Actualmente, corremos de facto o risco de distorcer o sentido da espiritualidade, transformando-a num círculo de narcisismo à nossa volta. Isso acontece quando procuramos apenas sentir-nos bem – reduzimo-la a uma espiritualidade do bem-estar.
Essa espiritualidade não produz frutos para a sociedade. Não é actuante, não é interventiva. A privatização da fé cristã, tal como é anunciada em muitos círculos cristão, contraria o espírito de Jesus, que também está patente no Pai-Nosso. Conheço pessoas que iniciam um percurso espiritual como forma de se afastarem dos conflitos sociais e políticos. Utilizam este caminho para se colocarem acima das outras pessoas: acima daquelas que vivem apenas superficialmente, mas também acima das que dão o melhor de si próprias para o bem dos outros.
Anselm Grun in “O Pai Nosso. Uma ajuda para a vida autêntica” (Paulinas), pág. 11-12.
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