Jacques Maritain escreveu no seu “Carnet de notes”, no dia 5 de Outubro de 1910:
Enlouquecedora influência da teoria do agrupamento. Lema da hierarquia de França: «Agrupemo-nos!» – Agrupemos as almas, os cães, os porcos! Agrupemos os mortos! Agrupemos os proprietários cristãos! – «A união faz a força». Este lema só pode ter um sentido para o cristão: a união com Deus faz a força.
E no entanto seremos mais fortes se estivermos unidos. Mas se pensarmos, por exemplo, no que seria uma união católica, rapidamente chegaremos à conclusão de que estamos unidos no desacordo.
Os católicos não votam num único partido, quando votam. Não acreditam todos na vida depois desta vida, quando não acreditam, por exemplo, na reencarnação. Não sabem, na sua maioria, que há um pensamento, uma doutrina, sobre as questões sociais, políticas e económicas. Não estão unidos na defesa da vida no seu princípio e fim. Uns querem latim, outros nem ouvi-lo. Uns são todos pró social, outros, se pudessem, não saiam de dentro do templo. Uns são marianos e papistas; outros, bíblicos e proféticos.
Na sociedade portuguesa, dita maioritariamente católica, exceptuando a conferência episcopal (e mesmo ela com tensões interiores entre norte e sul, opositores declarados às políticas oficiais e moderados, tradicionalistas e progressistas), não há grupos que falem e actuem como católicos. Vive-se como na anedota que diz que se Deus tivesse nomeado uma comissão em vez de mandar Moisés libertar o povo de Israel, ainda hoje lá estariam (no Egipto). Ou então é a maldição de Maritain.
Os católicos não votam num único partido, quando votam. Não acreditam todos na vida depois desta vida, quando não acreditam, por exemplo, na reencarnação. Não sabem, na sua maioria, que há um pensamento, uma doutrina, sobre as questões sociais, políticas e económicas. Não estão unidos na defesa da vida no seu princípio e fim. Uns querem latim, outros nem ouvi-lo. Uns são todos pró social, outros, se pudessem, não saiam de dentro do templo. Uns são marianos e papistas; outros, bíblicos e proféticos.
Na sociedade portuguesa, dita maioritariamente católica, exceptuando a conferência episcopal (e mesmo ela com tensões interiores entre norte e sul, opositores declarados às políticas oficiais e moderados, tradicionalistas e progressistas), não há grupos que falem e actuem como católicos. Vive-se como na anedota que diz que se Deus tivesse nomeado uma comissão em vez de mandar Moisés libertar o povo de Israel, ainda hoje lá estariam (no Egipto). Ou então é a maldição de Maritain.
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