domingo, 23 de janeiro de 2011

Cristãos num estado felizmente laico

Os cristãos num estado laico

Luis González-Carvajal Santabárbara

Gráfica de Coimbra 2

178 páginas


Dificilmente um livro escrito a partir da realidade de outro país poderia dizer tanto a Portugal como este. “Os cristãos num estado laico”, de Luis González-Carvajal Santabárbara, logo na primeira linha mostra que fala de Espanha – “Franco morreu no dia 20 de Novembro de 1975” –, mas o tema e o seu desenvolvimento são perfeitamente aplicáveis ao caso português.

Espanha e Portugal passaram por ditaduras e alcançaram a democracia praticamente ao mesmo tempo. Foram e são tanto clericalistas como anticlericalistas. E hoje assistem a correntes laicistas mais ou menos conscientes em sectores sensíveis como a educação, a saúde ou cultura. Tem sido observado que em Espanha o extremismo é sempre maior. Não só há mais anticlericalismo como a Igreja, principalmente o episcopado, é mais aguerrida. Em Portugal os costumes são mais brandos e os confrontos nunca são assumidos abertamente.

Este livro dá umas breves notas históricas e define conceitos como clericalismo, laicismo, laicidade, destacando a doutrina conciliar; fala das soluções legislativas, que têm sido sempre imperfeitas; aponta valores e lugares para presença pública dos cristãos; sugere uma útil mudança de sensibilidade aos cristãos; aborda por fim a questão do financiamento (de parte das actividades) da Igreja pelo Estado.

González-Carvajal aponta critérios e orientações, muitas vezes iluminados por uma situação histórica, para que os cristãos de hoje possam ter comportamentos públicos coerentes com a sua identidade num Estado que é e será, como diz, irremediável mas felizmente laico.

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