segunda-feira, 30 de abril de 2012

Onde encontrar vocações


No JN de hoje, ainda sobre as vocações para padre. O Bispo de Coimbra vai no sentido certo - as vocações para o serviço à Igreja procuram-se no interior da Igreja. Aliás, isso já é feito na vocação para diácono permanente, bispo, cardeal e papa, por exemplo. Ninguém se propõe ser qualquer destas coisas. Pelo menos abertamente. Pelo contrário, aceita-se ou não o convite de outros para o ser. Por que não há-de ser assim com o ser padre? Entre os que são crentes, escolhe-se aquele ou aquela, casado/a ou solteiro/a, para presidir à Eucaristia. Lá chegaremos.

11 comentários:

Diamantino Costa disse...

Eu gostaria de acreditar (e quero acreditar) que lá chegaremos...
Por enquanto o que vamos ouvindo é falar em "relação mistagógica" entre Deus e o chamado, pelo que nem a familia (!) é chamada a intervir na questão vocacional...
Enquanto os sacerdotes (obviamente que nem todos...) considerarem que eles são os chamados, esquecendo-se que também os outros (todos os outros) são chamados a um ministério especifico, vai ser dificil...
Aliás esse tipo de linguagem, assim "a seco" faz com que muita gente se afaste, porque afinal se não sentem esse chamamento assim tão claro, e se os outros é que foram chamados, então que respondam a esse chamamento... É um problema que "não diz respeito aos não chamados", o que não pode estar mais longe da realidade...

Anónimo disse...

Caro Jorge Ferreira,

quais os motivos e os fundamentos teológicos de defender a ordenação sacerdotal de mulheres? Este tema já apareceu aqui diversas vezes e eu não sei bem o que pensar. Obrigado.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Fernando d'Costa, Deus, quer acredite quer não, também criou as mulheres. Por acaso Deus disse que não gostaria que elas seguissem a vida sacerdotal? Onde e quando o disse? Foram homens que o disseram, homens que se julgam deuses.

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 8:43 PM...

O seu argumento é falacioso: Deus também criou os ateus e os muçulmanos e ama-os tanto quão a nós e nunca disse que não podiam ser ordenados, mas isso não lhes dá a possibilidade de serem ordenados. Ou estou errado? Patino imenso neste tema. Qualquer ajuda será sempre bem vinda. Obrigado.

Fernando d'Costa

maria disse...

Fernando D´Costa, é tanto simples como isto:

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos"

(Artigo 1º Declaração Universal dos Direito Humanos.)

Anónimo disse...

Cara amiga Maria,

a ordenação sacerdotal não tem nada a ver com:

1) "dignidade" (que é comum a homens e mulheres; ateus e cristãos; taoístas e muçulmanos);
2) "direitos" (desde quando o ser ordenado é um direito?)

Mas não só: desde quando é que a "Declaração Universal dos Direitos do Homem" pode ser norma para a interpretação de um sacramento que, por o ser, não é de origem Humana? ou seja: pode um texto como esse ser um motivo teológico positivo para a ordenação feminina?

Mas reflectindo um pouco melhor, creio que terá a sua parte de razão: São Paulo disse que não havia homem nem mulher. Mas, por outro lado e apesar disso, atribuiu papeis distintos a ambos.

Gostava de ver tais argumentos teológicos positivos pois só eles me ajudarão a compreender a posição de quem defende a ordenação positiva.

Obrigado.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Perdão: escrevi: "a posição de quem defende a ordenação positiva"; queria dizer "a posição de quem defende a ordenação feminina".

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

"um sacramento que, por o ser, não é de origem Humana?"

Quem disse que não é de origem humana, se tudo tem sido DETURPADO pela mão humana?!

Já não há paciência!...

Anónimo disse...

Ao autor/à autora do cómico "já não há paciência": muito na Igreja tem grande aspecto de mão humana, mas pouco há como o sacramento da Eucaristia, naquilo que este tem de essencial, para nos lembrarmos que ainda há o que não se pode duvidar que é pura graça de Deus.

E já agora: não acha que o criar uma nova noção de sacramento (da Eucaristia) para acomodar as pretensões humanas de ordenação de mulheres é, justamente, deturpar ainda mais algo?

Não sei: posso estar enganado. talvez me possa esclarecer e dizer o que é que, em alguma parte e algum lugar, foi apenas "graça".

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Caríssimo, ESTUDE!

João Silveira disse...

O Jorge gosta de lançar polémica, gosta de lançar a bomba (do erro) e depois ver os seus irmãos degladearem-se nas caixas de comentários.

A pergunta do Fernando tem toda a razão de ser, e a resposta é: não há motivos nem fundamentação religiosa, so wishful thinking.

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