A Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, pode deixar cair o “católica”. Acabam-se as missas nos principais actos académicos, os bispos deixar de ter lugar nos órgãos directivos e perde-se assim a mais antiga universidade católica do mundo, criada em 1425.
A identidade católica da UCL está em discussão, como tudo na Bélgica, pelos vistos. Neste caso, por causa de um progressivo distanciamento ente a academia e a hierarquia vaticana. Os abusos sexuais na Bélgica, as críticas do Vaticano ao Nobel de Medicina, atribuído a Robert Edwards, “pai da fecundação in vitro”, e à investigação que há anos a UCL vem fazendo sobre células estaminais também contribuem para o progressivo afastamento.
Já há quem pense que por questões de mercado e de prestígio o "c" de católica (ou "k" de "katholiek", em flamengo), está a mais. Li aqui.
Na vizinha Holanda, a Faculdade de Teologia de Nimega (ou Nijmegen) perdeu a confiança do Vaticano há três anos. Agora há conversações entre os bispos holandeses e o Vaticano para reobter o reconhecimento.
No meio disto, parece-me que é de lamentar os fossos que se cavam entre investigadores e homens da hierarquia. É mais um mau capítulo para a história "Fé e Ciência".
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