sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bem me parecia que temos uma costela judaica

D. Manuel Clemente dá uma entrevista ao Ípsilon (suplemento do Público, à sexta), pela mão de António Marujo. Tentei encontrá-la no sítio do Público/Ípsilon, mas não me foi possível. Não é a primeira vez que o texto mais interessante do suplemento não é posto on-line (é subjectivo, pois claro). Ou se calhar tem é uma camada enorme de páginas por cima.

A entrevista fala do laicismo português, da relação da Igreja com a cultura e os artistas, de portugalidade e cristianismo. Quase no final, o Bispo do Porto diz:

“O que nos define é essa capacidade de absorver sem deixarmos de ser nós. [Emigrantes] da segunda ou terceiras geração em Paris, em São Paulo ou em Toronto, vivendo em meios tão diferentes, são todos iguais na capacidade de permanecerem os mesmos”.

E o jornalista pergunta: “É nesse sentido que diz também que a relação com Portugal não é geográfica e tem uma matriz bíblia?”

D. Clemente responde: “Muito bíblica. O povo judaico foi sempre nostálgico do tempo do rei David, de ter sido uma realidade imensa. Nós estamos assim: a nossa matriz bíblica é fortíssima, alongada também pela diáspora. A nossa terra também é pequena, em relação aos nossos sonhos. Temos sempre a ideia de que nos vamos reencontrar e realizar, finalmente, o Quinto Império”.

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