quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Odres velhos

Notícia da Ecclesia:

Bispos abrem caminho para simplificação de procedimentos de nulidade matrimonial


Uau. Uma das simplificações é:

«criação de “tribunais diocesanos”».

Duplo uau.

O matrimónio é indissolúvel, diz a doutrina católica. Enquanto assim disser, nada a fazer. Simplificar processos, agilizar procedimentos, criar estruturas, dentro deste quadro, é igual a zero.


Enquanto não houver soluções para pessoas que se sentiram casadas, legitimamente casadas, validamente casadas, e a seguir se separaram, nada se avança. E é escusado promover, como se tem promovido, a hipocrisia de se descobrir passados uns anos que afinal nunca estiveram casados (declaração de nulidade do matrimónio). Nunca estiveram casados... e não deram por isso?

19 comentários:

Anónimo disse...

Patéticos e cómicos!

Lucy disse...

concordo totalemnte com o último parágrafo

Anónimo disse...

Não são só as ideias que se podem transformar em "odres velhos"! Certas cabeças também!Refiro-me sobretudo àquelas que ainda conseguem conter maior área para fermentar o vinagre paleolítico da tradição mais rançosa que alguma vez foi produzida nas caves da idiotice e hipócrisia humana. Ora pronobis.

Anónimo disse...


Caro Jorge Ferreira,

embora eu não possa considerar um "avanço" o eventual fim do matrimónio indissolúvel, tradição da Igreja com muito evidente base evangélica , concordo inteiramente com o que aqui diz. E o Jorge é a primeira pessoa que eu vejo expressar com clareza o que há muito penso. É deprimente esta tentativa que uns e outros fazer de contornar a difícil questão com uma nulidade generalizada e hipócrita.

Saudações, Rui Jardim

Anónimo disse...

Uau. O que o pensa o tipo que está a representar a Igreja portuguesa? Não sabemos nada sobre o que ele disse. Está a passar férias em Roma com o nosso dinheiro? Deve estar a trabalhar nos bastidores para ser cardeal. Ele nunca se definiu. Coitados de nós com depressivos como D. Manuel Clemente.

Anónimo disse...

Ele nunca se definiu porque tenta, a todo o custo, ser cardeal. Ele nunca teve experiência pastoral. É um colado ao poder(es). O Macário Clemente nunca devia ser bispo, quanto mais cardeal. Gostava que lhe perguntassem qual a «loja» que ele frequenta? Fora com tipos deste calibre.

Anónimo disse...

Apetece LOL. Estes comentários deviam ser mais humanos. Só falta dizer que o homem de Portugal que está no Sínodo é assexuado. Deixem o Patriarca de Lisboa em paz e não falem dele. Ele é um pseudo-intelectual que vive o seu amor com o papel. Ele não sabe o sofrimento dos recasados.

Anónimo disse...

O governo a triturar Portugal e o bispo da capital a enganar a igreja. Está na hora de caírem os dois.

Anónimo disse...

"O matrimónio é indissolúvel..." diz a Igreja e aquele de Nazaré, de quem se diz que disse algo como: 'Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne'? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe". E os outros, que Lhe seguiram os passos, de quem se diz que disseram: " E ainda algo como: "Todo el que se divorcia de su mujer y se casa con otra, comete adulterio; y el que se casa con la que está divorciada del marido, comete adulterio." Em Espanhol, porque de Espanha nem bons ventos nem ideias sobre o casamento. E eu vou ali e já venho, porque a mulher decidiu cozinhar peixe, e eu nem gosto de peixe e já estou cheio dela, agora parece que vai ficar mais fácil divorciar-me dela, por isso vou acabar com isto. Aqui, só liberais, livres no pensar mas sem disciplina nas suas vidas. Pelo ódio que veem para aui destilar nos comentários, é óbvio que ao Nazareno não o conhecem, apenas pelo papel, e nem sequer o papel da Bíblia, mas dos livros dos muitos que hoje protestam... Enfim...

Anónimo disse...

O Sr. Anónimo que escreveu o comentário às 6:41 da manhã, deve sofrer de alguma amnésia selectiva! Se conhece de facto assim tão bem esse tal “Nazareno”, porque omitiu a verdadeira dimensão da sua família, que é totalmente o oposto do modelo cristão, defendido à altura por alguns convertidos do judaísmo (profundamente patriarcal), e que marcou todo um pensamento de uma geração de discípulos até aos dias actuais, que depois vai influenciar de uma forma fanaticamente estanque, o pensamento da Igreja institucionalizada! Não vou alongar-me, pois o tema tem “corda” que chegue, deixo-lhe só uns detalhes: Porque não falamos então de Maria, a “mãe solteira”. E qual era o valor real que este dava à família, já desde a sua infância! Recorda-se daquela episódio do seu desaparecimento, e a resposta que ele dá aos “pais” (Lucas 2: 41-51)! (coloquei “pais” com “aspas” pq, não esqueçamos que José não é o seu pai biológico!) (Éticas! (Catecismo: § 2376; § 2377)! Onde está o respeito pelos Pais? E os interesses que se sobrepõem aqui à própria família! Há ou não uma tendência precoce de Jesus para se distanciar da sua família, já para não falar da forma como falava com a Mãe e a questão de terem relegado José a um papel menor na família nuclear. E as questões sobre o divórcio e os “recasamentos”! Por exemplo: por vezes, Jesus parece não aprovar o divórcio sejam quais forem as condições, mas mais adiante, abre uma excepção e logo a seguir, condena totalmente o “recasamento”, mas depois, diz que vem para acabar com as famílias: “Mt 10, 35-37 ; Lc 12, 51-53)! E nem quero alongar-me na questão escandalosa onde “parece” até que promove o ódio dentro da família! (Lc 14:26)! Sr. anónimo 6:41, material não falta para coloocar a nu as “certezas” alheias.

Anónimo disse...

Anon58 - Maria nao foi mae solteira, pois na mesma passagem que aponta de Lucas, em que Jesus ficou no templo, ela estava a viver com Jose, Jesus ja tinha tinha 12 anos, portanto o seu casamento com Jose manteve-se desde o nascimento de Jesus ate este momento. Claro que o caso de Jesus foi "especial", mas mesmo assim, mesmo sendo Deus, encarnou no seio de uma familia, com Maria e Jose como pais. Pois na mesma passagem que aponta, ele volta para casa e foi obediente aos pais. E na mesma passagem, Maria nao compreende o que se passa, o que Jesus queria dizer e porque fazia aquelas coisas, mas guardava-as no coracao. O mesmo deveriamos nos fazer, quando nao compreendemos, guardamos e meditamos, para nao tentar comparar a familia de Nazare com uma familia destruida pelo divorcio, e Maria a uma mae solteira. Quanto as outras passagens que aponta, elas fazem mais sentido para aqueles que querem seguir o Evangelho, seguir uma vocacao, uma chamamento, uma escolha e eleicao de Jesus e os problemas, confrontos e encontrarao nas suas proprias familias. Seguir a Jesus nao quer dizer que guardamos odio pela nossa propria familia, mesmo esposa e filhos, mas que O amamos mais do que aos outros. Pois unidos a Ele, melhor amamos os outros. Nao fala de destruir familias, isso ja mostra uma pouco de radicalismo no seu pensar, senao mesmo ignorancia do contexto do Evangelho.

Anónimo disse...

Anónimo 12:37 da tarde, Mateus diz que Maria esta estava “desposada” com José! Estar desposado, para os judeus, não significava “casamento” como o concebemos hoje, mas uma espécie de “compromisso-contrato”, em que já era permitido chamar de esposa e esposa a ambos! Não esqueça que ainda não viviam juntos! Só depois da visita do anjo é que José decide tomar Maria como esposa, e isso acontece já depois da “Concepção”. Mt 1,18-22. Maria foi pois uma “mãe solteira”, e isso não a diminui em nada, antes pelo contrário, veja que até achou graça aos olhos do Senhor! Percebe-se o incómodo, tendo em conta a postura da Igreja sobre o tema das mães solteiras! Sobre a outra questão, ela não se compadece com “fazer mais ou menos sentido”, as palavras estão lá, elas não são minhas! A “justificação” das vocações é uma questão falsa no tema, até porque Jesus não criou nenhum estatuto vocacional de discípulos, apenas chamou, e aos que chamou pediu-lhes que fossem apenas servos uns dos outros! E nesse caminho, está depois o serviço aos irmãos, serviço que não distingue nem escolhe em função dos laços familiares ou das amizades ou mesmo sequer das opções espirituais. Por isso, quando abordei essa questão da “promoção do ódio dentro da família”, repare que disse “parece”, não disse que Jesus o fazia! O que ali que ali se trata realmente, é do ódio ao egoísmo que faz distinção, e escolhe e serve nessa direcção, não o ódio à pessoa.

Como eles adoram “tirar da cartola” o argumento do “contexto” quando “encurralados” pela fragilidade da falácia teológica, mas depois não se inibem de um literalismo doentio, que escorre hipócrita pelo fio de uma lâmina afiada de moralismos implacáveis, quando se trata de defender e aplicar a doutrina oficial!

Anónimo disse...

Disse que “não viviam juntos”, porque, embora vivendo na mesma casa, não eram de facto um “casal”! Maria estava sim, debaixo da protecção de José, (repare na factor “idade”), algo que era comum naqueles dias, embora, fosse um facto que este tivesse o desejo de casar com ela, algo que vem a acontecer só depois da visita do anjo como nos diz Mateus! Nessa altura, a “Concepção” já havia acontecido, o que confirma que esta já estava “grávida” antes do casamento!

Anónimo disse...

Vejam a leiam as declarações conservadoras do patriarca de Lisboa no sínodo. Ainda gostava de saber em que mesa de/da comunhão ele se situa. Ainda não leu a GS do Vaticano II. Vive no tempo da cristandade e Concílio de Trento. Precisamos de abrir as JANELAS Manuel Clemente. Abre a pestana. Assim não chegas a cardeal Clemente.
Júlio Rosa

Anónimo disse...

Ò meu caro Júlio Rosa, o Papa pode parecer estar desatento mas não está. Abençoado Francisco, que para o bem da Igreja e do seu arejamento, não se tem poupado em fazer uma limpeza no meio, e lá vai corajosamente afastando lentamente, mas com firmeza, contra todas as resistências e o alvoroço histérico-piedoso dos acomodados e saudosos dos circos tradicionalistas, essas abundantes cotovias formatadas a naftalina doutrinal que voam pelos beirais dos palacetes da Igreja! Estou seguro que não lhe escapou o odor desta ave vaidosa, nesse piar de mau agoiro tradicionalista que se oculta baixo as asas desta figura que adora voos mais altos! Os voos mais terra-a-terra são muito arriscados para sua Exa. não vá a cotovia bem-falante fazer uma aterragem mais descuidada, e fazer um dói-dói, na cabeça que anseia o barrete cardinalício. Ó valha-nos Deus e toda a ajuda dos santos! Cumpts.

Anónimo disse...

Línguas viperinas!

Anónimo disse...

Há muito que nao o lia com o seu estilo próprio, tao pessoal, irmao das 10,28.... entre o humor e a coisa séria por vezes o espaço é pouco, certo?

Anónimo disse...

Simplesmente genial o nosso irmão das 10.28. Será que esse Clemente agoirento vai ter um ninho no beiral do Vaticano. Tem um estilo de andorinha que não engana!!! O Clemente de Portugal é um clementinho gozado nos corredores da cúria. Quando voltar a Portugal vão perguntar-lhe em que linha ele está e ele responde que o «Tou no meu ninho irmão».

João Amaro Correia disse...

Claro. Certamente.
Faça-se em nós segundo a nossa vontade.

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