Bento Domingues no "Público" de hoje.
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7 comentários:
Que lufada de ar fresco...
Bem haja, Frei Bento!
Sinto pena deste pobre dominicano. Há tempos a sua ordem era conhecida pela fidelidade à fé da Igreja e ao que a mesma defende. Agora, e se este Domingues for exemplo, apenas veicula o liberalismo liberaloide que levou os anglicanos À tragédia.
Pergunto, caro Anónimo das 6:50: "Pena"!? Porquê? Pela fidelidade ao Evangelho, essa sim, a verdadeira forma de "fidelidade à fé da Igreja" de Jesus Cristo? Ou... de que "Igreja" falamos? O que é, afinal, a "Igreja"? E o Reino de Deus? Qual é o nosso horizonte?
Helena V., sei que não foi a mim que me perguntou, mas permita-me que lhe diga que o problema é que não é em nome da fidelidade ao Evangelho ou ao Reino que este dominicano fala, mas em nome de base interpretações abusivas dos textos conciliares. Já o viu alguma vez a defender a ordenação sacerdotal feminina, por exemplo, com base em todos os textos bíblicos relevantes para esse assunto? Não creio, mas já o viu tratar desse assunto invocando a sua (deste dominicano) interpretação do Vaticano II que, por sinal, até diz que a ordenação está restringida aos varões. Os exemplos como este abundam.
Fernando d'Costa
Muito obrigada, caro Fernando d'Costa.
Já devo ter ouvido, sim. E não me parece difícil. Afinal, todo o Evangelho não é uma palavra de dignificação de toda a humanidade sem excepção, homem ou mulher? Gostava de ter de deixar de, na catequese, me dirigir às crianças dizendo-lhes que, para os meninos, os sacramentos (através dos quais se recebe a Graça de Deus) são sete, mas que para as meninas são seis...
E para, se calhar, o acicatar mais, até lhe conto que, muito recentemente, ouvi o Frei Bento reagir assim a uma pergunta directa sobre esta matéria (tipo "É a favor da ordenação sacerdotal feminina?"):
- "Pergunta-mo a mim? Eu sou é a favor da desordenação!"
Teve um contexto que aqui não consigo recuperar e percebo que possa soar um tanto cru. Mas (não vamos mais longe), ao acompanhar o teor de muitos dos comentários postados neste blogue, é uma interpelação tão pertinente!
Viva São Domingos! Ah, ratas de sacristia...
Cara Helena,
Perdoe-me, mas parece-me que as contas que faz aos sacramentos não são bem assim, como as retrata.
Eu estou casado. Logo, por esse motivo, está-me vedado o sacramento da ordenação. Discriminação?
Eu já fui baptizado. Logo, por esse motivo, está-me vedado o sacramento do baptismo. Discriminação?
Eu estou em estado de pecado mortal. Logo, por esse motivo, não me posso aproximar da comunhão. Está-me vedado o sacramento da eucaristia. Discriminação?
Os sacramentos não são direitos.
São graças. E essas graças requerem, cada uma, condições especiais. Cristo chamou apenas homens ao sacerdócio. E então? Cristo chamou apenas mulheres à maternidade, à maravilha de darem à luz novos seres humanos. Discriminação?
Não me leve a mal, mas eu nunca entendi muito bem esta coisa de ver os sacramentos como direitos, e as condições especiais de cada sacramento como sendo discriminações...
Acaso podemos mudar o que é de instituição divina?
Como João Paulo II bem explicou, a Igreja não tem o poder de alterar o sacerdócio cristão, abrindo-o às mulheres.
Não é um qualquer demérito da mulher.
Afinal de contas, co-redentora da Humanidade só há uma, e é uma mulher. Nenhum homem (a não ser Cristo, que é também Deus) é co-redentor. E no entanto, há uma mulher, Maria, que não sendo Deus, é co-redentora. Discriminação?
O primeiro ser humano a ver Jesus Cristo ressuscitado (há maior bênção e honra) foi uma mulher. Discriminação?
O sacerdócio não é um luxo, um lugar de poder, um lugar de honras e prestígio. O sacerdócio é uma vocação de serviço. Como todas. Como a de ser pai. Como a de ser mãe. Como a de ser irmão ou irmã. Como a de ser filho. Como a de ser freira ou frade.
Um abraço,
Bernardo
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