sexta-feira, 19 de abril de 2013

Autoestrada

Ao declarar o amor ao próximo semelhante do de Deus, Jesus abriu uma autêntica via de salvação.

Joseph Moingt

13 comentários:

Peter disse...

E ainda bem que essa “via de salvação” é como se fosse uma “autoestrada”… pelo menos ali existem muitas vias e espaço suficiente para todos circularem ao seu ritmo nessa viagem da fé! Alguns, lá vão na via da direita bem encostados à berma, na sua, como que dizendo: deixa-os passar! Esses não incomodam nem impedem o ritmo de outros que vão ultrapassando tudo e todos nessa corrida por vezes insana como quem pensa que por muito correr agarra a vida! E ainda assim, não são estes os mais “perigosos”, piores são aqueles que ultrapassam por todos os lados, mesmo até pela direita nos seus ziguezagues possessivos como quem julga que a estrada é toda deles e aí de quem entrar numa de “desquite”, aquilo acaba sempre mal! Mas que é verdade ai isso é que é, as “autoestradas” estão cada vez mais perigosas a constatar pela chapa retorcida dos diálogos e as vidas que ficam por aquele asfalto agora também galgados pelas invasões nesses trotes subtis ecoados nos passos desses cavalos de Tróia a fazer-se passar por “Marlene’s”…! Ai meu Deus, aquilo a que a gente se sujeita nessa “autostestrada”, ainda bem que o meu carro pifou, agora só ando de transportes públicos, ali há espaço para todos circularem, e o bilhete custa menos que uma “mini-homília”!

Anónimo disse...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...

Uma Igreja sem paredes nem livros.
Uma Igreja sem estátuas nem hierarquia.
Uma Igreja do coração, uma Igreja à medida das aspirações das pessoas do mundo de hoje.
Uma Igreja sem teólogos e estudiosos.
Uma Igreja de pessoas amadas por Jesus e o próximo...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja onde as pessoas estão em sintonia com a verdade e a caridade.
Uma Igreja sem vigilância nem ditames.
Uma Igreja sem dogmas nem teorias alheias à
Bíblia.
Uma Igreja onde as mulheres e os homens são iguais em tudo.
Uma Igreja sem pó nem poeira...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja onde cada pessoa pode fazer doutrina.
Uma Igreja onde ninguém é herético nem excomungado.
Uma Igreja onde não há crentes nem não-crentes.
Uma Igreja onde o sonhar é viver e o viver é sonhar.
Uma Igreja onde se lêem os melhores poetas a par das esclerosadas leituras bíblicas...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja de Santos não canonizados.
Uma Igreja de puros sem pureza.
Uma Igreja de fieis sem fé.
Uma Igreja de caridade sem caridade.
Uma Igreja de esperança sem esperança...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja de verdes prados.
Uma Igreja de doces praias.
Uma Igreja de montanhas escarpadas.
Uma Igreja de vales profundos.
Uma Igreja de árvores e passarinhos...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja sem livros de teologia.
Uma Igreja sem catecismos.
Uma Igreja sem missas.
Uma Igreja sem catequeses.
Uma Igreja sem organização...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja sem dinheiro.
Uma Igreja sem universidades.
Uma Igreja sem jornais ou editoras.
Uma Igreja sem centros sociais.
Uma Igreja sem instituições de solidariedade social...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja em que Deus é à minha imagem e semelhança.
Uma Igreja em que Deus faz a minha vontade.
Uma Igreja em que Deus é a minha vontade.
Uma Igreja em que Deus é salvo por mim.
Uma Igreja em que Deus não precisa de existir...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...

Jorge Pires Ferreira disse...

Sonhe.

Jorge Pires Ferreira disse...

Quer dizer,

posto esse sonho aqui, até parece que alguém aqui sonha com isso.

Mas obrigado pelo texto, que até será bom para um grupo de jovens refletir sobre o que é ou não é a Igreja.

Anónimo disse...

Penso que se esqueceu do algodão doce e do fogo-de-artifício.

Anónimo disse...

Anónimo(a) poeta (11:O3)... sonhar ainda não é proibido nem está ainda sujeito à taxa desse imposto IVAC (imposto de valor acrescentado celestial)… bom seria que muitas dessas coisas que declamou, e que infelizmente são necessárias como por ex: “centros sociais e instituições de solidariedade social” não existissem, era sinal que neste pedaço da Terra, onde todos nascemos iguais, os filhos de Deus não precisavam de estender a mão à caridade, um SINAL claro de que finalmente todos os homens e mulheres de todas as raças, nações e caminhos religiosos, todos esses que são nossos irmãos teriam alcançado o suficiente (não o supérfluo) para viverem com dignidade as suas vidas, sem terem que mendigar a caridade de outros! Sim essa IGREJA é possível, a comunidade de Actos é um exemplo claro disso…! Estou certo que quando acabarem as “caridades” .. não estou a falar do AMOR que dá a vida, o TUDO pelo outro, esse será UM entre muitos sinais de que a IGREJA do PAI se começa a erguer de verdade na Terra, até lá, meu amigo, não há poesia que esconda os egoísmos de cada um de nós!

Peter

Jorge Pires Ferreira disse...

Peter,

atenda à ironia e até ao cinismo. O poeta quer dizer exatamente o contrário do que escreve. Ele acha impossível uma igreja meramente espiritual. Mas pensa que eu ou alguns leitores do blogue defendemos isso.

Anónimo disse...

Jorge, eu percebi-lhe a qualidade e o sabor desse “sal” com que tal poesia é temperada... grato pelo seu cuidado e ajuda!

Peter

Anónimo disse...

Que diferença há entre quem, diante das homilias que não deviam existir, mata por palavras e quem mata com balas? Não vejo nenhuma. Ou melhor. Até vejo: aquelas matam e matam e voltam a matar os seus visados. Não é Peter?

http://www.ansa.it/web/notizie/rubriche/english/2013/04/17/Man-accused-murdering-priest-bad-homilies-_8569877.html

Anónimo disse...

O Anónimo (12:55 PM) fez-me agora recordar o sabor e o preço de tais “balas”! Vou tentar encurtar (paciência, n tenho o dom da síntese).. uma vez numa homilia, a determinado momento o sacerdote falou dos casais que se divorciam, que era gente de uma egoísmo tremendo, tudo porque não conseguem aguentar já nenhuma contradição ou coisas banais entre eles… (reduzindo) ainda lá conseguiu no fim da homilia pedir desculpa aos casais presentes e aos ausentes, quem era ele para falar de outros, apenas estava a alertar!!!! Olhe, eu não sei se ele se “corrigiu” por eu estar logo em frente ao ambão, é que toda a gente ao meu lado via o esforço que eu fazia para conter o riso, ainda por cima estava de hábito, como percebe ali não escapava aos olhares, nem que fosse apenas para verificarem se ele estava bem repassado a ferro, aquelas alminhas consumiam-me com o seu amor e o ferro de repassar! Bom, vamos ao que interessa! A homilia, (não foi uma mini-homilia safa, parece que essa estava de saldo!) estava a ser predicada precisamente por alguém que fazia à altura, parte de uma equipa (3 sacerdotes) que trabalhavam na mesma missão, e o interessante é que não viviam juntos, cada um vivia num raio muito curto num apartamento às expensas da paróquia, isolados uns dos outros nessa tão apregoada capacidade de viver-partilhar juntos, esse fazer comunidade, amando-se e suportando-nos mutuamente na caridade! Sabe, essas “balas” não sei se mataram muitas almas ali pela sua trajectória e testemunho, mas que as minhas orelhas arderam e bem durante dias, ai isso é que arderam, pareciam balas a zurzir aos meus ouvidos e olhe que eu era apenas um consagrado, (não sacerdote), (assim como se fosse um filho de um deus menor), que vivia e me sustentava da caridade de muitos irmãos que naquela terra boa me amaram tanto como eu tb os amei…! Como dizia um anónimo num post anterior referindo-se aos “trols”, anda por aí muito espírito talibanista que mata sem qualquer problema em “nome de uma causa, presumindo que assim têm o “acesso ao Paraíso” garantido! S.Paulo tb no início da sua vida pensava que estava a lutar pela verdade.. e foi muitas vezes um “talibanista”, bom, a misericórdia de Deus é grande e também aquela queda do cavalo não foi brincadeira nenhuma!

Alonguei-me.. desculpem...

Peter

Anónimo disse...

…arderam porque quem apanha sempre no fim é o “peixe miúdo”… istod e ser irmão consagrado ou ser sacerdote tb tem muito que se lhe diga…(classes)…e como se isso não bastasse, ainda tive que andar a apagar fogos cada vez que os paroquianos me vinham apontar as armas, por causa dessa homília incendiária…! Ele há balas e balas… ! Agora meu caro, uma coisa já percebi há muito:…. ainda como pastor, o futuro rei David não pediu uma daquelas espadas dos exércitos para combater o Golias, o jovem usou aquela “arma” que tinha e sabia usar, uma “fisga”, e olhe que aquele seixozinho acertou e matou mesmo o Golias que simboliza todo o mal contra os mais frágeis…! Às vezes também é o que nos resta como “arma”, fisgas, perante os dominadores e poderosos… e nem por isso a Igreja nega a santidade e o caminho de David, mesmo com esses percalços obscuros…! Eu já me contento com a coroa de um irmão vassoura… não aspiro ao lugar de David!

Peter

Anónimo disse...

...o amor ao próximo é semelhante ao de Deus, só ama Deus quem ama o próximo, todos estão nessa autoestrada, ainda que muitas vezes a querer ultrapassar os outros e a fazer manobras perigosas e só anda nessa autoestrada quem segue o sentido do amor, quem não segue o sentido do amor não à meio de avançar. Uns artilham os seus carros pensando que o carro anda mais ou que só anda se for dessa maneira e por vezes não se dão conta que certos acessórios já estão desajustados ou são totalmente dispensáveis pois até podem pôr em risco a condução, outros gabam-se da simplicidade dos seus carro e gozam com os acessórios dos carros dos outros sem se darem conta que alguns acessórios são mesmo necessários e até terão sido montados por indicação do construtor. Estes esquecem-se que os piores acessórios por vezes são invisíveis e julgando ter uma capacidade inata para saber o que esta certo ou errado correm de tal modo cheios de si que de um momento para o outro já seguem em sentido inverso. Outros seguem calmamente no carro de fábrica que lhes calhou em sorte e não gastam tempo nem dinheiro a pensar na história dos acessórios e das peças que têm ou não tem, e que o stand não entendeu bem as indicações do construtor, e isto e mais aquilo ...sabem que interessa é seguir em frente e que uma boa viagem faz-se muito bem se estivermos concentrados mas é na condução e nos outros que partilham a estrada. Há uma longa e bela viajem para fazer....
Jacome

Anónimo disse...

Jacome, conhece certamente o termo técnico: “condução defensiva”…!
Saudações

Peter

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