"Pitágoras refutou a astrologia limitando-se a afirmar que gémeos idênticos não têm o mesmo futuro, sei também que o Zodíaco foi esboçado muito antes de vários planetas do nosso sistema solar terem sido detectados, e claro que compreendo que não posso «ver» o meu futuro imediato ou a longo prazo sem que esta revelação altere o resultado. Milhares de pessoas consultam as suas «estrelas» nos jornais todos os dias e depois têm ataques cardíacos ou acidentes de viação imprevistos. (Um astrólogo de um jornal sensacionalista londrino foi em tempos despedido através de uma carta do editor que começava, «Como terá sem dúvida previsto»)".
Tenho andado a ler “deus não é Grande. Como a religião envenena tudo” (Dom Quixote), de Christopher Hitchens. Embora o seu estilo panfletário canse, apesar de bastante informativo, de vez em quando dou com parágrafos que subscrevo totalmente (coincidência ou influência, o argumento de Pitágoras é retomado por Santo Agostinho, ver aqui). Como o acima citado, retirado da página 94 do seu livro.
No combate às superstições, sem dúvida que os crentes devem estar ao lado dos ateus. Por outro lado, mesmo quando o alvo é a religião revelada, o ateísmo crítico (porque também o há ingénuo) terá sempre uma componente purgativa que dá muito jeito às religiões que levam a sério a razão – como é o caso do cristianismo católico.
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