Moeda de 50 cêntimos de euro com Bento XVI, cunhada em Julho de 2010
O Papa criou uma Autoridade de Informação Financeira (AIF) para evitar as trapalhadas que têm sucedido no Banco do Vaticano (IOR).
Na notícia do Público, afirma-se: “No documento, o Papa refere mesmo que apoia o compromisso da comunidade internacional na prevenção e na luta contra aqueles fenómenos e que a Santa Sé «entende fazer suas» as regras das organizações internacionais sobre a matéria” (ver aqui).
Um comentário. Isto é verdadeiramente um sinal dos tempos. O Vaticano reconhece que, em matéria de dinheiro, não é exemplo de transparência para ninguém. Mas devia ser. Para isso, tem de seguir as regras das organizações internacionais.
Um desejo. Falta agora que as organizações eclesiais locais (paroquiais, diocesanas, nacionais) façam suas as regras das melhores organizações locais em campos de acção similares. Poderiam começar por práticas tão simples quanto estas: Divulgação de quanto dão os ofertórios e outros peditórios; em que são aplicados; quanto recebem da consignação do IRS; justiça nos salários; aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja nas organizações eclesiais…
Na realidade há algumas paróquias (e outras instituições) que prestam contas publicamente, mas por vezes de forma incompleta e quase sempre apenas fixando uma tabela nos expositores paroquiais. E são claramente uma minoria.
E uma nota. Para ilustrar este texto procurei uma imagem escrevendo "Vatican money" no google. Apareceu uma moeda com Bento XVI na cara da moeda. No Vaticano, segue-se o euro, mas são cunhadas umas quantas moedas com a cara do pontífice. Dirão que é simbólico, que é por tradição, que é para coleccionadores, que... Mesmo assim, não compreendo como é que, numa fé fundada por quem disse que "não se pode servir a Deus e ao dinheiro" e que um dia perguntou "Quem está na moeda? É César? Então...", ainda persistem estes contra-simbolismos.
Sem comentários:
Enviar um comentário