quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Católicos da Flandres tomam a palavra

Depois dos teólogos de língua alemã com o seu manifesto e dos padres austríacos com o apelo à desobediência, surge o manifesto “Os fiéis tomam a palavra” dos católicos belgas da Flandres. Algo está a mudar. Copei daqui. Original aqui. Assinaram até há pouco 6279. Parece pouco, mas diz quem sabe que por lá uma paróquia católica pode ter apenas uma centena de praticantes, mesmo nas zonas populosas. 
Paróquias sem padres, celebrações eucarísticas em horários inapropriados, celebrações da palavra sem comunhão: tem que ser assim? Por que as reformas necessárias da Igreja não são feitas? Nós, fiéis flamengos, pedimos que os nossos bispos encontrem uma saída ao impasse em que estamos. Fazemos isso em solidariedade com os irmãos da Áustria, da Irlanda e de muitos outros países, que também clamam por reformas que são vitais para a Igreja. 
Nós não entendemos por que a liderança das nossas comunidades locais (as paróquias, por exemplo) não é confiada a um homem ou a uma mulher, casado ou não, profissional ou voluntário, que tenha recebido a necessária formação. Precisamos de pastores comprometidos. 
Nós não entendemos por que esses fiéis não podem presidir as celebrações dominicais. Precisamos. em todas as comunidades vivas, de ministros litúrgicos. 
Nós não entendemos por que – onde nenhum padre está à disposição – não é permitida uma celebração da Palavra de Deus com a comunhão. 
Nós não entendemos por que leigos qualificados e animadores de celebrações adequadamente preparados não podem pregar. Precisamos da Palavra de Deus 
Nós não entendemos por que deve ser negada a comunhão a fiéis de boa vontade que, depois de um divórcio, se casaram novamente. Assim como os outros, eles pertencem à comunidade. 
Felizmente, já há lugares onde se age assim. 
Pedimos também que, no menor tempo possível, mulheres e homens casados também sejam admitidos ao presbiterato. Nós, fiéis, precisamos isso desesperadamente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez abrem-se janelas na Igreja para que os ventos dos Espirito espalhem os papeis empoeirados das mesas. Concilio Vaticano III começa desde as raizes, escrito pelas pedras vivas, desde as alegrias e esperanças do Povo de Deus.

Jorge Pires Ferreira disse...

Obrigado pelo comentário. Espero que sim, que a janela se abra e não se feche antes do pó sair dos papéis.

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