O “Jornal de Negócios” de hoje (2 de Julho) publica uma entrevista ao jornalista Gianluigi Nuzzi, que publicou “Vaticano S.A.”, na Presença, sobre os negócios sujos do Instituto de Obras Religiosas, o chamado “Banco do Vaticano”.
O jornalista serviu-se de uma pasta de documentos deixada pelo padre Renato Dardozzi (1922-2003), conselheiro da Secretaria de Estado da Santa Sé, que tinha como missão pôr fim às ilegalidades no Instituto de Obras Religiosas. Morreu sem o conseguir.
Se for verdade o que o jornalista milanês escreve – diz o “Correio da Manhã” de hoje: “Membros da Santa Sé vêem com bons olhos esta publicação de dados resultantes da investigação, que contribui, dizem, para um esclarecimento da situação” –, é capaz de ser o fim da canonização de João Paulo II. Notícias recentes dizem, aliás, que ela está mais ou menos congelada. Ou, pelo menos, que não há pressa.
Em termos de responsabilidade (e não de repúdio moral), este escândalo parece-me mais grave para a hierarquia do Vaticano - porque a implica directamente - do que o da pedofilia, que é um crime individual. Como muitas vezes ao longo da história, a teologia de Maquiavel manda mais do que a de Tomás. Este dizia, em resumo, que a política devia ser inseparável da ética e, claro, que os fins não justificam os meios.
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