João de Damasco (675-749), o último dos Pais Gregos da Igreja, o “São Tomás de Aquino do Oriente”, já tinha morrido na altura do II Concílio de Niceia. Mas são as suas teses que prevalecem.
Escreve João Damasceno em “De imaginibus” ("Acerca das imagens"):
O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados.
(Mote para a profusão medieval de imagens nas catedrais, “bíblias de pedra”)
Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi de Deus.
(Encarnação como legitimação)
A beleza e a cor das imagens estimula a minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto
quanto o espectáculo dos campos estimula o meu coração para dar glória a Deus.
(Imagens enquanto pedagogia e catequese)
Como fazer a imagem do invisível? Na medida em que Deus é invisível, não o represento por imagens; mas, desde que viste o incorpóreo feito homem, fazes a imagem da forma humana: já que o invisível se tornou visível na carne, pinta a semelhança do invisível.
(A analogia como metodologia)
Outrora Deus, o incorpóreo e invisível, nunca era representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre os homens, eu represento o «visível» de Deus. Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria.
(A necessária distinção entre representado e representante, conteúdo e continente, meio e fim).
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Defesa das imagens por João Damasceno
João Damasceno
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