sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O livro do Papa (1): As primeiras páginas

Até onde cheguei, ainda não sei qual é a marca dos óculos


Dobrei há poucos minutos a página 50 do livro do Papa, “Luz do Mundo” (ed. Lucerna). Falta-me ler três quartos.

Destas 50 páginas, registo, para já, o seguinte:

- Bento XVI pensou na guilhotina quando foi eleito: “Agora vai cair e apanhar-te”.

- Durante um conclave havias três vestimentas papais preparadas, uma pequena, uma média e uma grande [Bento não diz qual usou].

- João Paulo II tinha lido a “Introdução ao Cristianismo” de Ratzinger e tal obra foi importante para chamar o então teólogo e bispo alemão para o Vaticano.

- Ratzinger não queria ser bispo, não queria ser prefeito e não queria ser Papa. Aceitou por serviço [fico sempre na dúvida se uma pessoa deve aceitar o que em consciência acha que não deve ser.]

- O Papa é “um homem totalmente impotente. Por outro lado, detém uma enorme responsabilidade" [uma boa frase para ser meditada noutras ocasiões].

- A frase “Onde está Pedro, aí está a Igreja” não é de Santo Agostinho, emenda Bento XVI o jornalista [não diz de quem é, mas julgo que é de Ambrósio de Milão, mestre de Agostinho].

- “O Papa pode errar nas suas opiniões particulares" [a dificuldade está é em sabermos o que é particular e o que é geral ou universal, acrescento eu].

- [Seewald:] Houve papas que disseram “O senhor deu-nos este cargo; agora queremos desfrutar dele” [quais? Julgo que um terá sido Leão X. Tenho de confirmar].

- “Como é óbvio, não fui simplesmente sempre do contra” [diz Bento XVI, referindo-se à sua carreira de teólogo e responsável da Igreja, sem dar exemplos].

- Onde o Papa vai buscar força para a sua intensa actividade aos 83 anos: “Organizar bem o nosso tempo. E garantir tempo suficiente para o descanso. […] Resumindo: disciplinar e conhecer o ritmo do dia, para quando precisamos de energia” [é muito alemão o Papa].

- Existe a "família pontifícia", com quem o Papa convive: quatro mulheres da associação eclesial Memores Domini e dois secretários.

- O Papa gostou do filme sobre Josefina Bakhita [uma santa de que fala na encíclica “Spe Salvi”] e gosta, de facto, dos de Don Camillo e Peppone [alguém ofereça uns bons DVD ao Papa].

- Transferiu para o Vaticano o seu gabinete de trabalho “tal como ele evoluiu ao longo de muitas décadas”, desde 1954, porque assim sabe onde estão todos os seus livros, conhece cada canto e “tudo tem a sua história” [é muito alemão este Papa - II].

- Confirma-se: O Papa usa um relógio Junghans. Não o aqui referido, mas o oferecido pela sua irmã. A marca é alemã [é muito alemão este Papa - III].

- O Papa não é místico, mas é fã, "amigo", de Agostinho [era sabido; um platónico], Boaventura [franciscano de ordem, mas agostiniano de espírito, platónico em segunda mão] e Tomás de Aquino [bom senso aristotélico].

Fico pela página 25, mas hei-de continuar.

1 comentário:

maria disse...

continue que estou a gostar (é que não conto ir ler o livro).(bem dizendo: estou a gostar é das suas considerações)

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