sábado, 26 de dezembro de 2009

26 de Dezembro de 1948. Cardeal Mindszenty é preso

Libertação do Cardeal, no dia 30 de Outubro de 1956

Jozsef Mindszenty (1892-1975), cardeal e chefe (bispo da diocese primaz) da Igreja Católica na Hungria, foi preso no dia 26 de Dezembro de 1948 sob acusação de traição e conspiração.

Meses antes iniciara-se a perseguição religiosa neste país do Leste europeu – com oposição pública de Jozsef Mindszenty . O julgamento do cardeal, em 1949, gerou uma onda de indignação pelo mundo, incluindo as Nações Unidas. Mindszenty foi libertado durante a revolução popular de Outubro de 1956 (reprimida pelas tropas soviéticas em Novembro) e viveu exilado na embaixada dos EUA em Budapeste durante 15 anos. Em 1971 pôde deixar o país. Morreu no dia 6 de Maio de 1975, em Viena, Áustria.

Os que julgaram o cardeal foram excomungados por Pio XII. Mais tarde, Paulo VI declarou que Mindszenty fora “vítima da história” (em vez de “do comunismo”) e levantou a excomunhão dos oponentes húngaros. Estes permitiram então que o cardeal abandonasse o país.

Hoje Jozsef Mindszenty é admirado na Hungria, não só por se ter oposto ao regime comunista mas também por, antes do regime comunista, se ter oposto ao nazismo.

Realizaram-se dois filmes com base na vida deste cardeal: Guilty of Treason (1950) e The Prisoner (1955), este último com Alec Guiness.

4 comentários:

Anónimo disse...

agora só falta falar da cooperação da igreja romana com regimes nazifascistas...
nessas horas o "mundo" não se indigna...né???

Jorge Pires Ferreira disse...

Sim, a Igreja colaborou com "regimes nazifascistas", traindo-se a si própria e à sua mensagem fundadora. Felizmente, mesmo nas épocas mais obscuras e tristes para a Igreja, houve críticos dentro da própria Igreja.

Anónimo disse...

te cito 2 criticos...
o bispo Carlos Costa Duarte(excomungado por denunciar os erros da igreja e envolvimento com nazifascismo) e o ex-padre croata Viktor Novak, que escreveu "Magnum Crimen"... denunciando o mau comportamento do clero na Croacia. inclusive durante o regime Ustashi.

Jorge Pires Ferreira disse...

Obrigado pelas suas informações, caro Stefano. Não conhecia os casos. Já estive a ler sobre ambos e são, de facto, muito significativos. Estamos sempre a aprender. Com certeza terei oportunidade de os referir no futuro.

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