No livro “Os segredos do Vaticano” (aqui referido), Lecomte diz que “é óbvio que a Igreja, em 1982, [através do Instituto perl e Opera di Religione, o IOR] está implicada no escândalo do Ambrosiano”, que era o maior branco privado de Itália. O responsável do IOR, monsenhor Marcinkus morreu em Fevereiro de 2006, levando, “com certeza, alguns segredos inéditos para o túmulo”. Isto relaciona-se com o escândalo descrito por Nuzzi (aqui).
Marcinkus (presidente do IOR), Luigi Mennini (vice-presidente do IOR) e Peleggrino de Strobel (tesoureiro) foram condenados pela justiça italiana, mas não foram detidos, pois estavam protegidos “pela grossura das paredes da Cidade do Vaticano” e pela extraterritorialidade do IOR.
Mas no relato de Lecomte, que não é esclarecedor por aí além, há alguns pormenores que mostram como o Vaticano lida com o dinheiro que, suponho eu, terá como principal fonte a generosidade dos fiéis. Um parágrafo (pág. 239): “O Papa polaco nunca se interessou por contas. A única coisa que lhe importava fazer era poder passar envelopes de 50 000 ou 80 000 dólares para as mãos de um ou outro bispo que viesse defender a sua causa a Roma. Era o presidente do IOR que transportava pessoalmente os sacos, a pedido do secretário Stanislaw Dziwisz, pelo elevador, até ao seu gabinete do terceiro andar do Palácio Apostólico. Ou que fornecia directamente esta ou aquela eminência de partida para uma diocese africana”.
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