João Pedro Silva comentou um “post” sobre a pobreza do panorama teológico mundial e português (aqui). Agradeço-lho o comentário e puxo-o para aqui, antes de alinhar umas ideias sobre o assunto:
Mais um tema que não posso passar sem me intrometer e comentar.
Creio que, primeiro, há uma grande falta de interesse (e desconhecimento) da teologia, por parte da população (católica, não católica, crente, não crente, etc.), o que gera, também, não só um grande desconhecimento dos vários trabalhos monográficos teológicos que se realizam em Portugal (e mesmo entre faculdades), assim como não há grandes incentivos à continuação da pesquisa e investigação teológica.
Mas dizer que a nível mundial, "não muda nada desde há 40 anos"!? Creio ser uma afirmação redutora.
Antes de mais, a doutrina não anda a par e passo do desenvolvimento teológico por razões claras. Por outro lado, por exemplos, os desenvolvimentos da exegese bíblica estão a dar cada vez mais passos de desenvolvimento - e a área bíblica sabemos como é fundamental para a teologia. Depois, os trabalhos interdisciplinares com as outras áreas do saber aumentam de dia para dia.
E para concluir, na teologia, os desenvolvimentos atingidos há "40" anos, proporcionaram mudanças de paradigma que não há ainda grandes argumentos para voltarem a mudar... Quando acontece algo como um Vat. II, nota-se uma grande alteração em todas as áreas teológicas, como se verificou. Isto resulta nalguma estagnação natural nas grandes afirmações. Quase como a Teoria do Big Bang que já leva alguns anos de aperfeiçoamento, mas continua a ser a teoria predominante por não se ter descoberto outra que fosse mais completa.
Também na teologia, neste momento, os desenvolvimentos são tão subtis, particulares e especializados, que praticamente não atingem nem as grandes posições teológicas, nem a população em geral.
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