A opinião do novo Prémio Camões, de quem citei há dias um poema (ver aqui) é capaz de não ser a mais esclarecida. Leia-se, sobre esse estudo, um artigo que saiu no "National Catholic Reporter" e que está traduzido em português.
O relatório de 300 páginas, formalmente intitulado As Causas e o Contexto do Abuso Sexual de Menores por Padres Católicos nos Estados Unidos, 1950-2010, derruba uma série de equívocos populares. Enquanto alguns contestarão a metodologia do relatório – e notar que os bispos dos EUA pagaram metade do preço de tabela estimado em 1,8 milhão de dólares –, o estudo Causas e Contexto é claramente um marco na investigação dos abusos sexuais de crianças.
Ler tudo aqui.
Penso, no entanto, que a questão da pedofilia, como qualquer outra que tenha a ver com a sexualidade dos clérigos, põe em causa o celibato, a formação sacerdotal e a instituição que o mantém. A única maneira de a pedofilia e outra qualquer forma de perversão não ter a ver com a instituição é assumir que a sexualidade de cada membro do clero tem apenas a ver com a privacidade de cada um, dentro dos limites das leis comuns do Estado e, claro, da moral cristã - o que naturalmente seria o fim do celibato como obrigação, não certamente como opção individual.
Leia-se também o texto de David Clohessy (director da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres - SNAP, na sigla em inglês), que apareceu no jornal norte-americano acima referido: Dez razões pelas quais as novas diretrizes do Vaticano sobre pedofilia vão mudar pouco.
1 comentário:
Só queria lembrar que o fenómeno da pedofilia dentro das famílias é quatro a cinco vezes superior em termo de percentagem relativamente aos clérigos. Conclusão: toca a rever o matrimónio...Será???
Enviar um comentário