquim Carreira das Neves sobre “São Paulo e as mulheres”. Começa assim:

“É frequente ouvirmos falar de S. Paulo como misógino, isto é, desfavorável em relação às mulheres. Como veremos, há vários textos nas suas cartas que parecem provar esta atitude. Aliás, foi por causa do que escreve na 1 Cor 14,34-36 que St. Teresa de Jesus (de Ávila) teve dificuldade em ser declarada doutora da Igreja. Pio XI, em 1932, achou que seria ousado semelhante declaração baseando-se, pelos vistos, em S. Paulo, ao pronunciar-se pelo sexus obstat. E quando Paulo VI a declarou «doutora da Igreja» viu-se na obrigação de interpretar favoravelmente o texto de 1 Cor 14,34-36. Mas a própria Teresa de Jesus, ao decidir reformar a Ordem das Carmelitas, em Ávila, pensou duas vezes se o devia fazer, já que o Apóstolo impunha o silêncio às mulheres. E acabou por fazê-lo porque, como escreve em Cuentas de conciencia 34: «Diles que no se sigam por uma sola parte de la Escruitura, que mire notas, y que si podrán por ventura atarme las manos». («Diz-lhes que não olhem apenas a uma partye da Escritura, que atendam também a outras, e [assim sendo], se poderão atar-me as mãos»).

Por outro lado, ninguém terá pronunciado uma sentença tão categórica a favor das mulheres como a de Gl 3,27-28: «Todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, Porque todos sois um só em Cristo Jesus»”.

23 de Setembro de 1964. São admitidas mulheres no II Concílio do Vaticano

Abertura do Concílio (11 de Outubro de 1962)

No dia 23 de Setembro de 1964, algumas mulheres podem assistir aos trabalhos do II Concílio do Vaticano (1962-1964). Decorria então a terceira de quatro sessões.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tolkien não quis ser espião

"Tolkien treinou para ser espião mas recusou integrar a mítica equipa de Bletchley Park"

Como sabia muitas línguas antigas, não admira que Tolkien fosse convidado para um departamento que tinha como uma das funções principais a decifração de mensagens do inimigo.

No Público ontem, 21 de Setembro, escreve-se: “Documentos recém-descobertos mostram quem em Março de 1939, nas vésperas da segunda guerra mundial, Tolkien se treinou durante três dias no quartel-general do então GCCS, um departamento governamental criado após a guerra de 1914-18 para concentrar os serviços britânicos de decifração de códigos e cifras. Os oficiais responsáveis pela escolha elogiaram-lhe o talento, mas quando propuseram a Tolkien um lugar como espião, recebendo 500 libras por ano – um ordenado considerável para a época -, o escritor recusou. Ninguém sabe porquê, ainda que a explicação mais lógica pareça ser a de que preferiu prosseguir a carreira literária que já iniciara com a publicação de O Hobbit, em 1937”.

Obrigação da verdade

“É necessário encarar a exigência de verdade como uma obrigação séria. É necessário ter também a coragem de não nos perdermos da verdade, aspirar a ela, aceitá-la com humildade e reconhecimento onde ela nos é dada”.

Joseph Ratzinger

22 de Setembro de 1774. Morre o Papa que extinguiu a Companhia de Jesus

Clemente XIV foi eleito Papa no dia 19 de Maio de 1769, naquele que foi o mais longo conclave: três meses, 179 escrutínios. Franciscano conventual de grandes qualidades apostólicas, de origem, ficaria na história por ter extinto a Companhia de Jesus, em 1773, através do breve “Dominus ac Redemptor noster”.

Imagem: “Alegoria ao Papa de Clemente XIV”, na Biblioteca Nacional da Portugal (aqui).

O mundo quer ser enganado. Devemos enganá-lo?

Há dias, nas cartas dos leitores, no jornal Público, alguém escrevia, a propósito de não sei o quê, mais ou menos o seguinte: "O mundo quer ser enganado. Devemos enganá-lo?" A frase, citada de memória porque entretanto já me desfiz do jornal, era atribuída a São Tomás de Aquino. Não me lembro do nome do leitor, nem do pretexto, nem do dia.
E no entanto, nestes dias, esta frase não me sai da cabeça. A política, as leis, a sociedade mediática, a economia, a religião... "O mundo quer ser enganado. Devemos enganá-lo?"

Religiões e aplinismo

"As religiões e os saberes humanos não são como caminhos que trepam, por diferentes encostas, as colinas de uma montanha única. Comparam-se melhor, quanto aos seus respectivos ideais, a vários picos separados por abismos, e o peregrino que se desvia da direcção certa e se perde no pico mais alto, arrisca-se a ser de todos o que se encontra mais longe do fim. Afinal, é nos picos mais altos que se esclarecem os grande conflitos".

Henri de Lubac

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O que é o cristianismo?

“O cristianismo não é, em última análise, uma doutrina da verdade ou uma interpretação da vida. É isso, também. Mas de forma alguma se encontra aí o núcleo do seu ser. Este é constituído por Jesus de Nazaré, pela sua existência concreta, obra, destino; logo, por um personagem histórico. Quem quer que veja um ser humano assumir uma importância decisiva para si, experimenta um pouco do que corresponde a esta situação. Não se importa mais com a «humanidade» ou com o «humano», mas sim com essa pessoa. Esta determina tudo o resto, e tão mais profunda e totalmente quanto for a intensidade da relação. Esta relação pode tornar-se tão poderosa que todas as coisas, o mundo, o destino, as tarefas, se reflectem no ser amado; que ele esteja contido em tudo, expresso em tudo, que a tudo dê o seu sentido, na experiência do grande amor, o mundo inteiro concentra-se no «tu e eu» e qualquer acontecimento torna-se parte desta relação”.

Romano Guardini

21 de Setembro de 1996. Morre Henri Nouwen

Holandês, Henri Jozef Machiel Nouwen (24 de Janeiro de 1932 – 21 de Setembro de 1996), foi professor na Universidade de Harvard, trabalhou no Peru e na comunidade de pessoas com deficiência mental L’Arche-Daybreak, em Toronto, Canadá.

Escreveu diversos livros de espiritualidade, sendo o mais conhecido “O Regresso do Filho Pródigo” (edição A.O.). Mas o que mais sensibilizante é o diário espiritual “A Caminho de Daybreak” (Paulinas).

domingo, 20 de setembro de 2009

Leitura de domingo - 4

Há dias perguntei ao P.e João Caniço, jesuíta com origens em Aveiro, por que é que a Companhia de Jesus nunca teve grande presença na cidade, ao contrário dos dominicanos e dos franciscanos. E ele respondeu que os jesuítas sempre se dedicaram a cidades maiores. Ao longo dos séculos, Aveiro, com apenas 250 anos de cidade, foi sempre uma pequena povoação.

Agora leio no livro “Torna-te aquilo que és”, do jesuíta James Martin (pág.s 100-101), o seguinte:

“Quando eu estava a estudar teologia, a nossa comunidade jesuíta tinha um pequeno poster na parede da nossa sala de estar com a seguinte frase, acerca de quatro grandes fundadores de ordens religiosas:

Bernardus valles,
Colles Benedictus amavit,
Oppida Franciscus
Magnas Ingatius urbes.

Ou seja:

Bernardo amava os vales,
Bento os montes,
Francisco os pequenos povoados
E Inácio as grandes cidades”.


Não imaginava que tinham territórios tão demarcados. E note-se a ausência de Domingos no poster da casa jesuíta.

20 de Setembro de 827. Eleição de Gregório IV

O Papa Gregório IV foi eleito no dia 20 de Setembro de 827, em plena Alta Idade Média, no tempo do feudalismo. Demorou seis meses até tomar posse. Primeiro teve de dizer que Luduvico Pio, rei dos Francos, filho de Carlos Magno, era o maior.

Este Papa viveu fortificou Roma num tempo em que a cidade era ameaçada pelos muçulmanos (que chegaram a Óstia e à Civitavecchia) e promoveu a celebração do dia de Todos os Santos.

Leitura de domingo - 3

Henri Nouwen (1932-1996)

A comparação é perigosa. Mas o conhecimento genuíno ajuda.

“Nos seus escritos autobiográficos, Merton e Nouwen revelam-se pessoas impacientes, mesquinhas, neuróticas, egoístas, desconfiadas, irritáveis e, por vezes, até maldosas. Mais uma vez, porém, são sinceros acerca do seu pecado. Esta candura permita-lhes, a certa altura, reconhecer a mão de Deus e o convite a uma maior confiança e intimidade com o Senhor” (pág. 73 de "Torna-te aquilo que és").

Leitura de domingo - 2

“A tendência para comprar é uma grande armadilha da vida espiritual, e de modo especial nos nossos dias, em que grande parte da nossa cultura nos leva a pensar que se ao menos fossemos outra pessoa – mais bonita, mais instruída, com mais dinheiro – seríamos mais felizes. A única coisa que precisamos de fazer é sermos diferentes daquilo que somos.

Porque é que isto é uma tentação tão perigosa? Por muitas razões. Primeiro porque nos leva ao desespero, encurralados na forma falsa como vemos a vida das outras pessoas, denegrimos a nossa própria vida, e assim desvalorizámo-nos a nós mesmos. E como é sempre mais fácil imaginar a vida de «fantasia» do outro, continuamos teimosamente insatisfeitos com a nossa. A tendência para comparar conduz-nos, em última análise, ao desespero, visto que a nossa vida real nunca se pode comparar com as perfeições aparentes (mas falsas) da vida das outras pessoas. Há um ditado inglês muito expressivo que descreve estas situações: «Compara e desespera»” (pág. 47-48 de “Torna-te aquilo que és”, de James Martin, ed. Paulinas).

Leitura de domingo - 1


O pequeno livro “Torna-te aquilo que és” (ed. Paulinas), com o subtítulo de “Da imitação à autenticidade”, é uma partilha sobre o caminho para a auto-aceitação. As palavras “caminho” e “partilha” estão tão gastas e são tão usadas em contexto de espiritualidade que é um risco pô-las lado a lado na mesma frase. Mas é isso que o livro é: uma partilha da busca espiritual do jesuíta James Martin e um percurso seguindo principalmente a vida do trapista franco-americano Merton e do padre holandês Nouwen.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...