Porque é que a Associação República e Laicidade não exige a separação entre o Estado e Januário Torgal Ferreira, de preferência mediante a oferta de um retiro vitalício na Bolívia? Após o elogio do primeiro-ministro à "paciência" dos portugueses, no máximo uma redundância infantil, D. Januário apareceu logo a comparar o dr. Passos Coelho a Salazar (um clássico) e a sugerir (ou, no seu estilo quase frontal, a quase sugerir) que o povo saísse à rua em alvoroço.
D. Januário é assim: passa os dias à espera de um pretexto para apelar a gestos dramáticos das massas. E se é verdade que as massas não lhe ligam nenhuma, também é verdade que D. Januário nem precisa de pretexto: qualquer coisa - uma frase infeliz, uma frase neutra, um espirro - fomenta a alegada revolta da criatura.
Escusado acrescentar, a criatura está no seu direito. Só não percebo como é que tamanha irreverência mantém D. Januário confinado a dois estabelecimentos tão institucionais e em geral circunspectos quanto a Igreja e a tropa. Por outro lado, não percebo porque é que a Igreja e a tropa mantêm D. Januário: suponho que tentar promover agitações colectivas não seja uma das funções do bispo das Forças Armadas. Só não me perguntem que funções são essas: não sou crente nem militar. Mesmo que fosse, suspeito que não saberia a resposta.
domingo, 10 de junho de 2012
Agitações
Alberto Gonçalves no DN de hoje, bem no fim do artigo (aqui):
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6 comentários:
É o que dá. Arma-se em campeão e depois... O senhor Brigadeiro devia juntar-se ao Sócrates em Paris. Este Januário...
O pior é que há em muito clero português um D.Januário adormecido que só espera um microfone ou uma oportunidade para acordar com estrondo para o palco do mediatismo e da vaidade...
Por vezes é desbocado mas é pastor enquanto os que por aí andam são espertalhões
"Desbocado" e "pastor" não ligam bem... Embora, na sociedade portuguesa, haja imensa complacência quanto a isso. Tanta que temos pastores desbocados de esquerda e de direita : os queridos D. Januário e o seu gémeo Cónego Seabra, tão latinos, tão "como nós somos", tão coração na boca, apesar da arruaça...
Nós, católicos que "lemos meia dúzia de livros" é que somos maus... ou "espertalhões", mas há quem nos topa e à légua!
É pastor mas ganha quatro mil e tal baradas...
É parvo, o homem! Mas Bispo das Forças Armadas para quê? Um capelão sobrava!
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