domingo, 22 de janeiro de 2012

Joseph Moingt: "Ficai" na Igreja, apesar de tudo



Joseph Moingt, 96 anos, jesuíta, escreveu o livro “Croire quand même” (algo como “Acreditar apesar de tudo”, já aqui referido) e diz que a Igreja ainda é o melhorzinho lugar para se estar. Por isso, se Hessel diz “Indignai-vos”, Moingt afirma: “Ficai”.


O livro tem merecido amplo debate em França e levou muitas pessoas a agradecerem a este teólogo que foi aluno de Henri de Lubac e de quem o espanhol Olegario González de Cardedal (este recentemente homenageado pelo Papa) diz que é dos poucos cuja obra, na actualidade, oferece uma visão sistemática da teologia (quem são os outros? Em breve neste blogue).


Há dias surgiu um artigo no “La Croix” sobre Moingt. Ler aqui. Copio um bocadinho:
Para Joseph Moingt, não é se concentrando na instituição eclesial que se poderá realizar uma reforma radical do catolicismo, mas sim voltando ao Evangelho. "Há a urgência de repensar toda a fé cristã para dizer 'Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem' na linguagem de hoje e em continuidade com a Tradição", repete, baseando-se na sua imensa cultura teológica e bíblica para confirmar que a Igreja não poderá mais seguir em frente com respostas dogmáticas e que é preciso que, dentro dela, os teólogos "façam coisas novas sem ser serem ameaçados de excomunhão". Quanto a ele, a sua prudência nunca foi motivada pelo medo de uma sanção eclesial, mas sim pelo desejo de escrever de acordo com a sua fé. E, depois, "na minha idade, já não se corre muito risco".

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