Morreu na quinta-feira, 30, o padre jesuíta João Batista Libânio, grande teólogo brasileiro, da teologia da libertação, mas também da pastoral urbana.
No sítio digital dele (aqui), há de voltar a ser possível conhecer alguns dos seus escritos. E há aqui uma revista digital sobre o seu percurso e pensamento.
Agradeço ao P.e Pedro José, que nos seus tempos brasileiros me deu a conhecer este teólogo.
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sábado, 1 de fevereiro de 2014
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Deserto
O teólogo norte-americano Adam Kotsko diz que “Zisek ainda
não encontrou um interlocutor teológico que possa desafiá-lo de uma maneira
produtiva”. E ainda: “Espero que alguém se levante para preencher esse papel,
porque é muito raro que um filósofo contemporâneo tenha qualquer interesse na
teologia contemporânea”. Pois. Mas quem? Com Milbank, anglicano, a coisa foi mais dois monólogos paralelos do que diálogo. Com o reformado Moltmann? E os teólogos católicos da contemporaneidade? Onde estão eles? Entrevista dom Adam Kotsko aqui.
Sobre Zizek, ainda muito na moda, há algumas coisas por aqui.
Sobre Zizek, ainda muito na moda, há algumas coisas por aqui.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Colóquios Igreja em Diálogo: "Deus ainda tem futuro?"
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
Bento Domingues: "Católicos não cristãos"
Bento Domingues, no "Público" de hoje, fala dos "católicos não cristãos". Um excerto, que o texto todo estará cá amanhã:
Que se entende aqui por católico não cristão? Para o teólogo Martín G. Ballester, de quem recebi esta designação, trata-se de alguém que se atribui o título de católico de forma excludente. Considera-se a medida do verdadeiro católico e só pode ser católico quem for como ele. Católico é o seu pronto-a-vestir. Segundo Ballester, esses católicos costumam ser beligerantes. Reforçam a sua identidade na condenação do outro, isto é, naquilo que os separa. Procuram inimigos seja onde for, pois o que lhes dá vida é precisamente o inimigo. Além de beligerantes são intransigentes, incapazes de reconhecer algo de bom em quem não pensa como eles.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Bruno Forte: "Uma teologia para a vida"
O livro que me tem acompanhado nos últimos dias (e que fez com que a revisão do carro custasse menos a passar, por exemplo). É uma boa introdução à teologia. Sobre alguns pontos, inclusive de discordância, havemos de falar em breve. Informação da editora Paulus:
Num estilo de livro-entrevista com o escritor Marco Roncalli, Bruno Forte põe em relação fé e história, teologia e filosofia, reflexão e ação pastoral, religião e estética, educação e vida quotidiana. Um livro que apresenta a busca de Deus no nosso tempo, a crise da pós-modernidade, o confronto entre identidade e diálogo, a religião, a globalização, o futuro do Cristianismo. Temas que fazem parte da vida de crentes e não crentes.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Definição de teologia
Harold Wilson, um teórico da "teologia"
Por um motivo que não interessa para o caso - mas eu explico: do outro lado do Atlântico, um leitor pergunta-me se tenho o livro "Nisso não acredito", de John A. T. Robinson, aqui referido - , abro o livro do bispo anglicano numa página dobrada e leio:
Há alguns anos, Mr. Gaitskell propôs uma revisão das famosa Cláusula Quatro (sobre a nacionalização) da constituição do Partido Trabalhista.Cá está uma boa definição de teologia para começar a debater o que realmente ela é.
Wilson, que se lhe opôs, apelidou isso tudo de «teologia» - afirmações teóricas acerca de coisas que não fazem nenhuma diferença na ordem prática.
É a reputação que tem a «teologia».
sexta-feira, 10 de maio de 2013
10 de maio. Hoje é dia de S. Karl Barth
"Karl Barth" por Oliver Crisp
Karl Barth nasceu no dia 10 de maio de 1886, em Basileia, na Suíça. É o teólogo protestante, da Igreja Reformada, que mais teólogos católicos gostariam que fosse católico. Alguns de facto tentaram aproximá-lo do catolicismo. Mas ele, bem dentro do espírito luterano-calvinista dizia que nunca poderia aceitar essa coisa da analogia do ser (analogia entis). De facto, nás achamos que há pontes, alçapões que fazem sonhar o absoluto. Eles acham que o abismo é intransponível e que só a graça nos vale. Nós também acreditamos nisso, porque saber isso é a principal analogia (intelig)entis.
domingo, 28 de abril de 2013
Amanhã e já hoje
O ato de fé e a devoção de amanhã terão as seguintes características: em Cristo "no meio do mundo" (Voillaume), "no último lugar" (Charles de Foucauld), "vivendo na ousadia de Deus" (Urs von Balthasar).
H. Schurmann
H. Schurmann
sábado, 27 de abril de 2013
O diálogo, essa coisa tão difícil para a nossa tradição intolerante
Excerto de uma entrevista ao teólogo moralista Juan Masiá,
que há dias esteve ali ao lado, e, Vigo. Esta parte aplica-se a certas discussões cá no blogue:
Não é verdade que muitas pessoas não o consideram Igreja? Você não se sentiu excluído?
É que aqui no nosso país [a Espanha] há um fenômeno um pouco peculiar que é essa tradição inquisitorial dos dois extremismos, da agressividade... Na Espanha, não houve transição cultural, não se deu o passo para a capacidade de poder compartilhar e opinar diferente, ter ideias diferentes e discuti-las, sem que isso signifique insultar, nem quebrar o pau. Aquilo que dizia Unamuno sobre a inveja espanhola. Nisto não houve transição. Os fanatismos estão muito arraigados, e isto se vê também dentro das instituições. Como se costuma dizer, “se você entrega a cabeça do Batista, em troca recebe um prêmio”. Se você denuncia alguém, alguns anos depois terá uma mitra. Às vezes, fomenta-se a denúncia, cartas anônimas, etc. E isso também é um problema fora da Igreja. A situação política espanhola delata a incapacidade em relação à democracia, ao debate plural.
E esta também:
Deixarão que Francisco faça mudanças?
O deixaremos (porque os que podem impedir não são um grupinho ao lado, a Cúria; temos que nos incluir). Ou o apoiamos ou o freamos.
E como podemos apoiá-lo? Como ele poderia fazer para contentar a uns e outros? Acredita que buscará o consenso?
Mas não é o consenso dos políticos, que sempre é de meias palavras. Precisamos convergir nas coisas verdadeiramente essenciais. Um exemplo: há alguns dias estava em um grupo discutindo sobre a homofobia, e havia algumas pessoas que diziam que não se deve chamar casamento a união homossexual, enquanto outros diziam que sim. Este é um tema que juridicamente e por muitas razões está aí, e é possível continuar discutindo. Os que dizem uma coisa e os que dizem o contrário aduzem suas razões, e se não se convencem mutuamente, continuarão pensando igual. Mas há um ponto em que o mais avançado e o mais conservador não podem senão estar de acordo, e o digo citando um documento nada suspeito de “excessiva abertura”: o Catecismo, que diz que de maneira alguma e sob nenhuma hipótese se pode nem se deve discriminar uma pessoa por sua orientação sexual. Isto não é passível de debate. Então, com a tranquilidade de estar de acordo em algo tão fundamental, podemos seguir falando das outras questões sem discutir e sem nos discriminar mutuamente.
A dinâmica de buscar o que nos une em vez daquilo que nos separa?
Claro. Isto já o dizia Santo Agostinho, e todos enchem a boca citando-o, mas depois não o colocam em prática. Nas coisas essenciais, unidade. Nas outras, liberdade. E em todas, acrescentava, caridade.
E esta responde a uma pergunta que já algumas vezes tinha colocado a mim próprio:
O fato de que seja um Papa jesuíta enche a Companhia de orgulho?
Muitas pessoas, no dia da eleição, vieram me felicitar porque é um Papa “dos nossos”. Mas isso significa que se fosse um Papa da Opus Dei teríamos que ficar chateados. Se eu me alegro com o fato de que seja um Papa jesuíta e alguns anos depois me entristeço que seja um Papa da Opus, isso quer dizer que eu não mudei nada. Ou seja, que a mudança de que estávamos falando eu não a fiz. Posso me alegrar pelo fato de como é e do que está fazendo, mas se me alegro com o fato de que seja jesuíta é como se acreditasse que agora eu tenho o poder.
Entrevista na íntegra aqui.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Amizade
Conhecer a amizade de Jesus para os seres humanos foi e continua a ser um dos objetivos capitais da reflexão cristã.
Ladislaus Boros
Ladislaus Boros
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Dominar
O Cristo que domina nas igrejas, que elimina o Jesus bíblico, é o Cristo dos que dominam.
D. Solle
D. Solle
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Tradição e mudança
O meu papel - se é que existe - consistirá sem dúvida em ser testemunha da Tradição no meio da mudança; sendo a Tradição completamente outra coisa que uma afirmação mecânica e repetitiva do passado: ela é presença ativa de um princípio a toda a sua história.
Yves Congar
terça-feira, 26 de março de 2013
Involucionismo
Frase do P.e Mersch que Yves Congar gostava especialmente de citar:
"É por falta de esqueleto que alguns animais têm de se envolver em carapaças".
"É por falta de esqueleto que alguns animais têm de se envolver em carapaças".
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Mais uma de João XXIII contada por Bento XVI
Ratzinger e Frings com medo de lhes puxarem as orelhas
No último encontro com o clero de Roma, no dia 14 de
fevereiro de 2013, Bento XVI lembrou que, quando era um jovem teólogo, o
cardeal Joseph Frings, de Colónia, pediu-lhe para ajudar a preparar um discurso
expondo uma visão para o Concílio Vaticano II.
Mais tarde, em Roma, enquanto se dirigia com o jovem
Ratzinger para uma cerimónia, Frings estava nervoso pelo facto de o seu
discurso ter ido longe demais. "Esta pode ser a última vez que eu uso a
púrpura", disse a Ratzinger, temendo que fosse deposto como bispo.
Pelo contrário, contou há dias Bento XVI, o Papa João XXIII
abraçou o cardeal Frings e disse: "Eminência, obrigado pelo seu discurso.
O senhor disse exatamente o que eu queria dizer, mas não conseguia encontrar as
palavras".
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Sobre o neoneoneotomismo que domina algum ensino teológico
Réginald Garrigou-Lagrange foi um teólogo francês medieval
em pleno século XX. Morreu em 1964, em Roma. Dominicano, dava aulas no
Angelicum. Grande teólogo, mas sem escrever qualquer tratado ou ensaio. Fez
comentários, como em geral os teólogos dos séculos anteriores, desde a Idade
Média. E talvez não se importasse de participar numa disputatio. Aliás, nem sei se não participou.
Garrigou-Lagrange comentou quase toda a Suma teológica,
coisa que poucos fizeram, e terá sido um dos últimos a levar a cabo tal
empreendimento.
Sabemos agora que ele estava à frente do seu tempo, embora
fosse tido por alguns como um fóssil teológico. É que o comentário a Tomás de
Aquino regressou com força. Diz-se que não é preciso mais teologia do que a do
dominicano do séc. XIII. Pululam por aí teólogos novinhos que mais não fazem do
que ler Aquino,mas não todo, e, ainda mais, comentários de Tomás de Aquino. Teologia
requentada, pois, e quanto mais indiferente à vida concreta, melhor.
Se os medievais também faziam teologia comentando, pois
concebiam-se como anões ao ombro de gigantes (diz João de Salisbúria que Bernardo de Chartres dissera isto), estes teólogos de hoje são anões,
ainda que rechonchudos, nalguns casos, e mesmo apreciadores de rock, ao ombro de anões ao ombro de gigantes.
Temo que tantas camadas humanas acabe por dar origem a um estrondoso tombo.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Congar: "Felizmente, há Ratzinger"
Yves Congar (1904-1995) não é só um dos maiores teólogos do
séc. XX (na minha opinião, faz parte de um trio de primeiríssimos que, já que
estamos na semana do ecumenismo, inclui três confissões cristãs: os
dominicanos, os jesuítas e os reformados). É capaz de ser também o mais
linguarudo. E isso é bom para quem gosta de perceber como as coisas
funcionavam, porque a língua de Congar deu para deixar tudo escrito nos
diários. A diarística é sem dúvida uma boa forma de sublimar a língua comprida
que todos temos.
Congar começou a escrever diários praticamente no berço.
Quer dizer aos 10 anos, pelo menos. E já então escrevia que os alemães são “os
boches os canalhas os ladrões os assassinos os incendiários” (falei disso
aqui). Mas tarde diria bem de um alemão em concreto.
No tempo do Concílio, como é sabido, escreveu um diário que
é bem capaz de ser mais útil para compreender o que se passou no Vaticano entre
1962-65 do que as atas do concílio (desconfio, já que, quanto às atas, só as vi encaixotadas, por encadernar, à porta de uma biblioteca eclesiástica).
No dia 31 de março de 1965, sobre o grupo que estava a
redigir o decreto “Ad gentes” (sobre a Igreja e as missões), escreveu:
- "o padre Seaumois é realmente um burro", com a
sua "bagagem de ideias e as suas respostas já prontas";
- Dom Yago "não diz nada e parece se aborrecer
muito";
- Dom Perrin "quase não acompanha e não é de nenhuma
ajuda";
- "Felizmente, há Ratzinger. É razoável, modesto,
desinteressado, de boa ajuda" (li aqui).
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
2 de janeiro de 1801. Morre o teólogo que tentou converter Moisés Mendelssohn
Johann Kaspar Lavater
O teólogo suíço zuingliano Johann Kaspar Lavater morreu no
dia 2 de janeiro de 1801. Nascera a 15 de novembro de 1741. Tinha 59 anos há
212 anos.
Não conseguiu. E boa parte dos intelectuais
alemães de então preferiu tomar o lado do filósofo rabino judeu que foi o grande promotor do renascimento hebraico na Europa ao do teólogo
pastor protestante.
Moisés Mendelssohn
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Livro sobre Jesus Cristo apresentado pelo país fora
Xabier Pikaza
De hoje até 22 de novembro, o teólogo espanhol Xabier Pikaza
colabora na apresentação do livro “Quem é / que foi Jesus Cristo”, que recolhe
as comunicações do colóquio Igreja em Diálogo, sobre Jesus Cristo, realizado no
Seminário de Valadares nos dias 8 e 9 de outubro de 2011 (cartaz o evento
aqui, que inclui os nomes dos comunicadores e os títulos das intervenções que agora são recolhidas).
Com Xabier Pikaza (que divulgou no seu blogue, em português,
o texto que vai proferir, aqui), ontem referido por Bento Domingues na sua crónica, a apresentação do livro da Gradiva acontecerá:
- em Aveiro, hoje, às 21h, no auditório do Seminário de
Santa Joana;
- no Porto, amanhã, às 21h, na Fundação Eng.º António de
Almeida, também com o político Guilherme d’Oliveira Martins;
- em Braga, no dia 21, às 21h, na Biblioteca Lúcio Craveiro
da Silva;
- na Figueira da Foz, dia 22, às 21h30, no Casino, também
com o político Paulo Rangel.
Sem Xavier Pikaza, mas sempre com Anselmo Borges, que
organizou o colóquio e coordena a publicação, a apresentação prossegue com
intervenções o teólogo Andrés Torres Queiruga:
- no Funchal, dia 30 de novembro, às 18h, no Teatro
Municipal;
- em Coimbra, dia 4 de dezembro, às 18h30, na Faculdade de
Letras, também com o historiador Fernando Catroga;
- em Lisboa, no dia 5 de dezembro, às 18h, no Centro
Nacional de Cultura, também com Guilherme d’Oliveira Martins e Paulo Rangel.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
26 de julho de 1936. Hans Urs von Balthasar é ordenado padre
João Paulo II com o seu teólogo preferido, dizem, em 1984
Hans Urs von Balthasar (1905-1988), suíço, foi ordenado padre no dia 26 de julho de 1936. Era jesuíta e assim continuou a ser até 1950, altura em que, devido à amizade Adrienne von Speyr (1902-1967), uma viúva médica e mística, convertida ao catolicismo, deixou a Companhia de Jesus.
Diz a Wikipedia que este teólogo, um dos grandes ausentes do II Concílio do Vaticano, defendia uma "teologia ajoelhada", em contraposição à "mera análise sistemática", ou mesmo à especulação.
Deste teólogo disse Bento XVI, nos 100 anos do nascimento do suíço, que "a sua vida foi uma genuína busca da Vida verdadeira" (mensagem ao congresso internacional aqui), entendida como "busca da verdadeira vida". Com Ratzinger e de Lubac, Balthasar fundou no final dos anos 60 a revista "Communio". Morreu no dia 28 de junho de 1988, dois dias antes de receber o título, apenas honorífico, de cardeal.
Balthasar recebeu em 1984 o Prémio Paulo VI das mãos de João Paulo II. Na altura, afirmou ao "L'Osservatore Romano":
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