Eugénio Scalfari, fundador do jornal “La Repubblica” (aqui referido num diálogo com o cardeal Martini), escreveu no seu jornal sobre a "grande crise da Igreja", que vai de “Pacelli a Ratzinger”.
Um balanço no fim do pontificado de João Paulo II:
Os problemas da Igreja na sua morte eram os mesmos: poder da hierarquia, marginalização do povo de Deus, crise das vocações, crise da fé em todo o Ocidente, nenhuma modernização dentro da Igreja. Mas uma modificação, sim, havia sido verificada nesse meio tempo: a mensagem do Vaticano II não só não dera passos à frente, mas havia dado passos para trás.
Quanto a Bento XVI, Scalfari aprecia os livros e as
encíclicas e que tenha afastado o tomismo, “com
tantas saudações a Orígenes, Anselmo de Aosta e Bernardo”. É curiosa a
sugestão de beatificação de Pascal, algo de que nunca tinha ouvido falar:
Se quisesse dizer algo verdadeiramente atual, o Papa Ratzinger deveria dar início à beatificação de Pascal, mas me dou conta de que, no mundo dos Bertone, da Cúria Romana e das atuais Congregações, isso sim seria um gesto radical rumo à modernidade. Nunca o farão.
Muito mais Bento XVI poderá/poderia fazer rumo a
modernidade, ainda que alguns achem que não deve fazer nada. A encíclica “Deus
caritas est”, com uma nova visão da sexualidade (falou do eros, novidade num
texto papal), parecia querer iniciar uma grande reforma. Parecia.
Ler tudo aqui.
5 comentários:
Bom. Canonizar um jansenista? Claro que o canonizar uma pessoa não é canonizar a sua doutrina (veja-se Maximiliano Kolbe), mas não seria um passo demasiado arriscado pelo poder dar a entender uma proximidade excessiva aos grupos excessivamente conservadores? É mais fácil, creio e na mentalidade comum (onde me insiro), anexar Pascal ao conservadorismo do que à modernidade.
Por outro lado discordo que se tenha dado passos atrás face ao Vaticano II. Já aqui o disse uma vez: a seguir a este é que se deram passos mais além do intencionado por ele e, assim, uma correcção teve que ser encetada.
Por fim: teologicamente falando os passos de Bento XVI têm sido muito ousados. Mas a discrição com que o tem feito, tem deixado muita gente à margem da sua percepção. Mas estou convicto que os teólogos estão suficientemente atentos a eles e os estão a incorporar nas suas reflexões de modo a virarem novas páginas na vida da Igreja.
Fernando d'Costa
Modernizar e dar passos á frente: Padres casarem, Sim ao aborto, mulheres padres, mulheres bispos e papas, lésbicas e homosexuais ordenados e até serem papas, ter várias parceiras ou parceiros. Papa, bispos ou padres mudarem de sexo. Ainda havemos de lá chegar. Já faltou mais.
Padres, Bispos, Cardeais e até o Papa, deviam ter o direito de casar. Não ser obrigados, nem a ser celibatários, nem a ser casados.
Isso mesmo.
Duas papisas lésbicas, isso sim era ser moderno
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